Dia da Legalidade, por Inocêncio Nóbrega
qui, 28 de agosto de 2014 10:08* Inocêncio Nóbrega
Nem tudo é sinistro no mês de agosto, apesar de acidentes, aéreos, terrestres e políticos, os quais ceifaram a vida de destacadas figuras do Brasil: Eduardo Campos, dia 13; JK, 22; Getúlio Vargas, 24. Tivemos, no dia 25 de 1961 a Renúncia de Janio Quadros, acarretando, por seus desdobramentos, grave crise institucional, em razão da insubordinação dos ministros militares, na época, a preceitos constitucionais os quais garantiam a posse, automática, do vice-presidente João Goulart. Iniciou-se, por esse ato de intransigência, um período de tensão e incertezas no país, ante a natural rebeldia do governo do Rio Grande do Sul, chefiado por Leonel Brizola.
No Palácio do Piratini, ameaçado de bombardeio, encontrava-se instalado o QG da Resistência. Brigada Militar, com baionetas escaladas; III Exército em prontidão; Base Aérea garantindo a integridade do espaço aéreo; o povo gaúcho, parte disposto à luta armada, enfim uma fortaleza intransponível em favor do cumprimento constitucional. A Rádio Guaíba, comandando a Rede da Legalidade, com mais de cem emissoras, espalhadas pelo Brasil, e até de países vizinhos, conduziam o inesquecível espetáculo de civismo.
Os discursos inflamados do governador Brizola levavam à população brasileira, aquela que professava a democracia, sua total adesão ao movimento. Passeatas, pronunciamentos de autoridades, estudantes, trabalhadores, Assembleias Legislativas e muitas Câmaras Municipais em vigília cívica; jornais e jornalistas agachados pela mesma causa, assim um cenário incomum na história do Brasil.
Tornaram-se irresistíveis, onde se pudesse escutá-las, as palavras como estas, de Brizola, pronunciadas na madrugada do sábado seguinte à renúncia. Depois de atribuir o impasse à “politicagem, aos sentimentos inferiores e aos golpistas de alguns círculos dessa República”: “não aceitaremos qualquer golpe, não assistiremos, passivamente, à qualquer atentado às liberdades públicas e à ordem constitucional. Defendemos a ordem legal, a Constituição e a dignidade do povo brasileiro”!
A campanha encontrou eco nas capitais e principais cidades, evitando o desfecho pior em Brasília, só contornada pela edição do parlamentarismo. Era grande a pressão militar, por sua vez pressionada por instâncias de superiores interesses internacionais. Quando retornamos à normalidade democrática, nada melhor que esse exemplo do passado, o de criarmos, nessa data, o Dia da Legalidade, coincidindo com o Dia do Soldado.
* Jornalista
inocnf@gmail.com
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