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Coluna: Direito e Justiça (07/09)

qui, 7 de setembro de 2023 09:28

Direito e Justiça:
Ele é a minha arma:
– Por mais difícil que esteja a vida, eu não o vendo por dinheiro algum.
– Eu não o dou nem mesmo por pedidos de parentes ou de falsos amigos.
– Eu não o atrelo a ideologias demagógicas nem a conchavos políticos.
– Eu não o troco e nem desprezo por favores ilusórios ou passageiros.
– Para dá-lo a alguém, a pessoa terá que possuir valores e ser gente.
– Eu sei que o seu preço é inestimável e que um dia será reconhecido.
– Eu sei que um dia, cedo ou tarde, ele fará grande e feliz este país
– Eu sei também que terei cumprido com o meu dever de cidadão.
– Eu sei que as gerações futuras ficarão gratas e farão o mesmo.
– A minha arma certeira é e será sempre o meu VOTO…!
A mulher valorosa que “independizou” de verdade o Brasil:
(A carta da Imperatriz Leopoldina a Dom Pedro e que motivou o grito do Ipiranga)
DESTAQUES:
• “Pedro, o Brasil está como um vulcão… … o pomo está maduro, colhei-o, já, senão apodrece”….
• “Com o vosso apoio ou sem o vosso apoio, ele (o Brasil) fará a sua separação”.
• “Pedro, o momento é o mais importante de sua vida; já dissestes aqui o que ireis fazer em São Paulo. Fazei-o, pois”.
• “Tereis o apoio do Brasil inteiro e, contra a vontade do povo brasileiro, os soldados portugueses que aqui estão, nada podem fazer”.
• DIGO EU: A HISTÓRIA terá de resgatar a importância da Imperatriz Leopoldina na proclamação formal de nossa independência política, que foi conveniente e propositalmente apagada ou diminuída pela República
• DIGO MAIS: até receber essa carta de sua esposa e amiga, Dom Pedro duvidada e mostrava-se inseguro e temeroso; depois dela, com erros e acertos, marchou para fazer e ficar na HISTÓRIA.
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Rio de Janeiro, 2 de setembro de 1822.
Pedro, o Brasil está como um vulcão. Até no paço há revolucionários. Até os oficiais das tropas são revolucionários. As Cortes Portuguesas ordenam a vossa partida imediata, ameaçam-vos e humilham-vos. O Conselho de Estado aconselha-vos para ficar. Meu coração de mulher e de esposa prevê desgraças, se partirmos agora para Lisboa.
Sabemos bem o que têm sofrido nossos pais. O rei e a rainha de Portugal não são mais reis, não governam mais, são governados pelo despotismo das cortes que perseguem e humilham os soberanos a quem devem respeito.  Chamberlain vos contará tudo o que sucede em Lisboa. O Brasil será em vossas mãos um grande país. O Brasil vos quer para seu monarca. Com o vosso apoio ou sem o vosso apoio ele fará a sua separação. O pomo está maduro, colhei-o já, senão apodrece.
Ainda é tempo de ouvires o conselho de um sábio que conhece todas as cortes da Europa que, além de vosso ministro fiel, é o maior de vossos amigos. Ouvi o conselho de vosso ministro, se não quiserdes ouvir o de vossa amiga. Pedro, o momento é o mais importante de sua vida; já dissestes aqui o que ireis fazer em São Paulo. Fazei, pois. Tereis o apoio do Brasil inteiro e, contra a vontade do povo brasileiro, os soldados portugueses que aqui estão, nada podem fazer.
Leopoldina
P. S.:
1 – Leopoldina atuava como Regente (na ausência  de Dom Pedro) e presidia o Conselho de Estado. Seu braço direito era o Ministro José Bonifácio de Andrada e Silva (ao qual se referiu na carta). Por estar grávida, não pôde acompanhar Dom Pedro ao território paulista, onde havia tumultos que deveriam ser contidos ou reprimidos.
2 – A Imperatriz Maria Leopoldina – muito amada e respeitada pelo povo brasileiro – foi quem praticamente incentivou, instigou, proclamou ou “forçou” a independência formal do Brasil em face de Portugal, conforme se depreende inequivocamente do texto de uma carta sua ao marido Dom Pedro e acima transcrito.
3 – A carta foi escrita no Rio de Janeiro e enviada sob urgência com outros papéis (tanto das Cortes Portuguesas quanto dos Ministros); dava conta da situação política caótica em que o Brasil se encontrava, sob ameaça iminente de perder a sua condição de  Reino e regredir para a de Colônia, caindo novamente sob o jugo português.
4 – As Cortes Portuguesas exigiam a volta imediata dela e de Dom Pedro a Portugal, tiravam toda a autoridade do seu marido como Príncipe Regente do Brasil e tornavam insustentável a situação política vigente. Em uma carta histórica, incontestável, datada de 02 de setembro de 1822, a Imperatriz Leopoldina descrevia toda aquela situação dramática e instava o marido a colher o pomo maduro, sob pena de perder tudo. Ele, Dom Pedro – pelo menos desta vez – foi prudente, deu ouvidos à esposa e amiga: INDEPENDÊNCIA OU MORTE…!
É preciso agir:
Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
EU não era negro
Em seguida, levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável
Depois apareceram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei
Agora estão me levando
Mas já é tarde
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.
• Bertold Brecht (1898 – 1956)
Comentários pessoais:
Parece ter sido inspirado a Bertold Brecht de um trecho de sermão ou prédica, de um pastor luterano alemão, da época do nazismo, Martin Niemoller, ao que parece de 1933.
Um dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu;
Como não sou judeu, não me incomodei.
No dia seguinte vieram e levaram meu outro vizinho que era comunista;
Como não sou comunista, não me incomodei.
No terceiro dia vieram e levaram meu vizinho católico;
Como não sou católico não me incomodei.
No quarto dia vieram e me levaram;
Já não havia mais ninguém para reclamar.
Pois, é! É preciso agir. Mostrar solidariedade. Oferecer empatia. Antes que seja tarde. Muito tarde…
Uma independência verdadeira tem que ser permanente, fazer-se dia após dia, sem interrupção, sem tergiversação, sem omissão, sem covardia.
Uma “democracia” somente existe, quando o povo se governa, não podendo, jamais e sob nenhuma forma, ser “relativa”. Quando se admite isso, quando existe isso, é porque já não há democracia, mas a pura e simples ditadura.
Pensem nisso…!!!

2 Comentários

  1. Eliane disse:

    Parece que para muitas pessoas pouco importa quem vai entrar no poder, eles querem é levar vantagem por míseros trocados, sendo que a pessoa vai ficar lá Quatro anos ganhando muito dinheiro e o que mais tem são candidatos que jogam sujo. Os americanos dizem que o candidato pode fazer a maior corrupção no poder que o brasileiro sempre o reelege. Não tem jeito o brasileiro já tem essa cultura atrasada de não importar com o país, ele quer é vender o voto a troco de Cinquenta Reais ou a troco de uma cesta básica. Não estão nem aí para o país, nem com nada é uma falta de patriotismo, mas também não foram incentivados a isso e ainda por cima tem a memória curta.

  2. Eliane disse:

    A Imperatriz é que teve a ideia brilhante, mas D. Pedro é que ficou com os méritos sozinho, é igual a Proclamação o Marechal Deodoro estava doente no dia e apenas uma pequena parcela de pessoas ligadas a ele participaram, a população não participou de nada. Pode ser a República que já entrou bem machista, excluindo as mulheres, os pobres, até 1934 as mulheres nem votavam, ultimamente até o Caxias está sendo esquecido e sua figura diminuída nos livros de História.

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