Coluna: Direito e Justiça (26/05)
qui, 26 de maio de 2022 10:33Direito e Justiça:
Pinga – Fogo
Se a vinda da UEMG concretizar-se, será sem dúvida uma conquista fenomenal. Acredito que Araguari comportará perfeitamente o IMEPAC e a UEMG. Eis os três Cursos que eu escolheria para começar: Odontologia, Agronomia e Direito. Depois deles, com certeza, outros virão. Boa sorte nesse projeto, Deputado Raul Belém…!
– Antigamente, a palavra empenhada dispensava a redação de um contrato. Pactuava-se pela honra pessoal, tomando-se como testemunho um fio de barba. Tudo isso mudou, mas é bom dizer que a mentira escandalosa e exagerada diminui ou desaparece por si; já a mentira mais amena e verossímil possui uma boa chance de vir a substituir a verdade. Todavia, ambos os tipos são mentiras…!
– Poder, dinheiro, sexo e corrupção são os quatro irmãos que sempre dominaram o mundo; juntos ou separados, todos os querem de um jeito ou de outro. – Por aqui, como sempre, haverá excesso de candidatos para votos insuficientes ou desperdiçados. Dizem os incautos que postular é um direito; digo eu que neste nosso caso é uma baita burrice. Pagaremos um alto preço…!
– A coisa só irá endireitar, quando pessoas de bem puderem candidatar-se de forma avulsa, prescindindo desses Partidos Políticos de fachada e dessas legendas de aluguel, que têm seus donos e seus caciques. Se e quando esse dia chegar, eu creio que a representação popular será mais autêntica e mais séria do que a que temos hoje em dia. Porém, do jeito que as coisas caminham, tudo isso não passa de um sonho. Uma pura e simples utopia…!
– Alianças e conchavos políticos que eram inviáveis ou muito pouco prováveis há pouco mais de vinte anos, hoje, são comuns e até incentivados. Ninguém mais se espanta, quando antigos inimigos jurados abraçam-se e trocam afagos. Água mistura-se com óleo, o joio e o trigo tornam-se uma coisa só. Sinto asco e neles não votarei…!
Os Três Obreiros:
(Trabalho Maçônico)
Os Três Obreiros:
Em um Canteiro de Obras, três atarefados operários preparavam pedras para a construção de um grande Templo, quando um transeunte aproximou-se do primeiro e perguntou-lhe:
– O que estás fazendo, meu amigo?
– Preparo pedras! — respondeu-lhe secamente o Pedreiro.
O desconhecido encaminhou-se para o segundo e interrogou-o do mesmo modo.
– Trabalho pelo meu salário! — foi a resposta.
Dirigiu-se, então, ao terceiro e fez a mesma pergunta:
– O que estás fazendo, meu amigo?
O operário, sereno, cheio de alegria e de orgulho pelo seu Trabalho, fitando seu inquiridor, respondeu com entusiasmo:
– Pois, não vês? Estou construindo uma Catedral!
2 – TRÊS RESPOSTAS DIVERSAS:
As perguntas, endereçadas pelo estranho aos três trabalhadores daquela construção. foram exatamente as mesmas, sendo-lhes indagado o que faziam, quando era óbvio, aos que por ali passavam, que preparavam pedras para uma enorme edificação.
Todos eles cumpriam o seu dever, mas faziam-no de formas absolutamente diferentes.
O primeiro operário desobrigava-se de uma tarefa para ele exclusivamente material, grosseira, cansativa e monótona. Não o animava qualquer perspectiva.
O segundo tinha posta na sua mente apenas a esperança da recompensa, que adviria do pagamento do seu esforço, numa remuneração justa e necessária, sem dúvida, mas também mecânica, imutável, ambiciosa e egoísta.
O terceiro conseguia unir seu trabalho ao ideal, que deveria tornar-se concreto um dia, quando o seu labor, reunindo-se e somando-se ao dos demais trabalhadores, faria com que se vislumbrasse, de fato, naquele Canteiro de Obras um magnífico Templo, que daria, então, testemunho permanente dos seus esforços.
3 – OS TRÊS OBREIROS NA MAÇONARIA:
Também entre todas as pessoas, bem como entre os Maçons, se atentarmos bem, poderemos facilmente encontrar os mesmos Obreiros daquele Canteiro de Obras, que se comportarão e darão as mesmas respostas que foram dadas ao passante.
O Irmão que malha na Pedra Bruta, sem maior interesse e afinco no sentido de obter progresso, conhecimento e satisfação moral no seu Trabalho, torna-se dele um escravo e, à semelhança do primeiro operário, está irremediavelmente preso ao imediatismo e ao materialismo de sua obrigação diária e rotineira. É um medíocre.
Já o Irmão que, desatendendo as advertências a ele dadas, quando do seu ingresso em Loja, e que adentrou em nossa Ordem, seja por censurável curiosidade, por falta de melhor opção para si, por tola imitação, por vil desejo de auferir vantagem de qualquer sorte, sem dar a devida contribuição que dele se esperaria como Obreiro útil e dedicado, é ambicioso, egoísta, fomentador de discórdia e que não persevera na faina diária, necessária ao aprendizado.É um perjuro, um traidor, um crápula, que vende o seu Templo e o dos Irmãos.
Finalmente, é bom e verdadeiro cidadão, e também Maçom, o Irmão que se mostra mais humilde e satisfeito, sereno, abnegado e feliz no seu trabalho, tendo um ideal representado naquela inquebrantável esperança de que o seu próprio e constante esforço, por mais pequenino e anônimo que seja, haverá de contribuir para o acabamento da Imponente Catedral, que será o Grande Templo da Virtude.
4 – CONCLUSÃO:
Sem ofensa, arrogância ou pedantismo, o Maçom não é um homem comum, pois dele exige-se um cuidado maior e um abandono permanente dos seus interesses mais egoísticos e viciosos. Terá de esmerar-se para dominar sua vontade e submeter suas paixões.
O Maçom terá que ser como o terceiro operário, construindo e tendo dentro de seu peito um ideal de progresso pelo trabalho tenaz e incessante, para a obtenção da Luz do Conhecimento, advinda do despojamento de suas próprias rugosidades, a fim de que ele se torne uma pedra polida e hábil para o encaixe com as outras, eis que bruta e sozinha não terá valor algum.
Conseguintemente, em cada uma de nossas Lojas, devemos primar por uma conduta que nos faça ser de fato um Pedreiro Livre, que consegue vislumbrar na simples pedra a futura Catedral, para tanto preparando nossa própria pedra, mas nunca nos esquecendo das pedras de nossos Irmãos, que, também desbastadas, formarão um conjunto harmonioso e indestrutível.
No entanto, se nos descuidarmos, nossa pedra poderá lascar ou quebrar-se, tornando-se imprestável, acontecendo o mesmo, se um de nossos Irmãos, a quem pudermos de alguma forma ajudar, não receber nosso auxílio na hora de sua necessidade.
Então, por nossa própria culpa, não somente a Loja virá abaixo, mas toda a Construção do Templo cairá sobre nossas impiedosas, intolerantes, orgulhosas e inúteis cabeças.
E, se tal ocorrer, que Deus, o Grande Arquiteto do Universo, nos ajude!
• Rogério Fernal .`.
Mestre Maçom, Advogado, Juiz de Direito aposentado. ex-Professor Universitário de Direito, conferencista e articulista
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