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Data alerta sociedade para prevenção de acidentes do trabalho

sex, 25 de julho de 2014 00:00

TALITA GONÇALVES – Uma data que marca a luta dos trabalhadores por melhorias nas condições de segurança e saúde. O Dia Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho, comemorado em 27 de julho, é também um alerta a sociedade sobre as condições de risco a qual milhões de brasileiros são submetidos diariamente.

A cada três horas de jornada diária, um trabalhador morre no Brasil, segundo dados da Previdência Social. O descumprimento das normas de proteção coloca o Brasil em quarto lugar no ranking mundial de países com alto grau de acidentes de trabalho, atrás apenas de China, Estados Unidos e Rússia.

Os números são alarmantes. Em 2012 foram registrados 705.239 acidentes, 2.731 mortes e 14.755 incapacitados para o trabalho. Estes são os casos que chegaram ao conhecimento das autoridades responsáveis. Diante da insegurança no dia-a-dia, o número real pode ser ainda maior.

Ainda existem muitos desafios para que esse triste quadro seja revertido. Professor e técnico em segurança do trabalho há quase 20 anos, Júberson dos Santos Melo afirma que o principal é mudar a consciência do empregador. “Antes de começar um empreendimento, seja em qualquer área, é importante saber os riscos a que serão expostos os trabalhadores, pensando em adotar medidas para evitar e amenizar isso. O empregador possui responsabilidade pela integridade de seus funcionários,” disse.

Juberson Melo também é representante do sindicato da categoria no Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba. Ele ministra palestras em empresas e trabalha na capacitação dos profissionais para disseminar informações importantes sobre o assunto.

Os acidentes de trabalho podem ser classificados em três tipos. Os típicos, quando o profissional se fere durante a atividade que exerce; ocupacional, quando desenvolve doenças decorrentes da função; e de trajeto, quando acontecem dentro do itinerário do trabalhador durante o horário do expediente, ou no tempo de chegada, saída e almoço. “Todos se originam por duas razões, ato inseguro ou condição insegura,” ressaltou.

No dia 1º de agosto, Juberson Melo ministra em São João Del Rey uma palestra durante evento relativo à data, representando o sindicato. São esperados profissionais das cidades de Mariana, Ouro Preto e Tiradentes. “Esse trabalho do sindicato não possui remuneração específica. Quando organizamos encontros ou as despesas de viagens, os recursos empregados são cedidos por empresários, pelos próprios técnicos e Ministério do Trabalho,” destacou.

Uma subsede do Sindicato dos Técnicos em Segurança do Trabalho está localizada na rua Dr. Afrânio, edifício Araguari, sala 2.

SEGURANÇA QUE GERA ECONOMIA

Investir em equipamentos e treinamentos para deixar o ambiente de trabalho seguro pode ser também vantajoso para o empregador. “A classe ainda não entendeu que os gastos com a correção chegam a ser quatro vezes maiores que os gastos com a prevenção. É o famoso barato que sai caro,” enfatizou o técnico.

Estima-se que 4% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro são gastos com segurança, saúde e previdência social. Os registros de aposentadoria por invalidez superam os índices de contribuição no país. “O trabalho seguro é viável para todas as partes: empregador, empregado e Estado,” concluiu.

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