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Carreira e empreendedorismo: uma união possível?, por Odilon Medeiros

qui, 5 de fevereiro de 2015 00:05

Odilon Medeiros (*)

Em minha rotina profissional, venho comprovando o que a imprensa vem divulgando: o número de empreendedores no Brasil está aumentando.

Entretanto, o número de empresas que encerram as suas atividades antes de dois anos é estarrecedor: mais da metade! E as causas são quase sempre as mesmas: acreditar que ter uma boa ideia é suficiente para manter o negócio, não assumir que precisa de ajuda, falta de conhecimento gerencial básico etc.

A carreira de qualquer profissional deve ser gerida como uma empresa senão também “quebram”. E neste aspecto, por falta de empreender na condução dela, muitos profissionais se frustram, não evoluem e se desmotivam, até somatizam.

Outros fatores, todos ligados ao comportamento do empreendedor, também causam impactos negativos nos resultados nas empresas e nas carreiras. E neste grupo eu destaco a ansiedade, os medos, os traumas, a falta de conhecimento sobre os próprios pontos fortes e também sobre os pontos que precisam ser trabalhados e melhorados na sua visão de mundo.

E o que falar sobre as crenças limitantes?  Para quem não sabe, crenças limitantes são aquelas mensagens que nós mandamos para nós mesmos informando que não temos condições de fazer algo, que é impossível, que aquilo que estamos pensando, querendo ou planejando não dará certo. É importante ressaltar que elas, as tais crenças limitantes, só existem porque nós é que as fortalecemos.

Quando tomamos consciência de que o “monstro” existe apenas na nossa cabeça, ele deixa de existir. Sabe aquela estória de que o nosso maior inimigo somos nós mesmos? Então? É isso mesmo. Quanto mais eu o alimentar, mas forte ele será e mais vai atrapalhar a minha vida.

Por falar em atrapalhar, existe um texto que fala que morreu ontem a pessoa que atrapalhava a sua vida. É bem interessante e deve servir de reflexão. Se você ainda não o conhece, recomendo que busque conhecer: vale à pena!
Assim, é necessário eliminar as tais crenças limitantes, pois elas não nos ajudam em nada.

Por outro lado, não estou dizendo que o empreendedor deva ser um franco atirador e sair atirando para todo lado, fazendo o que vier à sua cabeça, agir de forma irresponsável e insegura.

É importante saber correr riscos. Quando falo “saber”, quero dizer correr riscos de forma calculada, para evitar surpresas desagradáveis. Afinal, não temos recursos para serem desperdiçados e algumas vezes, talvez, não tenhamos a oportunidade de uma segunda chance. Qualquer ação, qualquer tomada de decisão, deve ser realizada baseada em dados, em fatos e não apenas no que imaginamos, no que “achamos”. Lembre-se ainda que muitas vezes as nossas percepções nos traem…

Você precisa estar ciente que, para ter outros pensamentos, outros entendimentos, ter novos e produtivos olhares, você precisa estar disponível para isso. Nenhum profissional vai conseguir ajudar você se não houver a permissão e a disponibilidade de sua parte.

Bom, acima falei sobre novos entendimentos. Leiam o conceito abaixo e logo a seguir vou propor um desafio:

“Empreendedores são pessoas que têm a habilidade de ver e avaliar oportunidades de negócios; prover recursos necessários para pô-los em vantagens; e iniciar ação apropriada para assegurar o sucesso. São orientados para a ação, altamente motivados; assumem riscos para atingirem seus objetivos” (Meredith, Nelson e Neck).

Observe o que acontece quando a palavra empreendedorismo vem à sua mente: para a maioria das pessoas, surge a imagem de abertura de um negócio. Mas a pessoa pode ser empreendedor sob diversos aspectos. Na condução de sua carreira, por exemplo.

Assim, o desafio que proponho é o seguinte: considerando o seu desenvolvimento profissional e as informações citadas no conceito dado (e eliminando as crenças limitantes, claro), elaborar um plano de ação para a sua carreira.

Essa também é um exemplo de uma ação empreendedora. Percebeu? Nós podemos ter duas opções no que se refere à nossa carreira: ser um mero espectador e culpar o outro pelo nosso insucesso ou pelo marasmo em que vivemos ou ser o autor da nossa história. O que você prefere?

Se optou por ser o responsável pelo seu próprio desenvolvimento, e como o desenvolvimento não envolve só o lado profissional, aumento o desafio dado: que tal empreender também no seu lado pessoal?

Desafio aceito? Então aja e seja feliz.

(*) Consultor em gestão de pessoas, palestrante, professor universitário, mestre em Administração, especialista em Psicologia Organizacional, pós-graduado em Gestão de Equipes, MBA em vendas .

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