Diferença no preço da gasolina em Araguari e cidades vizinhas chega a R$ 0,40
qua, 26 de fevereiro de 2014 01:25População pede que comerciantes cobrem
preços condizentes com a realidade local

Tabelas afixadas nos postos mostram a diferença de preços em Araguari e Uberlândia. Fotos: Gazeta do Triângulo
SAMARA ARRUDA – Não são apenas 30 km que separam as cidades de Araguari e Uberlândia, a diferença está também no preço do litro da gasolina. O assunto vem gerando polêmica nas ruas e também nas redes sociais, onde uma página foi criada a fim de discutir sobre uma possível formação de cartel entre os 26 postos de combustíveis do município.
Segundo apurou a reportagem, o combustível é encontrado pelo valor médio de R$ 3,09 diferente de Uberlândia, que têm praticado o preço de R$ 2,69. O valor representa uma economia de até R$ 0,40. Devido à situação, muitos araguarinos estão mudando seus hábitos, como é o caso de Daniel Santos, 28 anos, que deixou de abastecer seu automóvel na cidade natal. “Chego a fazer pelo menos três viagens por semana à Uberlândia e neste último mês, aproveitei para encher o tanque; pelas minhas contas economizei em média R$ 80,00” afirmou.
Especialistas alegam que os impostos cobrados sobre os produtos nas bombas são os responsáveis pelo seu encarecimento, uma vez que em torno de 39% são direcionados à carga tributária. De acordo com alguns proprietários de postos de combustíveis, que não quiseram se identificar, a diferença está explicada na nota fiscal. Conforme afirmaram, não é possível dar desconto, pois eles também pagam caro pelo litro da gasolina.
Na tentativa de solucionar o problema, o promotor Valter Shigueo Moriyama entrou com uma ação civil pública, contra os postos de combustíveis. Segundo ele, não foi comprovada a existência de um cartel, mas ficou demonstrado pelas pesquisas divulgadas pelo Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (PROCON), que há um alinhamento de preço por setores nos postos de gasolina da cidade.
Conforme contou o promotor, a Minaspetro entrou com uma liminar que suspendeu temporariamente a ação civil. “Estamos aguardando a decisão do Tribunal, mas neste momento o mais importante é que a população se conscientize, pois o povo tem o poder de compra e deve boicotar este preço, seja abastecendo em outras cidades, ou fazendo campanhas para que os consumidores somente adquiram combustível nas rodovias, onde o preço permanece de acordo com a realidade do país,” afirmou Valter Shigueo.
Sobre a formação de cartel, o promotor esclareceu que a situação vem ocorrendo em todo o estado de Minas Gerais. “É preciso desestabilizar este monopólio; em Uberlândia, por exemplo, o cartel não conseguiu ganhar força porque existem postos que não se submeteram a implantar estes preços abusivos, como em Araguari e também Uberaba,” finalizou.
Pesquisa PROCON
O PROCON realizou nos dias 24 e 25 de fevereiro a primeira pesquisa após ação cível impetrada pelo Ministério Público. A pesquisa comprova que a ação do Ministério Público ainda não refletiu nas bombas pois os preços não sofreram nenhuma redução, em alguns postos houve acréscimo de 2,89% no litro do Etanol. Confira ainda a tabela divulgada, nesta terça-feira, 25 de fevereiro.
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