Empreiteiro faz denúncias contra administração na tribuna da Câmara
qua, 21 de janeiro de 2015 00:52
O empreiteiro Juliano Abadio dos Reis confirmou a realização dos serviços de limpeza em diversos pontos da cidade.
Foto: Gazeta do Triângulo
DA REDAÇÃO – Em dezembro a vereadora Eunice Mendes (PMDB) havia solicitado a convocação do ex-secretário de Serviços Urbanos Uguney Carrijo e do empresário Juliano Abadio dos Reis (Disck Caçamba) para prestar esclarecimentos em relação a denúncias de prestação de serviços que não foram pagos pela administração.
Tudo começou quando em meados do segundo semestre de 2014, o empresário Juliano procurou os vereadores Eunice Mendes (PMDB) e Cezar Batista de Oliveira “Cezinha” (SD) a fim de que intercedessem para que ele pudesse receber valores referentes a serviços de limpeza em terrenos entre outros, segundo relatos do próprio empresário. No entanto, quando chamado para comparecer à tribuna do Legislativo, o mesmo recuou.

Procurador geral do Município Leonardo Borelli lembra que houve sindicância e o responsável pela ordenação dos serviços foi exonerado. Foto: Gazeta do Triângulo
No início de janeiro deste ano, o vereador Rafael Guedes (SD) informou que pediria a abertura de uma CLI – Comissão Legislativa de Inquérito para apurar as denúncias apresentadas pelo empresário. No entanto, houve um princípio de desentendimento, pois a vereadora Eunice informou que o caso estava em suas mãos e que o empresário compareceria na tribuna do Legislativo na sessão de ontem, dia 20, uma vez que as reuniões semanais da Câmara Municipal se encontravam em recesso.
O empresário Uguney Carrijo — que foi exonerado da secretaria de Serviços Urbanos, na época enviou um documento à vereadora Eunice Mendes informando que não iria comparecer no Legislativo, pois não mais se encontrava na pasta questionada.
Por outro lado, o empreiteiro Juliano Abadio dos Reis esteve ontem na tribuna e confirmou a realização dos serviços de limpeza em diversos pontos e até mesmo encascalhamento de ruas da cidade e em repartições públicas como prefeitura, SAE e Canil Municipal. “Fui procurado no início do mandato para realizar serviços em caráter emergencial. Registrei tudo em um arquivo com fotos e endereços dos referidos locais para os quais eu recebia ordens do secretário de Serviços Urbanos e também da secretária direta do prefeito. O chefe do Executivo sabia de tudo uma vez que ele visitava os locais para acompanhar os trabalhos”, comentou Juliano que revelou uma pendência em torno de R$ 640 mil em serviços realizados durante cinco meses. Ele ainda afirma que muitos foram sem a devida documentação de licitação e revelou mais, que houve pagamentos para fretes ‘na calada da noite’ e até a emissão de uma nota fiscal retirada em outra empresa que seria para efetuar o pagamento da pendência com ele, mas o valor não foi recebido. “Cheguei ao fundo do poço, tive que vender minha casa, meu rancho e minha mãe ficou muito doente com toda essa situação. Estou quebrado e sem crédito e ainda fui ameaçado por telefone caso viesse aqui” finalizou.
Líder do governo, o vereador Paulo do Vale (PV) deixou claro que reconhece que Juliano realizou o serviço, mas lembrou que a falha foi de quem determinou que o serviço fosse efetivado sem licitação. “Na época, o prefeito determinou a abertura de uma sindicância interna culminando com a exoneração do secretário Uguney”, ponderou Paulo do Vale.
O vereador Rafael Guedes (SD) retrucou o líder do prefeito alegando que em assuntos públicos, as coisas não funcionam desta forma uma vez que houve autorização e é preciso dar validade na ordem verbal como ocorreu. “Pelo que ouvi e vi hoje, estamos cobertos de motivos para instaurar uma investigação e apurar os fatos através de uma CLI”, finalizou Guedes.
Diante dos fatos, a vereadora Eunice Mendes antecipou que irá propor a abertura de uma CLI na próxima reunião do Legislativo solicitando a adesão de todos os vereadores. Esse procedimento não foi possível ontem uma vez que é necessária a criação das comissões permanentes da Casa.
O vereador Wesley Lucas de Mendonça (PPS) foi mais além e sugeriu ao prefeito o afastamento imediato das pessoas citadas pelo empresário.
Fala do governo
Sobre o assunto, o Procurador Geral do Município Leonardo Borelli disse que a prefeitura agiu da melhor maneira possível, pois o incorreto seria se a administração tivesse realizado o pagamento sem a devida documentação. “Não há documento que prove a realização desse serviço. Cabe então ao empresário buscar esse direito na justiça; ele é uma pessoa idônea e esse procedimento não foi correto. O processo licitatório existe para evitar esse tipo de problema e, se tivessem me consultado à época, o serviço não teria sido realizado dessa forma.”
Borelli ainda relembra que “na ocasião, houve uma sindicância, o secretário da pasta foi exonerado e como não houve danos ao erário, não podemos tomar providências. O trabalho dos vereadores é sério, mas é preciso haver um estudo mais aprofundado em assuntos deste teor, pois não há documentos na administração solicitando o referido pagamento. É bom dizer que existe um vereador apontando denúncias, mas é preciso saber que há o outro lado, pois guardamos para acionar na justiça quanto às acusações colocadas pelo mesmo.”
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Lembrado a todos voces que o secretario de serviços urbanos uguney carrijo foi que pediu para sair do cargo ele nao foi exonerado… as suas lembranças borela estao falhas.