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Coluna: Direito e Justiça (22/08)

qui, 22 de agosto de 2024 10:17

Viva o Rio Grande do Sul:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

– A resiliência e a coragem do povo gaúcho são históricas e admiráveis. Os gaúchos foram e serão sempre os defensores do Sul do Brasil. Nestes dias turbulentos e imprevisível, eles não se dobram nem mesmo ante as intempéries e os desastres naturais. Não desistem. Jamais…!

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Viva o Rio Grande do Sul:

 

– Deliberei aqui homenagear o valente e brioso povo gaúcho.

– Desde os combativos tempos da Província de São Pedro.

– Escolhi, para tanto, uma das canções mais emblemáticas.

– Querência Amada, na voz do inimitável e saudoso Teixeirinha.

– Eu digo a vocês: se não fosse mineiro, gostaria de ser gaúcho.

– Sim, eu gostaria; com muito orgulho e muita honra. Tchê…!

 

 

Querência Amada:

Teixeirinha

 

Quem quiser saber quem sou Olha para o céu azul E grita junto comigo Viva o Rio Grande do Sul.

 

O lenço me identifica Qual a minha procedência Da província de São Pedro Padroeiro da querência.

 

Oh, meu Rio Grande De encantos mil Disposto a tudo pelo Brasil Querência amada dos parreirais Da uva vem o vinho Do povo vem o carinho Bondade nunca é demais.

 

Berço de Flores da Cunha E de Borges de Medeiros Terra de Getúlio Vargas Presidente brasileiro.

 

Eu sou da mesma vertente Que Deus saúde me mande Que eu possa ver muitos anos O céu azul do Rio Grande.

 

Te quero tanto, torrão gaúcho Morrer por ti me dou o luxo Querência amada Planície e serra Dos braços que me puxa Da linda mulher gaúcha Beleza da minha terra.

 

Meu coração é pequeno Porque Deus me fez assim O Rio Grande é bem maior Mas cabe dentro de mim.

 

Sou da geração mais nova Poeta bem macho e guapo Nas minhas veias escorre

O sangue herói de Farrapos.

 

Deus é gaúcho De espora e mango Foi maragato ou foi chimango Querência amada Meu céu de anil Este Rio Grande gigante Mais uma estrela brilhante Na bandeira do Brasil”

(Repetir)

 

O Dialeto Gaúcho:

O dialeto gaúcho, também conhecido como dialeto guasca ou gauchês, é um dialeto do português falado no Rio Grande do Sul e em parte de Santa Catarina, tendo sido fortemente influenciado pelo espanhol (ou castelhano), por força da colonização espanhola, naquela região e possuindo influência mais restrita do guarani e de outras línguas indígenas.

 

 

Contém diferenças léxicas e semânticas muito numerosas em relação ao português padrão. Isso causa, às vezes, dificuldade de compreensão de um diálogo informal entre dois gaúchos por parte de pessoas de outras regiões brasileiras, muito embora não impeça a compreensão do todo ou do contexto. Dialeto (ou regionalismo, sim; outra língua, ainda não! Como outras variações regionais por este Brasil-continente.

 

Na fronteira com o Uruguai e a Argentina, a antiga influência castelhana ainda se acentua, enquanto nas regiões colonizadas por alemães e italianos são mantidas as respectivas influências e características. Algumas palavras de origem africana e até mesmo da língua inca também podem ser encontradas.. Existe um dicionário do “gauchês” (gaúcho-brasileiro), publicado pelo filólogo Batista Bossle, listando as expressões regionais e seus equivalentes na língua culta (ou normal e padrão). Vale muito a pena pesquisar este pitoresco vocabulário lá da antiga Província de São Pedro (hoje, o Estado do Rio Grande do Sul).

 

Trago alguns gauchismos trazidos na canção e o famoso “tchê”:

 

QUERÊNCIA: lar, moradia,, pago, rincão, cidade natal. Com origem etimológica no espanhol querencia: ação de amar ou querer bem, local que se ama.

MANGO: Relho de cabo grosso, com uma bola na ponta e soiteira (açoiteira) larga ou média.

GUAPO: Corajoso, valente, esbelto, airoso, elegante.

MARAGATO: Corrente política gaúcha, que se identificava por um lenço vermelho em volta do pescoço.

CHIMANGO (ou Ximango): Corrente política gaúcha, que se identificava por um lenço branco, envolvendo o pescoço.

MARAGATOS E CHIMANGOS: As duas correntes (com outros nomes) digladiavam-se politicamente no Rio Grande do Sul desde o período regencial e o Segundo Império (Guerra dos Farrapos; 1835 / 1845), passando pela Revolução Federalista de 1893 e até a Revolução (revolta) de 1923. Nesta última, os Chimangos eram adeptos de Borges de Medeiros, que buscava a reeleição permanente no governo do Estado (permitida pela Constituição estadual gaúcha), enquanto os maragatos apoiavam Assis Brasil.

GUERRA DOS FARRAPOS (Revolução Farroupilha); No seu auge, os Farrapos (ou Farroupilhas) dominaram o Rio Grande do Sul e chegaram a proclamar a “República Juliana” em Santa Catarina. Destacaram-se vultos como Giuseppe (José) Garibaldi e sua mulher Anita Garibaldi ( os chamados “heróis de dois mundos”, porque lutaram na América do Sul, Brasil e Uruguai, e na Itália)), Bento Gonçalves, Davi Canabarro e Bento Manuel Ribeiro. A insurreição farroupilha somente teve um fim honroso com a intervenção inteligente e conciliadora de Luís Alves de Lima e Silva (o Duque de Caxias).

 

E, para finalizar, trago três expressões inseparáveis de um gaúcho de raiz e que somente ele sabe tonalizar corretamente e que, por isso, são autênticos xiboletes, ou seja, senhas ou travas linguísticas, características de regiões ou grupo de pessoas e impossíveis de serem pronunciadas (exatamente) por outras. São bah, tchê e barbaridade:

 

TCHÊ: . Interjeição gauchesca. Expressão empregada geralmente no final de uma frase, como demonstração de espanto, surpresa ou como forma de chamar a atenção de alguém, como se fosse um vocativo.. Exemplo: “Mas bah, tchê, tava bom barbaridade”, “o que é isso, tchê?”

BAH: interjeição gauchesca que exprime surpresa, admiração reprovação. Indiferença, desprezo. Enfim, posta no começo ou no fim de uma frase (ou solta), e dependendo do tom de voz, serve para expressar praticamente tudo.

BARBARIDADE: Interjeição gauchesca. Exprime espanto, admiração, estupefação: cuê-pucha (é bicho mau, o homem), barbaridade! Aquela moça é bonita barbaridade. Pode significar também “não é possível”, “puxa vida”, “que coisa absurda”

 

O “Português Brasileiro” é tido e havido (e com razão) como sendo a língua (ou linguajar) mais doce, melodiosa e linda do mundo, mercê das contribuições africanas, ameríndias e europeias, sobretudo.. E assim também o são os falares regionais do Brasil.

 

É preciso valorizar. todo este patrimônio valiosíssimo que temos.

 

Araguari – MG, 22 de agosto de 2024.

Rogério Fernal .`.

 

 

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1 Comentário

  1. ELIANE disse:

    Ninguém cantou o Rio Grande do Sul com tanto amor ao seu Estado como o Teixeirinha e em especial a sua cidade Passo Fundo com a música Gaúcho de Passo Fundo, ele usava um lenço vermelho e tem outras músicas também que ele homenageia como Querência Amada. Gaúcho é um povo forte. No passado século Dezenove na época das grandes revoluções quando o Uruguai ainda não era independente nas fronteiras eles misturavam o idioma falando várias palavras em espanhol mañana manhana manhã em Português. Eles queriam se tornar independentes, se não fosse o D. Pedro ll. Dos anos 2000 para cá os heróis nacionais foram desprezados dos livros de História, principalmente o Caxias e os alunos nem sabem da importância dele. O Sul é um pedaço da Europa no Brasil e se não fosse a força dos imigrantes o Brasil não seria o que é hoje, basta olhar a marca dos produtos.

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