Sexta-feira, 05 de Dezembro de 2025 Fazer o Login

Coluna: Pergunte ao doutor (04/05)

qua, 4 de maio de 2022 08:17

1-  O que é Maio Amarelo?

O movimento intitulado “Maio Amarelo”, foi criado com a intenção de chamar a atenção da sociedade sobre o alto índice de acidentes com mortes e feridos no trânsito de todo país. O objetivo é mobilizar empresários, governos, entidades diversas, sobre o tema e debatê-lo em toda sua amplitude. O Movimento MAIO AMARELO nasce com uma só proposta: chamar a atenção da sociedade para o alto índice de mortes e feridos no trânsito de todo o mundo. O objetivo do movimento é uma ação coordenada entre Poder Público e a sociedade civil. A intenção é colocar em pauta o tema segurança viária e, mais do que chamar a atenção da sociedade sobre os altos índices de mortes, feridos e sequelados permanentes no trânsito no país e no mundo, mobilizar o seu envolvimento e também dos órgãos de governos, empresas, entidades de classe, associações, federações, sociedade civil organizada para, fugindo das falácias cotidianas e costumeiras, efetivamente discutir o tema, engajar-se em ações e propagar o conhecimento, abordando toda a amplitude que o tema exige, nas mais diferentes esferas.

 

2-Qual o motivo do laço e da cor amarela e da escolha do mês de maio?

 

O mês de maio foi escolhido porque no dia 11 de maio de 2011, a ONU decretou a Década de Ações para a Segurança no Trânsito, tornando-se um marco mundial para o balanço das ações educativas e preventivas que o mundo inteiro realiza.

Também é no mês de maio a Semana Mundial de Segurança do Pedestre, também chamada de Semana Zenani Mandela, em referência à neta de Nelson Mandela, morta em um atropelamento aos 13 anos, na África do Sul.

É a vez de pintar o mês de maio de amarelo, que é a cor da advertência no trânsito e por isso, o seu símbolo não poderia ser diferente ao laço escolhido.

 

3-Qual o impacto dos acidentes de trânsito no mundo?

Os acidentes de trânsito são o primeiro responsável por mortes na faixa de 15 a 29 anos de idade, o segundo por morte na faixa de 5 a 14 anos e o terceiro por morte na faixa de 30 a 44 anos. Atualmente, esses acidentes já representam um custo de US$ 518 bilhões por ano, ou um percentual entre 1% e 3% do produto interno bruto de cada país.

Se nada for feito, a OMS estima que 1,9 milhão de pessoas devem morrer no trânsito em 2021 (passando para a quinta maior causa) e 2,4 milhões, em 2030. Nesse período, entre 20 milhões e 50 milhões de pessoas sobreviverão aos acidentes a cada ano com traumatismos e ferimentos. A intenção da ONU com a “Década de Ação para a Segurança no Trânsito” é poupar, por meio de planos nacionais, regionais e mundial, cinco milhões de vidas até 2020.

O Brasil aparece em quinto lugar entre os países recordistas em mortes no trânsito, precedido por Índia, China, EUA e Rússia e seguido por Irã, México, Indonésia, África do Sul e Egito. Juntas, essas dez nações são responsáveis por 62% das mortes por acidente no trânsito.

 

4-Qual é a magnitude do problema representado pelos acidentes de trânsito em termos de morbidade e mortalidade em nosso País?Nos pacientes jovens, com menos de 35 anos, os acidentes de trânsito e a violência urbana são as causas mais importantes de mortalidade. Especificamente, em se tratando da população masculina com menos de 35 anos, os acidentes de trânsito são a primeira causa de morte no Brasil inteiro. Embora não se tenha dados confiáveis a respeito, provavelmente eles sejam também a causa principal de morbidade, lesões e incapacidades graves nessa faixa etária.

 

5-Entre os acidentes de trânsito, quais são os mais frequentes?

Apesar de o Brasil ser um país tão grande e com tantas estradas, os acidentes ocorrem com mais frequência dentro do perímetro urbano, nas ruas ou avenidas de alta velocidade. Em geral, são acidentes graves e os que trazem maiores problemas em termos de saúde. Em cidades como São Paulo, por exemplo, prevalecem os atropelamentos e os acidentes com motocicletas nos quais as vítimas costumam sofrer lesões muito sérias e até fatais.

A propósito, não se pode deixar de mencionar a questão do álcool, uma droga lícita responsável por grande parte dos acidentes. Todo o mundo acha que pode beber um pouco, pegar o automóvel e sair por aí e nossa sociedade é permissiva e complacente com as pessoas que dirigem embriagadas.

 

6-Que perigo as motos representam no trânsito das cidades?

Nas regiões urbanas, em termos de vítimas graves ou fatais, acidentes com motos só perdem um pouco para os acidentes com pedestres. Se considerarmos o número de pessoas que anda a pé e o número de motoqueiros, proporcionalmente as motos representam um problema maior na cidade de São Paulo. Basta observar como os motoboys dirigem entre os automóveis nos corredores de trânsito, para se ter uma ideia do risco que correm. De um lado são jovens com menos de 20 anos submetidos a condições de trabalho absurdas, que ganham por corrida que fazem e têm de cumprir prazos e horários rígidos. De outro, são jovens interessados num esporte radical que lhes libere muita adrenalina.

As autoridades de trânsito devem estar conscientes do problema, mas acredito que haja certa pressão para manter essa atividade profissional num país onde arranjar emprego está cada dia mais difícil. No entanto, as perdas humanas e os custos sociais são bastante altos. Em geral, as empresas não registram esses funcionários que trabalham como autônomos, não têm seguro saúde e vão parar nos hospitais públicos onde chegam a ficar internados por meses, às vezes, um ano inteiro, e de lá saem, em muitos casos, com sequelas permanentes. As empresas deveriam incluir no custo um seguro para os motoboys que sofressem um acidente. Além disso, é preciso tomar providências a fim de evitar que nossos jovens continuem morrendo por uma postura inadequada no trânsito.

 

Nenhum comentário

Deixe seu comentário: