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Entrevista: Coronel Marques, o novo comandante regional da PM

sex, 7 de fevereiro de 2014 03:32

Halan MarquesHá três anos a frente da PM em Araguari, o militar desempenhou um papel importante na mudança da antiga 9ª Cia Ind para 53º Batalhão e agora se prepara a fim de assumir o comando da 9ª Região

DA REDAÇÃO – O comandante do 53º BPM de Araguari, tenente-coronel Volney Halan Marques jamais irá se esquecer do dia 5 de fevereiro de 2014. A notícia veio no final da tarde. Depois de 27 anos na Polícia Militar, três deles atuando em Araguari, o mineiro natural de Bom Despacho foi o escolhido para assumir o comando geral da 9ª Região da Polícia Militar.

Isso significa dizer que estará sob sua responsabilidade a segurança pública de milhões de pessoas em 18 municípios, numa área de quase 30 mil km²: Uberlândia, Araguari, Indianópolis, Tupaciguara, Araporã, Ituiutaba, Santa Vitória, Monte Alegre de Minas, Prata, Capinópolis, Gurinhatã, Ipiaçu, Canápolis, Centralina, Cachoeira Dourada, Estrela do Sul, Cascalho Rico e Grupiara, além dos distritos de Patrimônio do Rio do Peixe, Amanhece, Chaveslândia, Perdilândia, Martinésia, Cruzeiro dos Peixotos e Tapuirama. A lista é extensa.

O militar, no entanto, aparenta tranquilidade. Desempenhou funções de comando ao longo de sua carreira. Antes de ser transferido para Araguari, comandou a 7ª Companhia Independente de Meio Ambiente e Trânsito também em Bom Despacho, atuou no Batalhão de Polícia de Choque, nos 7º e 23º Batalhões de Bom Despacho e Divinópolis, respectivamente. Chefiou o Serviço de Inteligência do 7º BPM de Bom Despacho e também na sede da 7ª Região, localizada na mesma cidade.

Na manhã de ontem, a GAZETA DO TRIÂNGULO entrevistou o futuro comandante da 9ª Região. Ainda não há data para a cerimônia oficial de posse e Volney Marques preferiu manter o silêncio quando indagado sobre quem irá ocupar o lugar que ele deixará vago. Na ocasião, falou sobre o trabalho desempenhado ao longo desses três anos que esteve à frente do 53º BPM, a jornada que está prestes a iniciar e o que espera ver acontecer em Araguari depois de sua saída.

GT: O que o senhor sentiu ao receber essa notícia? Como será, daqui para frente, ao assumir uma função de tamanha responsabilidade como essa?
Uma satisfação enorme. Estou muito feliz e honrado. Foi um prazer ter atuado no Batalhão dessa cidade maravilhosa que é Araguari. Agora vamos ter que trabalhar ainda mais. Vamos empregar todas as técnicas que utilizamos aqui em Araguari na cidade de Uberlândia. Não vai ser fácil, mas temos uma doutrina de comando, ações previamente planejadas que agora iremos expandir a um nível maior.

GT: É a primeira vez que um comandante da PM de Araguari é promovido a comandante regional?
Sim, o prefeito Raul Belém (PP) comentou comigo ao telefone. Isso vai ficar na história. Quero dividir essa alegria com todos os araguarinos, de coração.

GT: Quais os oficiais cotados para assumir o seu lugar à frente do 53º Batalhão? A escolha depende do senhor?
Temos que escolher um novo comandante com o perfil para o trabalho operacional, para não perdemos o que foi conquistado. Sim, eu escolho.

GT: Será um militar de Araguari?
Pode ser daqui, de Uberlândia, pode ser de fora. Isso será fechado com o comandante da 9ª Região, coronel Crovato, na semana que vem. Em breve darei essa resposta.

GT: Quando será a cerimônia da passagem de comando?
Precisamos escolher a data, isso deve ser decido junto com o comandante geral do estado. No prazo de quinze dias teremos essas definições.

GT: Em relação à segurança pública em Araguari e organização da PM, o que mudou no tempo em que o senhor esteve à frente do comando?
Tivemos que estruturar a antiga 9ª Companhia para 53º Batalhão. Havia alguns desafios no aspecto administrativo e físico, não possuíamos uma estrutura ideal. Realizamos treinamentos com os policiais, conseguimos dar um “boom” em nossos portifólios como Patrulha Rural e Escolar. Muito ainda precisa ser feito. Não costumo reclamar do efetivo, porque não adianta. Tive um comandante que dizia “precisamos montar a arapuca com os gravetos que a gente tem”. O que fez a diferença foi pensar estrategicamente. Isso nos permitiu mudanças. Criamos novos pontos de REDS, desenvolvemos o Guardião dos Bairros, expandimos o Vizinhança Solidária. Assim aumentamos nossa condição operacional. Fizemos isso durante três anos e deu certo.

GT: No jornal de quinta-feira, 6, o senhor disse à reportagem que esse era “mais um sonho realizado”. Ser comandante regional era algo que o senhor almejava?
Minha caminhada foi longa. Estou na PM há 27 anos e desde os primórdios, quando entrei como oficial de carreira, tudo o que fiz foi pensando em alcançar um posto hierárquico. Esse trabalho não é de hoje. E o motivo da minha alegria é justamente esse.

GT: Quais os principais desafios da PM na sociedade atual?
A PM é referência como prestadora de serviço em segurança pública. Então nosso desafio é continuar defendendo a comunidade, deixando a criminalidade em seu lugar, em níveis aceitáveis. É claro que a PM está presente de forma real, efetiva, mas existem questões que são fundamentais para nosso trabalho. Tenho certeza que daqui para frente nossas metas e as angústias da sociedade serão mais fáceis de resolver.

GT: Como um bom policial deve ser?
Quando o aspirante ingressa na academia da PM, ele é treinado para isso. Na prova existem os parâmetros de seleção. Um bom policial é aquele que passou por esse treinamento e ingressou na PM. Com o passar do tempo, a experiência de rua de atendimento ao público confere a ele essa agilidade. Para mim, o bom policial é aquele que cumpre o seu papel e defende a sociedade de corpo e alma.

GT: Teve alguma ocasião especial que o marcou durante o comando em Araguari?
Temos desafios todos os dias. São ocorrências diferentes, fatos diferentes. Segurança pública é isso. Nenhum dia é igual ao outro. Tivemos alguns contratempos, mas soubemos dar a resposta operacional, fizemos intervenções juntamente com a Polícia Civil, nossa co-irmã.

GT: O senhor parte para essa nova missão deixando algo que teve vontade de fazer, mas que não conseguiu?
Sempre tem. Como por exemplo, a construção da sede do Batalhão. É um projeto que comecei há dois anos. Falta viabilizá-lo por completo, com a construção da sede, do estande de tiro, de uma praça esportiva, a residência do comando, para dar mais conforto ao comandante. Existe uma frustração por isso, mas está preparado, encaminhado. Mesmo de longe, poderei ver essa demanda virar realidade.

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