Stella Vieira

Ressureição de Jesus é celebrada de diversas formas

O Domingo de Páscoa, que comemora a ressureição de Jesus Cristo, é celebrado de diversas formas pelos segmentos cristãos. Nesse dia 5, os araguarinos se reúnem em várias igrejas para professar sua fé.

De acordo com Levi Siqueira, vereador pelo PMDB e pastor da igreja do Evangelho Quadrangular, esse é o momento em que os cristãos relembram a morte e o sacrifício de Jesus. “Celebramos a cruz do calvário, que Cristo nos proporcionou. Entendemos todo esse sofrimento como algo importante e celebramos de uma forma geral no domingo. Faremos um culto de celebração, com a Santa Ceia, partilhando o pão, que simboliza o corpo, e o vinho, que simboliza o sangue. Não teremos ritos específicos nesse domingo, mas celebraremos tudo o que Cristo fez por amor de todos nós, entregando sua vida na cruz, e mostraremos que ele ressuscitou e está vivo entre nós”. O pastor da igreja Apostólica Pentecostal da Vitória, Ronan Ciribelli, comenta que a Páscoa, antigamente, comemorava a libertação dos povos do Egito. “Nos dias de hoje, celebramos a ressureição. Faremos um culto na igreja, a partir das 19h30, direcionando a palavra para esse momento especial”.

O pastor Gelson Vilela de Souza, da igreja Batista Missionária, também realizará um culto em comemoração à Páscoa a partir das 19h30. “Faremos uma celebração normal. Algumas igrejas realizam a ceia cristã, que foi instituída por Cristo antes da crucificação. Jesus ordenou quando os discípulos se reunissem, deveriam comer o pão e o vinho. Cristo é o cordeiro, que foi oferecido pelo Pai, para remir os pecados e estabelecer livre acesso ao Criador. Quando ele entregou o espírito, disse que tudo estava consumado, então, as cortinas do templo se rasgaram e, nesse ato, ficamos livres e não dependemos mais de um sacerdote e dos cordeiros que eram sacrificados, pois Jesus passou por tudo isso no calvário. Nós cremos que Jesus ressuscitou no primeiro dia da semana e é nossa alegria celebrar esse ato glorioso que Deus concedeu à humanidade. Cantaremos louvores, pois éramos escravos perdidos e Ele nos salvou na cruz”.

Segundo o pároco da igreja São Judas Tadeu, Marco Aurélio Eurípedes da Silva, as celebrações na igreja católica tiveram início no Domingo de Ramos. “Iniciamos essa caminhada e graças a Deus contamos com a presença de muitos fiéis, acompanhando os atos que compuseram os primeiros dias da Semana Santa. Durante a manhã nos reunimos na igreja Santa Terezinha em procissão e a noite os fiéis puderam acompanhar a Benção dos Ramos e a missa de leitura da Paixão, proposta para aquele domingo”.

Na segunda-feira, ocorreu o depósito de Nossa Senhora das Dores na igreja Santa Terezinha e na terça-feira o depósito do Senhor dos Passos no colégio Antônio Nunes. “Quarta-feira os fiéis saíram dos locais e se concentraram na igreja São Judas, onde tivemos a oportunidade de ouvir a pregação do Diácono Antônio de Jesus e meditamos as Sete Dores da Virgem Maria. Foi um momento bonito da nossa espiritualidade”.

A Missa da Crisma foi celebrada nessa quinta-feira, 2, na Catedral de Santa Terezinha em Uberlândia. “O bispo e padres da diocese celebraram a Missa da Unidade, onde o bispo, além de fazer com que os padres e diáconos renovassem seu ministério sacerdotal, também abençoou os Santos Óleos, que são utilizados nos sacramentos de nossa comunidade, como o batismo, crisma e também dos enfermos”. A quinta-feira também marca o início do Tríduo Pascal, que é realizado em três celebrações, antecedendo o Domingo da Páscoa.

Nessa Sexta-feira da Paixão, a igreja católica propõe o jejum e a abstinência. “O jejum é recomendado para pessoas de 18 a 60 anos, que não tenham nenhum problema de saúde ou não usem medicamentos controlados. O fiel se abstém de uma das três grandes refeições do dia, podendo ser o café da manhã, almoço ou jantar. Privamo-nos em detrimento da mortificação do dia e também recordamos os nossos irmãos que nada têm”.

A igreja católica também propõe a abstinência da carne. “É bem verdade que amanhã os fiéis trocam a carne pelo bacalhau, que virou um prato chique de Sexta-feira Santa, mas a abstinência, na verdade é a falta que deveríamos sentir nesse dia, para vivenciarmos essa experiência do Cristo que morreu por nós. Alguns fiéis ficam sem a carne alguns dias da semana, então, são convidados pela igreja a encontrarem outras formas de abstinência para vivenciarmos esse dia“. A Via Sacra também será encenada nessa sexta-feira, a partir das 18h, na igreja Santa Terezinha, seguida por uma procissão e contemplação do Senhor Morto no esquife.

O Sábado de Aleluia também é uma celebração importante para os católicos. “Temos o costume de vivenciar a Sexta-feira da Paixão com grandes espetáculos e procissões, mas esquecemos de que o sábado é o momento central da nossa fé, pois tudo o que fizemos até agora é em vista da ressureição. A Vigília Pascal é uma celebração solene desse dia, que era celebrada pela igreja nas madrugadas, e todos somos convidados a participar desse momento, pois é um dia muito especial. Aqui na paróquia, estamos preparando carinhosamente a liturgia, para que os fiéis possam vivenciar realmente esse grito de aleluia que nos antecede a ressureição no domingo”. Nesse sábado, acontece também o Lual da Ressureição, na Igreja São José Operário, a partir das 23h.

O padre Marco Aurélio afirma que o domingo é o pilar da fé cristã. “Tudo o que vivenciamos desde a quarta-feira de Cinzas é em prol desse dia, no qual manifestamos que a cruz não tem a última palavra em nossa fé, mas que aquele homem crucificado e morto também ressuscita. No domingo, podemos gritar que aquele corpo não jaz morto, mas que está vivo e assim, olhando a vida de Jesus, podemos dizer verdadeiramente que este era o filho de Deus. É um momento de alegria”.

O Domingo de Páscoa se estende por oito dias. “É um momento tão importante que não pode ficar concentrado em apenas um dia cronológico. Temos que viver a Oitava da Páscoa com a mesma alegria de domingo. Essa celebração é muito significativa para os ortodoxos, que ao longo desses dias têm a tradição de se cumprimentarem dizendo ‘Cristo ressuscitou’ e responderem ‘Verdadeiramente, ele ressuscitou’. Isso mostra que não é apenas um rito litúrgico vazio, que celebramos na comunidade de fé, mas sim um momento que precisa impactar realmente na vida dos cristãos” concluiu Padre Marco Aurélio.