Coluna: Furando a Bolha (07/07)
sex, 7 de julho de 2023 08:06FURANDO A BOLHA –
Carlos Alberto de Nóbrega, Sílvio Santos, Cristiano Zanin e Lula
Na última segunda-feira, no programa Roda Viva, veiculado na TV Cultura, o apresentador Carlos de Nóbrega afirmou que, se tivesse a oportunidade de fazer uma pergunta ao presidente da República, Lula, seria se o fato de ele não possuir diploma o desabilitaria para o exercício da presidência.
Obviamente, essa pergunta, se feita ao presidente, geraria constrangimento. Não pelo fato de ele não possuir a graduação, mas sim pela mentalidade tacanha do Sr. Nóbrega e seu profundo desconhecimento sobre a questão, sem falar no elitismo inerente da questão.
Carlos Alberto é funcionário do maior comunicador da TV brasileira e, sem dúvidas, um dos mais bem-sucedidos empresários e animadores da história, Sílvio Santos (Senor Abravanel), que também não possui o diploma universitário, mas sim um técnico, assim como o atual mandatário.
Um diploma formal não garante a expertise ou a competência natural de uma pessoa, sendo apenas a conclusão de um fato jurídico que habilita a pessoa em uma determinada área. Não o torna melhor ou superior a ninguém. Se assim fosse, não teríamos milhares de médicos prescrevendo cloroquina e ozônio anal para a Covid-19, mesmo após os estudos das maiores universidades do mundo descartarem completamente esses métodos. Um diploma também não garante que um advogado defenda a atuação do Moro e Dallagnol na Lava Jato. Um diploma não garante que contadores e cargos de chefia com pós-graduações não cometam fraudes fiscais nas Americanas no valor de 40 bilhões de reais.
Ao mesmo tempo, esse pensamento, vindo de uma parcela da população que adora excluir o cidadão do debate político-social apenas por não possuir um bacharelado, é o mesmo que cria estratos sociais e de exclusão. Ora, Steve Jobs não tinha diploma, Bill Gates também não, Ralph Lauren, Armancio Ortega, todos bem sucedidos nas suas áreas de atuações, diga-se de passagem. Será que eles deveriam ter vergonha por não possuírem o diploma que Carlos Alberto tanto vangloria?
Válido ressaltar que o humorista é bacharel em Direito e obteve sua carteira da OAB na década de 50, mas nunca protocolou uma ação em sua vida. Ele sempre trabalhou no meio artístico. Isso o desqualificaria em comparação aos artistas que possuem diploma universitário em Artes Cênicas?
Muitos me perguntaram o que eu achava de Zanin ser ministro sem ter mestrado ou doutorado. A raiz deste pensamento é a mesma do ocupante do banco da praça, um ministro do STF precisa ser mais generalista, pois lidará com todas as matérias constitucionais presentes na Constituição da República. Portanto, julgará sobre direito civil, penal, tributário, esportivo, entre outros. Dessa forma, o Dr. Zanin, que atuou por mais de 20 anos na advocacia e é amplamente reconhecido no meio jurídico como um exímio advogado, inclusive, vale ressaltar que ele não atuava na área penal até defender Lula das acusações da Lava Jato, e como se viu, fez um grandioso trabalho.
Dessa forma, caro leitor, a pós-graduação estrita, que envolve mestrado e doutorado, é mais voltada para o ambiente acadêmico. O estudioso suponhamos que seja um biólogo, na graduação estuda a vida e os organismos vivos, no mestrado, como a asa do urubu ajuda em seu voo, e no doutorado, como a pena na asa ajuda em sua aerodinâmica. É claro que, para obter o doutorado, seria necessário haver uma inovação nessa tese.
Trouxe esses exemplos para demonstrar que um diploma não necessariamente torna uma pessoa mais sábia ou culta, nem a coloca em uma posição de superioridade que exclui aqueles que não o possuem. Eu mesmo conheço várias pessoas que me ensinam sobre diversos assuntos todos os dias, seja no escritório, conversando com os clientes ou na vida. Portanto, Calzalbé, nunca é tarde para aprender. Para aquele que está há tantos anos na praça lendo o mesmo jornal, está na hora de virar a página.
Leandro Alves de Melo, bacharel em Direito pela UFU, advogado, colunista, é sócio proprietário dos escritórios Alves & Melo Advocacia MG e GO, pós-graduado em gestão de pessoas INESP/SP (2018-2020), especialista em Direito Previdenciário pelo IEPREV/BH (2020 a 2022), pós-graduado em Direito Constitucional pelo Instituto de Direito Público de Brasília (2019-2022), Top of Mind 2023: Advogado Previdenciarista.
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Perfeito seu texto.
Excelente, excelente, excelente abordagem sobre esse assunto que foi tão comentado. Concordo plenamente com seus argumentos, é muito ridículo, e demonstra todo o preconceito do Sr calzalbé, além de um ódio de classe disfarçado em preocupação com ” o jeito que o país tá”, como se o Brasil nos 6 anos pós golpe, e 4 anos do governo da morte e destruição de Bolson4ro e Guedes fosse o paraíso. Longe disso, nós sabemos. Vivemos o inferno, a destruição de todas as políticas públicas que deram certo, o ódio disseminado todos os dias, a mentira como forma de desgoverno. Além do fato muito bem apresentado de que um diploma não faz ninguém melhor, o caráter, a ética, a empatia e muitas outras questões é que fazem toda diferença. Parabéns, Leandro, vc foi brilhante e muito competente em sua análise. 👏👏👏👏👏👏👏👏👏💯❤️🇧🇷
Muito bom o texto. Concordo com tudo. A coluna do Dr Leandro é a melhor deste jornal disparada.
O melhor texto que li esse ano. Dr Leandro expôs esse assunto com muita coerência, verdade e inteligência. Parabéns Dr.
Se bem que na minha área mal remunerada e que dou graças a Deus pelo que ganho, passei muito tempo ganhando bem menos que os outros porque não tinha diploma do superior, depois que terminei Três ou Quatro anos após é que comecei a ganhar igual aos outros, geralmente em algumas áreas como política e outros não é preciso principalmente quando à pessoa tem o QI bem alto e sabe trabalhar com a cabeça. Mas às pessoas precisam estudar sim, se qualificarem, temos escolas grátis até o Terceiro colegial, o aluno não tem despesas com nada, Dezesseis, Dezessete anos já estão todos livres e muitos fogem da escola no Sétimo, Oitavo e Nono ano para mexer com coisas erradas e também não levam os estudos à sério. Políticos não gostam de cidadão crítico.
Eu votei nesse PT Quatro vezes no passado, nunca prestei atenção que eles descontavam Sindicato no pagamento da minha mãe e de todos os outros que recebem do INSS eu via ela falar o valor que recebeu e eu achava estranho o salário não vir completo, porque o marido dela foi da Estrada de Ferro Goiás e eles não podiam fazer isso e quando eu prestei atenção já estava no fim do governo da Dilma e eu fui no advogado e ela não estava em condições de participar de audiência para receber pelo menos Cinco anos, ainda bem que no governo Fernando Henrique saiu uma lei e ela conseguiu o Tesouro Nacional que ele recebia, mas com a saída da Dilma foi cortado esse negócio de Sindicato. Foram Quatorze anos de cobrança indevida de Sindicato, se a minha mamãe não tivesse falecido no final do ano passado e eles começassem a descontar, no outro dia eu já estava lá na porta do advogado que é meu vizinho.
E eu que não sabia que a Dilma foi assaltante de bancos e eu achei um jornal aqui na minha casa há alguns anos atrás, de um militar do Exército contando que saíram de Araguari um grupo ali por volta de 71 eles foram para Catalão prender a Dilma porque ela tinha assaltado um banco no Rio de Janeiro, só que ela e os comparsas fugiram, no Pinterest tem tudo sobre ela, a carteira de procurada de justiça, tem tudo da época. O Bolsonaro acabou com as invasões nas fazendas, agora já estão voltando a invadir e ainda mentindo que as terras são do INCRA. Certamente pensam assim: Fulano voltou, já podemos iniciar os trabalhos. Mas às pessoas têm que estudar sim e procurar ser alguém na vida, trabalhar, nem todos nasceram com um QI elevadíssimo para contar com a sorte.
Não precisar estudar é coisa para pessoas que vieram de famílias ricas que o pai tem muitas fazendas, muitas propriedades, o estudo não vai fazer falta, mas pobre se quiser melhorar de vida tem que estudar e trabalhar sim. Eu conheço político que não terminou a faculdade e é uma beleza na arte de tapear às pessoas na época das eleições, deve pegar um salário de quase Cem Mil por mês com os penduricalhos, mas acha os memória curta para conservar.