De onde vem?, por José Periandro
sáb, 19 de julho de 2014 00:00* José Periandro
De onde vem ódio tão intenso, tão explosivo, tão virulento, inflamando as mentes e os corações para delitos, conflitos, depredação, arruaça e desestabilização da ordem e da propriedade? Por que raiva medonha, indomável, que incita à quebradeira, à baderna, ao caos?
De quem parte a diretriz para que se adensem crueldade, desatino, grosseria, animosidade, palavras e atos ruinosos capazes de desencadear inúmeros conflitos, que se podem transformar em desforço físico e quiçá levar a morte inesperada e indesejada até mesmo um desconhecido, que ousou discordar de sujeito inamistoso?
Quem financia grupos terroristas que espalham pânico pelas cidades, agridem impiedosamente quem lhes recrimine as maldades e condene seus procedimentos, causando inestimáveis prejuízos morais e financeiros a cidadãos pacatos?
Quem são os raivosos, os trevosos, com seus abomináveis procederes, intransigentes no pensar e intolerantes no agir?
Quem são os caluniadores, anarquistas e difamadores contumazes, que diuturnamente se prestam a alimentar e difundir o mal e cometer iniquidades?
Como aceitar placidamente a ação deletéria de meliantes e inescrupulosos, farsantes que escondem opiniões e fatos para a prevalência de suas vontades desonrosas, canalhas a prevalecerem na hediondez, capachos usados para soerguer agentes do mal momentaneamente paralisados?
Enquanto tantos passam horrores, dissabores e amargores em um orbe cruento, a casta privilegiada, qual deusa da prosperidade, repudia os que choram à falta de uma côdea de pão, ignora a mãe que dolorosamente parte deixando seus meninos na orfandade, e deslustra o pai que furtou uma caixa de leite para minorar a fome de um bebê que se esvai em fome agônica. Não respinga um mínimo de piedade em elementos tão áridos?
A pecúnia empregada à farta para desestabilizar governo, promover intranquilidade, irrigar entidades clandestinas ou formalmente organizadas para fins espúrios, arregimentar entusiastas de causas nocivas e impopulares, visando afastar do poder quem legitimamente aprovado em consulta eleitoral é afrontar a constituição e a própria nação, merecendo não só repúdio, mas significativas penas, até mesmo de desterro, aquele que sobrepuja seu individualismo ao bem-comum.
Os tripulantes que embarcam em naus infames vislumbram uma parede nua sem pintura e não percebem que por trás desse muro lobos rapaces intentam derrubá-la, para isso nada importa que seres inocentes sejam sacrificados. A consciência de preservação da vida para monstros, detalhe insignificante. Quem não arrimado em riqueza e nobreza, mero número a ser facilmente descartado por essa corja.
Em movimentos desestabilizadores da ordem pública ou constitucional encontram-se os traidores da pátria, os venais cobiçosos, que por interesses mesquinhos agem em prol da riqueza nacional ou alienígena, acólitos que são do capitalismo sem fundamento social.
Greves. Paralisações. Inconveniências. Distúrbios. Insultos. Reivindicações absurdas, tudo isto meticulosamente programado para acontecer em determinado período, com o intuito de tornar o cotidiano insuportável e acirrar os ânimos para que na degenerescência da disciplina e em incontrolável onda terrorista, as pessoas comuns se aborreçam e abominem tudo quanto venha da política, e instalado o tumulto, sem que o poder constituído o vença rapidamente, os abutres baixem aos monturos e se apresentem como salvadores da pátria e se refestelem no banquete dos crápulas.
A maldade fomentada, fermentada e espalhada qual um tsunami de sordidez e lama, atinge toda a sociedade, salvo os indecentes que se apropriam dos estragos.
Quem suponha acrescer um côvado à sua estatura moral usando recursos de difamação, engodo e insulto como armas em combates covardes e desleais, desconhece ser um ente imortal, que passa breves dias sob o acolhimento terrestre, que a vida se plenifica na luz e na verdade, e que incontáveis vezes a alma deve revestir-se de carne e cobrir-se de dores para aprender a amar com lealdade.
Os homens poderosos, que lançam adversários em fornalhas inquisidoras, menosprezam, ridicularizam e prejudicam os pobres, e cometem improbidade, tudo em vista de seu bem-estar egoico, esperem em outras encarnações vidas miseráveis e traumáticas, debilidade orgânica, emocional, psicológica e social, porque isto se faz preciso para que no sofrimento viva em si mesmo a dor que causou a outrem e se transforme para e se reconcilie com Deus.
Não vale a pena cultivar-se ódio. A semente plantada gerará frutos desagradáveis e o semeador será obrigado a provar do sabor adstringente.
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