Bocha, em português brasileiro, ou boccia em português de Portugal, é um esporte jogado entre duas equipes, sendo seis bolas, chamadas de bochas, para cada equipe, na modalidade trio, quatro bochas na modalidade dupla, duas para cada atleta, e quatro também na modalidade individual, onde dois jogadores, um de cada equipe, se enfrentam.

O esporte consiste em lançar bochas, feitas com material duro, semelhante ao das bolas de boliche, e situá-las o mais perto possível de um bolim, que é uma bola menor previamente lançada. O adversário, por sua vez, tentará situar as suas bolas mais perto ainda do bolim, ou remover as bolas dos seus oponentes. A cancha, assim chamada a quadra da prática da bocha, deve ter dimensões de 26,50 m de comprimento, 4m de largura e altura uniforme de 30cm. Com prévia autorização da Comissão Técnica Arbitral Internacional – CTAI, da Confederação Sulamericana de Bocha – CSB, e da Confederação Brasileira de Bocha e Bolão – CBBB, poderão ser utilizadas canchas com dimensões de 24 a 27m de comprimento. A maioria de pessoas que pratica o esporte é composta de idosos, mas o quadro vem mudando nos últimos anos com a adesão de jovens ao esporte.

A origem da bocha, segundo alguns historiadores, remonta a um jogo praticado no Egito Antigo e na Grécia Antiga em que se usavam objetos de formatos esféricos ou pedras redondas.

Bocha e o Praia Clube

Os italianos introduziram a bocha na América do Sul no começo do século XX. Uberlândia, reduto de imigrantes italianos, também abraçou o esporte, principalmente no recém-formado Praia Club, na década de 1930. Em uma área improvisada, debaixo de alguns pés de eucalipto, chão de terra batida, o esporte era praticado por alguns entusiastas. Este local hoje, no Praia Clube, está entre a piscina olímpica e o ginásio de musculação e não guarda nenhuma lembrança desses tempos. Até os eucaliptos foram derrubados devido a idade e outros foram plantados em seu lugar.

Nos Jogos Abertos da Mogiana, torneio realizado pela Companhia Ferroviária Mogiana, entre as cidades por onde suas máquinas passavam, em 1961, o time formado por Uberlândia foi campeão. Mais de uma década depois, no Praia Clube, objetivando prestigiar o esporte, a diretoria empossada em 1976 decidiu construir duas canchas profissionais de bocha, do outro lado do rio, ao lado da passarela.

Paulão e a Seleção Brasileira

Paulão, como era conhecido o comerciante Paulo Roberto Bernardes, sócio do Praia Clube e esportista, havia largado o basquete devido a uma artrose no joelho. Ele já havia conquistado por cinco vezes o Campeonato Universitário de Tênis de Mesa e, não querendo deixar as quadras, procurava um esporte que não forçasse tanto os joelhos. Um amigo o convidou para jogar bocha nas recém inauguradas canchas do Praia Clube. Paulão começou a treinar e gostou. Gostou tanto que treinava todo dia, muitas vezes sozinho.

Com tanta dedicação, Paulão alcançou um nível muito alto e  entrou no time principal do Praia Clube. Em 1983, aos 44 anos, Paulão conquistava, em Belo Horizonte, o título de Campeão Mineiro Individual. Durante a competição foi procurado por olheiros da seleção brasileira que o convidaram para fazer parte do time principal do país.

Um ano depois a seleção desembarcava em Lima, no Peru, para participar do Campeonato Sul-Americano de Bocha. O brasil ficou com a terceira posição, atrás apenas da Argentina, vice, e do Uruguai, consagrado como campeão do torneio. Paulão foi um dos destaques do time brasileiro e tornou o nome do Praia Clube conhecido no Brasil e na América do Sul.

Mesmo com várias histórias de sucesso, a diretoria praiana de 1997 decidiu que o clube não carecia mais da bocha e demoliu as canchas. Paulão ainda foi campeão mineiro em São João Del Rey e se despediu do esporte um ano depois.

Fontes:
– Wikipedia
– Almanaque Uberlândia de ontem e sempre, edição 5

 

 

 

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Coimbra Júnior.
(*) Administrador de Empresas, especializado em Finanças. Trabalha atualmente na Via Travel Turismo. Criou a página História de Uberlândia no Facebook.