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Excesso de barulho nas proximidades da prefeitura invade a realidade de famílias

sáb, 30 de agosto de 2014 00:29

Cansados de esperar por respostas, moradores chegam a mudar de endereço

Cansado de esperar por um retorno por parte do poder público, José Carlos decidiu deixar a casa própria onde vive há quatro anos. Foto: Gazeta do Triângulo

Cansado de esperar por um retorno por parte do poder público, José Carlos decidiu deixar a casa própria onde vive há quatro anos. Foto: Gazeta do Triângulo

P.J. GODOY – Abrir a janela de casa e se deparar com um dos principais cartões postais da região. Conduzir a vida sob um retrato dos 126 anos do município. De fato, residir nas proximidades do Palácio dos Ferroviários poderia ser um privilégio para poucos, se não fosse uma única missão: conseguir descansar nas noites de fim de semana.

Desde quando a unidade do 53º Batalhão de Polícia Militar foi desativada, uma situação incontrolável invade as moradias próximas à praça Gaioso Neves. Isso porque a cada fim de semana, o local se torna o destino de várias pessoas que se reúnem a fim de desfrutar de sons automotivos e buscar diversão. Se de um lado o clima é de festa, do outro falta o que comemorar.

Aos 48 anos, José Carlos Rodrigues conhece muito bem o que é lidar com o problema. Pai de duas filhas, ele relata os momentos vividos e testemunhados no endereço.

“Não tenho nada contra os eventos promovidos pela prefeitura, que em sua maioria terminam dentro do prazo. O problema é o excesso. Em várias ocasiões, somos obrigados a lidar com o barulho de música e baderna em plena entrada das residências. Muitos descem para as ruas e se reúnem para consumir bebidas alcoólicas e drogas sem qualquer controle. Chegam a usar a porta da minha casa como banheiro”, lembrou.

Cansado de esperar por um retorno por parte do poder público, José Carlos decidiu deixar a casa própria onde vive há quatro anos. Apesar de concordar com os atrativos que se remetem ao lugar, ele afirma que a situação passou dos limites.

“É importante ressaltar que não queremos privar as pessoas de se divertir, mas a situação passou dos limites e cansamos de esperar por respostas. Diante disso, achamos melhor mudar de endereço. Sem qualquer retorno, deixamos a casa própria para morar de aluguel. Só não enxerga o caos quem não quer ver”, completou.

Recentemente, a reportagem procurou o governo municipal a fim de buscar medidas alternativas para o espaço. Na ocasião, a secretária de Administração, Miriam de Lima, apontou uma limitação, uma vez que o vigilante responsável não tem autoridade para retirar as pessoas do entorno. Ainda assim, garantiu que o Executivo iria analisar uma ação em conjunto com a PM.

Questionado acerca da necessidade de segurança, José Carlos vislumbrou as possíveis vantagens com uma nova realidade. “Acredito que a reativação do posto policial ajudaria bastante. Com a insegurança, ficamos presos dentro da nossa casa. Seria uma oportunidade não apenas de retribuir os moradores que há tantos anos estão naquela região, como também de combater a poluição sonora, o consumo de bebidas alcoólicas entre menores e o tráfico de drogas”, finalizou.

PERMISSÕES

De acordo com a resolução 206 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), a emissão de ruídos em vias públicas deve compreender as determinações da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), sob riscos de crime ambiental por poluição sonora.

Confira o limite em cada região:
Área residencial – 50 decibéis (noite) e 55 (dia)
Centro – 65 decibéis (noite) e 70 (dia)
Próximo de hospitais – 40 decibéis (noite) e 45 (dia).

1 Comentário

  1. Josias disse:

    Depois que o posto policial voltou a funcionar,pelo o menos,as noites tem sido tranquilas,espero que continue assim.

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