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Desabastecimento de vacina antirrábica no município deixa paciente sem tratamento

qui, 11 de dezembro de 2014 02:39
Idosa mordida por cachorro buscou atendimento
no Pronto Socorroe foi mandada para casa
A vítima da mordedura precisou buscar a vacina em outro município. Foto: Divulgação

A vítima da mordedura precisou buscar a vacina em outro município. Foto: Divulgação

DA REDAÇÃO – Uma idosa de 74 anos buscou atendimento no Pronto Socorro, nessa quarta-feira, 10, devido a um acidente de mordedura de cachorro que ocorreu no centro da cidade, porém, o município está sem estoque de vacina antirrábica.

Júnia Helena Vieira, vítima do ataque, conta que estava utilizando o celular em frente a uma loja, quando os animais se aproximaram. “Eram três cachorros. Eu ouvi os latidos e quando percebi um deles estava com os dentes na minha perna e atingiu uma veia”.

A senhora foi ao Pronto Socorro Municipal para receber a vacina antirrábica. De acordo com Luciano Vieira Lima, filho da vítima, após aguardarem meia hora, a enfermeira informou que a vacina não estava disponível. “Eles disseram que havia um desabastecimento da vacina em todo o estado e pediram para que a minha mãe voltasse para casa e ficasse em observação, mas a raiva é uma doença muito perigosa e não tem cura. Não é um caso para ficar em observação”.

A paciente pediu para que os atendentes informassem o local mais próximo onde poderia encontrar a vacina para que não ficasse sem o tratamento, porém, não conseguiu a informação. “Foi uma grande má vontade. Ninguém sabia dizer onde encontraríamos o medicamento. Disseram que poderia ter em Goiânia, São Paulo, Brasília ou Belo Horizonte, mas não fizeram contato nenhum e, depois de muita insistência, me informaram o telefone do fornecedor de vacinas do governo, mas eles não vendem esse medicamento para pessoas físicas”, conta o filho.

O medicamento não é fornecido em clínicas particulares e somente pode ser encontrado no Pronto Socorro. “Eles deveriam ao menos saber informar onde tem a vacina e não mandar uma idosa, mordida por um cachorro, para casa. Além disso, esses cães não deveriam estar soltos na rua. A prefeitura não oferece providências de profilaxia, recolhendo os animais das vias públicas e também não oferece o tratamento. Isso é um absurdo. É uma omissão do serviço público e de socorro médico”.

Segundo Luciano Lima, a solução foi procurar a vacina nas cidades mais próximas. “Como a raiva é uma doença incurável e não temos o cachorro para fazer a observação, não podemos ficar esperando. Mesmo que o Pronto Socorro não tenha a vacina, eles deveriam ao menos saber informar um local, mas se negaram a buscar a informação”.

De acordo com a coordenadora do departamento de Epidemiologia da secretaria de Saúde, Maria Lúcia Hirono, o desabastecimento é um problema nacional. “Solicitei um esclarecimento do Ministério da Saúde, pois estamos sem a vacina há uma semana. Aparentemente houve um atraso no cronograma de entrega por parte do laboratório que produz a vacina, mas esse atraso será regularizado”.

A coordenadora acrescenta que a Regional recebeu nessa quarta-feira um estoque de vacinas de rotina a ser distribuído para 18 municípios. “A antirrábica é uma vacina utilizada frequentemente, então nós nunca tivemos falta. Essa é a primeira vez. Vamos receber um estoque pequeno, disponível amanhã. A quantidade realmente é bem pouca, mas esse déficit de doses será por um curto período; então a população não precisa ficar alarmada”.

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