Terça-feira, 10 de Setembro de 2024 Fazer o Login

Coluna: Direito e Justiça (05/09)

qui, 5 de setembro de 2024 11:30

Direito e Justiça:

 

Cada qual no seu quadrado…

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O SUJEITO: – Alexa, encontre ajuda…!

A ALEXA: – Tocando “Help”, pelos Beatles.

 

· O conhecimento insuficiente do sujeito.

· A inteligência artificial (e estúpida) da máquina.

· A Intenção e a resolução diferenciadas e antagônicas.

· O sujeito irá mesmo cair e espatifar-se-á contra o chão.

 

 

 

 

 

 

Cada qual no seu quadrado:

 

Conta-se que vários bichos decidiram fundar uma escola. Para tanto, reuniram-se em uma clareira da floresta e começaram a escolher as disciplinas. Cada bicho enfatizava as qualidades existentes na sua escolha.

 

Assim, o pássaro insistiu para que dessem aulas de voo, o que traria agilidade e destreza aos que voassem. Por sua vez, o esquilo ponderou que a subida perpendicular em grandes árvores era fundamental para o controle dos movimentos corporais. Porém, o coelho queria de qualquer jeito que a corrida em velocidade fosse incluída, dizendo que daria maior segurança aos seus praticantes.

 

E todos os bichos tiveram oportunidade para opinar, sendo que cada um deles não deixou passar em branco a chance de indicar uma matéria para a futura escola. Afinal, cada uma que fosse aceita teria como professor aquele bicho que a indicou. Um verdadeiro afago naquela autêntica disputa de vaidades…!

 

Puseram de tudo, de fato, mas um gravíssimo erro fora cometido sem que ninguém percebesse: todos os bichos – os professores e os futuros alunos – deveriam praticar todas as disciplinas escolhidas para comporem o currículo escolar, frequentando todos os cursos oferecidos.

 

O desastre – inevitável e previsível — começou, é claro, pelos professores:

 

O Coelho foi magnífico na corrida em velocidade, pois ninguém na mata corria como ele Porém, quando quiseram ensiná-lo a voar, colocaram-no no alto de uma árvore e soltaram o “orelhudo”, dizendo:

 

– Vai, coelho. Voa…!

 

Não deu outra. Puft! O coelho esborrachou-se no chão. Ficou bem machucado, quebrou as pernas, mas não morreu. Muito menos aprendeu a voar. Com muita sorte e cuidados, talvez volte a correr um dia. Talvez…!

 

Já o pássaro voava como nenhum outro. Quando o obrigaram a cavar buracos, como fazem as toupeiras, quebrou o bico e as asas. Não aprendeu a cavar buracos. Depois disso, quase não conseguia voar; só o fazia rente ao chão, de galho em galho, e precisava de ajuda para não morrer de fome

 

Então, algum bicho mais do que medianamente inteligente, percebeu tudo e pediu aos outros que parassem com os testes. E disse:

 

– Sabem de uma coisa? O que estamos querendo fazer é impossível. Cada um de nós tem o dom que a natureza nos deu: voar, correr, cavar, enfim…! O que é nosso é nosso e o que é dos outros é dos outros. Cada bicho irá ensinar o que sabe fazer de melhor. E, nada mais…!

 

Moral da estória: – “O respeito às diferenças de cada um é essencial”.

 

 

Comentário pessoal:

 

 

– Cada qual no seu quadrado.

– Cada macaco no seu próprio galho.

– Não vá o alfaiate além das suas agulhas.

– Também não vá o sapateiro além das sandálias.

 

 

Todos nós somos diferentes uns dos outros e cada um de nós tem uma ou mais qualidades próprias, dadas por Deus. Não podemos exigir ou forçar que as outras pessoas sejam parecidas conosco. Tampouco devemos pretender fazer aquilo que não sabemos ou para que não estejamos preparados.

 

 

Doutra parte, não há como fazer comparações perfeitas e infalíveis, ou seja, precisas e úteis, pois haverá sempre alguém superior a nós e também alguém inferior a nós, nisso ou naquilo. Não podemos exigir ou forçar a natureza das coisas, para que outras pessoas, sequer, sejam parecidas conosco ou tenham as nossas qualidades.

 

 

O mundo foi, é e será sempre uma desigualdade. Em tudo e para tudo. Para o bem e para o mal. Para o justo e para o injusto. Para o racional e para o irracional. Cumpre a cada um de nós fazer o melhor que pudermos, usando bem o livre arbítrio relativo de que dispusermos, mesclando sempre as nossas atitudes com bom senso e razoabilidade. Se assim não for, haverá consequências ruins e até deletérias. Viver bem não é fácil. Muito antes pelo contrário…!

 

 

A par das leis humanas, existem as leis divinas e as leis naturais. Conhecê-las e observá-las teria que ser uma prioridade de qualquer pessoa, mas infelizmente, nestes dias estranhos, outros valores sobrepõem-se, e o mundo parece caminhar para tempos difíceis e anárquicos.

 

 

Países, povos e nações não mais se entendem, cada qual centrado no seu próprio egoísmo e pretendendo impor a sua vontade aos outros sem jamais medir custos e benefícios. Por isso, farão com que a humanidade sofra e, no final, poderão advir resultados que não queríamos, privando-nos até mesmo de não conseguirmos mais fazer o que antes fazíamos bem feito. E a culpa desse fracasso mundial será nossa, exclusivamente nossa.

 

 

Portanto, seria de muito bom alvitre que nos espelhássemos nas atitudes iniciais e finais dos bichos: primeiro, eles quiseram dominar todas as artes e disciplinas; depois, perceberam que é melhor ficar cada um com o seu dom pessoal e dentro do próprio quadrado. Fazer cumprir o seu dever bem feito é melhor e mais proveitoso do que pretender embolsar o mundo e abarcar o impossível.

 

 

Assim como para os bichos, as diferenças são essenciais ao ser humano, e temos que respeitar as pessoas como são e não como queríamos que elas fossem. E mais: respeitar também a nós mesmos, assim como somos. Então, o mundo será melhor…!

 

 

E, agora, aproveitando a charge que eu lhes trouxe:

 

 

– É bom lembrar que vivemos hoje num mundo absolutamente tecnológico e que, no dia a dia, altera-se rápida e drasticamente. É preciso adquirir e manter reciclados os nossos conhecimentos básicos, úteis e capazes de proteger-nos contra as eventuais burrices e incompreensões de uma dessas “Alexa” da vida, cuja inteligência artificial (e por vezes estúpida) não pode (e não deve) ir além daquilo para que foi construída.

 

 

Pois, quem se faz dependente de uma máquina, arrisca-se a pagar um alto preço.

 

 

 

Araguari – MG, 05 de setembro de 2024.

 

Rogério Fernal .`.

1 Comentário

  1. Eliane disse:

    Cada qual no seu quadrado é uma lenda, uma parábola, seria cada um com suas habilidades, cada macaco no seu galho, mas no caso das pessoas elas evoluem nas suas profissões e até aprendem outras também. No mundo animal os bichos tem a profissão deles também o tatu é engenheiro.

Deixe seu comentário: