É Carnaval!
qui, 6 de março de 2014 00:01
E abram alas para a Escola de Samba Histórias de Uberlândia!
Na Comissão de Frente o Capitão Henrique de Castro, criador dos primeiros blocos de rua, os blocos caricatos que, em 1907 saíram às ruas de São Pedro de Uberabinha com críticas bem humoradas aos políticos, pessoas da sociedade e fatos da época. Cantavam e dançavam de tudo, valsas, mazurcas, xotes e principalmente a catira.
No carro abre-alas o grande catireiro Professor Jerônimo Arantes e seu grupo de catira Lenço Branco que ficou famoso na época.
Na primeira ala temos o rádio que, na década de 1930, trouxe para Uberlândia as primeiras músicas carnavalescas, as preciosas marchinhas que são cantadas até hoje.
Nosso sambódromo era a avenida Afonso Pena, entre a praça Clarimundo Carneiro e a praça Tubal Vilela. Os festeiros saíam pela avenida em carros sem capotas, jogando confete, serpentina e espirrando lança-perfume em todo mundo. O samba-enredo era a alegria e a farra. O desfile, chamado na época de “corso”, tomava a avenida, desde a praça Clarimundo Carneiro até a praça Tubal Vilela, retornando pela avenida Floriano Peixoto. Toda a cidade parava para assistir os desfiles do corso.
A ala dos negros só foi criada em 1928 quando, audaciosamente, alguns pegam “emprestado” um automóvel e entram no desfile do corso. E em 1935 a Sociedade Carnavalesca Negra, com sede numa esquina da avenida Afonso Pena, formam um rancho com considerável número de figurantes e invadem literalmente a avenida, cantando e dançando ao som de diversos instrumentos musicais, principalmente de percussão. Eles produziam suas próprias músicas, em geral marchinhas.
A ala dos Tenentes Negros surgiu em 1936, comandada por Devanir Santos. Este rancho foi fundado no bar e boate Cabarroupa, frequentado por negros nas imediações da Vila Oswaldo. Os remanescentes deste grupo foram os precursores da Escola de Samba Tabajara, primeira escola de samba da cidade que desfilou pela primeira vez em 1954, comandada por Lotinho, músico e cantor do Cabarroupa.
Mas nosso enredo, no final da década de 1930, vai se recolhendo para os salões. A elite Uberlandense começa a se reunir em bailes nos clube fechados, abandonando o carnaval de rua. Em 1946, apenas dois clubes, o Independente e o Flor de Maio, ambos compostos por negros, comparecem na avenida.
No carro de encerramento, temos Maximiliano Carneiro, mais conhecido como Coronel Hipopó, radialista, que tenta ressuscitar o carnaval de rua na década de 1950. Conseguiu, mas por pouco tempo. Começam na época os bailes do Praia Clube e do Uberlândia Clube. O Bloco das Piranhas, da década de 1980 também surge chamando o povo para a rua. Mas a cidade não conseguiu acordar para a alegria e irreverência do verdadeiro carnaval, que surgiu como festa popular de rua para brincar e debochar.
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