Na última semana do mês de outubro, anterior ao feriado do Dia de Finados, a prefeitura de Araguari publicou um decreto municipal, em Correio Oficial, que previa a apresentação do chamado passaporte sanitário em espaços que aglomerassem mais de 100 pessoas na cidade.

A medida consiste, em outras palavras, na proibição da entrada, nesses eventos, de pessoas que não puderem apresentar o comprovante de que foram imunizadas contra a Covid-19.

Apesar da publicação, a regra só entraria em vigência, conforme previa o próprio decreto, nesta sexta-feira, 5 de novembro. Mas, antes mesmo que gerasse seus efeitos, o decreto caiu, após anúncio da administração atual da revogação do dispositivo.

O “passaporte da vacina”, conforme mostra pesquisa feita pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), já foi adotado por 249 de 1,8 mil prefeituras (13,4%), autorizando que pessoas imunizadas tenham acesso livre a shows, feiras, congressos, eventos e outros ambientes com aglomerações. Embora a entidade acredite que esse número possa crescer, a exigência não é unanimidade entre os administradores públicos.

Conforme anunciou a prefeitura de Araguari, a partir desta sexta-feira, 5, os locais com concentração ou fluxo excepcional a partir de 600 (seiscentos) participantes devem exigir do público em geral, inclusive dos colaboradores e funcionários, a comprovação da vacinação contra a Covid-19, já disponibilizada de acordo com a faixa etária e calendário de imunização (1ª e 2ª doses ou dose única), conforme intervalo preconizado pelo Programa Nacional de Imunização – PNI, mediante apresentação do Certificado de Vacinação Digital emitido pelo Ministério da Saúde, através do aplicativo ConecteSUS ou do Cartão de Vacina. A medida é alusiva ao que está previsto para cada fase do plano estadual Minas Consciente.

“Araguari optou por seguir a determinação do governo mineiro, uma vez que fazemos parte do Minas Consciente. Assim, vamos seguir o que o estado também segue”, explicou o secretário Municipal de Gabinete, Flávio Soares, em diálogo com a reportagem.

Também em reportagem à Gazeta do Triângulo, a secretária Municipal de Saúde, Soraya Ribeiro, destacou que a gestão entende ser o mais coerente seguir as diretrizes do Minas Consciente, uma vez que o município aderiu ao programa. “Achamos mais prudente seguir o que é cobrado no plano”, disse.

Outra mudança estabelecida na cidade é de que o comércio, igrejas e estabelecimentos em geral não precisarão mais apresentar o Plano de Contingência, que somente será obrigatório para eventos. A duração dos velórios também passou por atualizações, e agora eles podem ser realizados sem restrição de pessoas ou de duração. As restrições seguem apenas para os óbitos causados por Covid-19.

 

PANDEMIA NO MUNICÍPIO

O cenário municipal é extremamente otimista, e sem dúvida tem também motivado as flexibilizações anunciadas pela atual gestão.

A última semana apresentou baixos índices referentes à contaminação por Covid-19 no município, se comparados a meses anteriores. Além disso, a taxa de ocupação de Leitos de UTI teve queda satisfatória. No dia 1º de novembro chegou a haver apenas um leito ocupado de 20 disponíveis. Ontem, 3, haviam 5 lotações. No pior período do ano de 2021, registrado entre fevereiro e maio, com as devidas variações de acordo com cada semana epidemiológica, chegaram a ser registrados cerca de 30 leitos ocupados com demanda crescente em um único dia. A cidade também já completa praticamente uma semana sem registro de óbitos por coronavírus.

Conforme informa o “vacinômetro”, já são, pelo menos, 95.700 munícipes imunizados contra a Covid-19 com, no mínimo, a primeira dose.

Apesar dos bons índices alcançados com o avanço da vacinação, as medidas sanitárias, como uso de máscaras e álcool em gel, ainda devem ser observadas para evitar piora nos casos.