Quinta-feira, 12 de Setembro de 2024 Fazer o Login

Como e por que nasceu “Gazeta do Triângulo”

seg, 7 de março de 2016 08:55

Da Redação

Esta nota nós pudemos redigir graças à gentileza de Odilon Paes de Almeida, jornalista consagrado e um dos “factótum” do aparecimento deste jornal. Palestramos a respeito e pedimos-lhe apontamentos. E êle no-los mandou de S. Paulo e do Rio, onde se encontra de viagem.

Foi assim:

Tendo-se realizado em 1937 a concorrência pública para publicação de expediente normal da Prefeitura Municipal de Araguari, a única proposta apresentada foi pelo sr. Bolivar Bittencourt, estabelecido, naquele tempo, com uma pequena oficina gráfica, depois de haver exercido várias atividades comerciais, não só nesta cidade como no antigo distrito de Sant’Ana do Rio das Velhas, hoje município de Indianópolis, que desenvolveu apreciável influência política.

O sr. Bolivar Bittencourt se propunha, então, a editar um jornal, comprometendo-se a publicar o expediente municipal, nos termos da concorrência e segundo as condições que estipulara, desde que aceito seu oferecimento.

Atendendo à circunstância de ser o único proponente e de que o aparecimento de novo órgão de publicidade constituiria, sem dúvida, fator de progresso para a cidade, não teve dúvidas a Prefeitura em declarar aceita a sua proposta, firmando prazo dentro do qual se obrigaria o sr Bolivar a fazer circular o referido periódico.

Como e por que nasceu “Gazeta do Triângulo”

Capa edição número 001 e capa da edição 9453

 

Vencida essa primeira etapa do empreendimento em cogitação o sr. Bolivar Bittencourt, acompanhado do dr. Olavo Santos e do prof. Alfeu Medeiros, procurou o sr. Odilon Paes de Almeida, nome conhecido na imprensa regional (notadamente na de Uberaba, onde militou no “Correio Católico, “Lavoura”. “Gazeta de Uberaba”,” A Flama”, “A Gazetinha”, nas revistas “O Sorriso” e “Vesper”, e nesta cidade no “O Triângulo”) e com êle trocou as primeiras impressões sobre o assunto, visando concretizar o objetivo em referência.

Por sugestão daquele jornal: GAZETA DO TRIÂNGULO.

E assim surgiu nosso jornal há 20 anos atrás.

Muitos foram, então, os encorajadores dêsse movimento, podendo citar, como os mais atuantes, o Major Hortêncio Machado, dr. Olavo Santos, dr. Asdrubal Moreira, professor Alfeu Medeiros, Delermando Rangel, Odilon Paes de Almeida, Nicomedes Mariano Nunes, dr. Manoel Musa, Paulista Lausada, cel. Belchior de Godoi, Miguel Camarano, Brasil Acioli e João da Silva e Oliveira, e possivelmente mais outros, cuja lembrança falha ao ilustre informante.

Combinado o lançamento da folha, circulou seu primeiro número em 7 de março de 1937, com uma edição de 8 páginas e 3.000 exemplares.

O acontecimento foi comemorado festivamente, porém na intimidade. Assim foi que, na sala de redação do jornal, reuniram-se a noite, véspera daquele dia, as pessôas acima relacionadas, além de outras poucas convidadas e do sr. Prefeito municipal – dr. J. Jeová Santos – que a essa altura dos fatos já se constituiria em legítimo impulsionador do movimento que veio, afinal, contribuir para tornar realidade essa nova força propulsora de nosso progresso e que amparada com a ajuda de Deus se propunha a projetar sobre toda a vasta e rica região do Triângulo Mineiro.

A redação de “Gazeta do Triângulo” instalou-se, de inicio, no próprio prédio de residência do seu editor, na rua Rui Barbosa n 30-A (numeração antiga), figurando no cabeçalho, como diretor, o nome do dr. J. Alami Filho, como redator-secretário o do sr. Odilon Paes de Almeida, e como proprietário o sr. Bolivar Bittencourt.

Sobre a mesa de redação, como instrumento de irritação para os que ali trabalhavam, existia arcaico aparelho telefônico, que diziam ter o número 38.

Na confecção intelectual do jornal colaboraram nesse primeiro número dr. João Alami Filho, dr. Olavo Santos, dr. Pedro Sancher Lousada, dr. Hildebrando Pontes, prof. Alceu de Sousa Novaes, Odilon Silva, Antônio Brasil, Delarmando Rangel, Josias Batista Leite, dr. Jacir Fonseca, Cupertino Machado, Brasil Acioli e Odilon Paes de Almeida. Na parte material, dentre muitos outros, os senhores Raul José dos Santos e José Borges Marra, excelentes compositores gráficos e companheiros da primeira hora.

Do segundo número em diante outros brilhantes intelectuais engrossaram as fileiras dos que tinham sobre os ombros a responsabilidade da sua feitura, como colaboradores do jornal que surgia com tanta vontade de vencer.

Privado da cooperação de João Alami Filho que por absoluta falta de tempo não podia continuar no cargo que lhe fora oferecido, segundo publicação que fizera em 16 de maio de 1937, Gazeta do Triângulo sofreu nesta data a primeira modificação na sua existência iniciante, e já nesse dia circulava sob a direção de Odilon Paes, que passou a acumular os cargos de diretor e redator-chefe do jornal. Até aqui havia circulado 10 edições do jornal, que nasceu semanário e publicava-se aos domingos. Nova alteração veio, tempos depois, sofrer esta folha, na sua existência diretiva.

No dia 27 de agosto de 1939, dr. Olavo Santos assumiu o cargo de diretor, enquanto que permanecia como redator-chefe Odilon Paes de Almeida e o sr. Osvaldo Bitterncourt substituía, como gerente, o seu genitor e primeiro dono do jornal, Bolivar Bittencourt.

Daquela data em diante, Gazeta do Triângulo circulou normalmente até meados de 1940, sob a responsabilidade de Olavo Santos, diretor, Odilon Paes, redator-chefe, e Osvaldo Bittercourt, gerente, passando, só então, e a partir daquele ano, por novas modificações em sua estrutura intelectual, até aos tempos atuais.

Diário, há um ano, por esta casa tem passado grandes nomes da inteligência Araguari e seria falsa modéstia se aqui, hoje, dia festivo como foi há 4 lustros atrás, não recordássemos todos esses nomes que tanto impulsionaram a vida de Gazeta do Triângulo e souberam dar a Araguari um jornal do qual nos ufanamos, com justiça, rendendo-lhes a homenagem dos atuais responsável pela continuação da existência  deste periódico, a serviço de Deus e da Pátria consoante o lema que adotamos, o desejo puro e único de sermos úteis a coletividade.

Nenhum comentário

Deixe seu comentário: