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Coluna: Cantinho do Mário (18/12)

sáb, 18 de dezembro de 2021 09:43

CIVILIDADE

Em termos gerais, civilidade significa respeitar a dignidade do próximo nos relacionamentos interpessoais. Por civilidade as pessoas podem esperar respeito, tolerância, cortesia, consideração e abordagem racional de conflitos, segundo o Infopédia. Entretanto, na prática, esse é um comportamento raro. As pessoas se preocupam em primeiro lugar consigo mesmas, em segundo lugar, idem. Muita gente acha que as escolas são obrigadas a educar seus filhos, no sentido moral, e relegam suas obrigações e jogam crianças malcriadas, birrentas, rebeldes, indisciplinadas para cima dos professores, que estão ali para outros fins e já tem seus próprios problemas em casa. Está até na moda alunos agredirem professores. O cuidado com a coisa pública então, está longe do ideal. Por exemplo, móveis e veículos de repartições públicas se degradam muito mais rapidamente do que em empresas privadas. No caso, eu sei que existe um uso mais constante por parte dos usuários, o próprio público não está nem aí. Resultado: os bens acabam como inservíveis, vão para leilão ou são sucateados. Talvez, por vir do bolso do contribuinte, não se tenha um zelo maior. Trabalhei em uma companhia que atendia muita gente diariamente, nunca vi um móvel ser sucateado, tudo era reformado e recuperado. Os veículos passavam por vistorias constantes, havia uma planilha de quem o usou, onde foi, e tudo assinado pelo motorista, e qualquer dano que houvesse o responsável era chamado para se explicar. Tenho hábito de fazer caminhadas pela Avenida Cel. Theodolino, e fico impressionado com a falta de educação de algumas pessoas que quebram plantas, árvores, jogam garrafas nos canteiros. É muito comum haver cacos de vidro, tanto na grama como na passarela. É um local utilizado por animais, crianças, e se torna um local inseguro. Apesar do serviço de limpeza, os usuários não colaboram. Todos os dias sento no alpendre de casa e deixo meu companheiro, um cachorro da raça Labrador, ficar solto no jardim, ele, em sua alegria do lado dentro da grade, corre atrás de pássaros, cachorros que passam na rua e gatos. Se estiver ventando, assisto um filme de terror: quanta sujeira solta pela rua passa voando. Sacos de supermercado, pedaços de papel, garrafas pets, copos plásticos e mais um monte de objetos descartados. O que estamos fazendo com a natureza? Em São Paulo, capital, é comum enchentes provocadas por sujeira que entopem os bueiros, e não adianta a prefeitura avisar, pedir, implorar, a situação só piora. É um desleixo geral. Dizem que o comportamento do povo é relativo ao comportamento dos governantes. Será? Se pararmos para analisar esses anos de desgoverno nacional que vivemos há algum tempo atrás, até se explica. Mas, tenho visto algumas coisas que nos trazem esperanças, pessoas adotam e cuidam de plantas em praças e avenidas, como exemplo aquele pedaço em frente à Unimed. Existe um trabalho de reciclagem, latas, garrafas pets e papelão em Araguari, que além de ajudar muitas famílias, colabora para que a cidade fique mais limpa. Não posso negar, até que tem melhorado, porém, o desinteresse de alguns tira o brilho do trabalho de muitos. Aqui no Brasil, de tanto conviver com a hipocrisia, as pessoas ficam desencantadas e preferem o sossego a ter razão, é uma inversão de valores. É verdade que aqui na Terra não existe lugar perfeito, mas se fizermos nossa parte vai melhorar.

MÁRIO FERREIRA.:

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