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Atividade física frequente: vida longa e saudável

ter, 10 de março de 2015 00:00

Paulo LeiteDr. Paulo Leite

A inatividade física (sedentarismo) assim como o tabagismo, a hipertensão arterial e o colesterol elevado compõem os fatores de risco causadores de importantes doenças cardiovasculares — principal problema de saúde atual. A idéia da relação entre atividade física e saúde não é recente: foi mencionada pelos filósofos gregos e romanos, entretanto, somente a partir dos anos 50, ao se pesquisar quais doenças atingiam os funcionários aposentados da companhia de ônibus (motoristas) de Londres, comparadas com os dos correios, concluiu-se que os motoristas tinham o dobro de doenças do coração do que os carteiros.

Hoje sabemos que o baixo nível de atividade física é um importante fator no desenvolvimento de doenças crônico degenerativas, como obesidade, diabetes tipo II, hipertensão arterial, angina/infarto do miocárdio, osteoporose e vejam só, do câncer de mama e do reto. Inversamente, a atividade física isoladamente pode reduzir o risco de desenvolvimento dessas doenças crônicas, além de aumentar a expectativa de vida e evidente melhor controle do peso corporal.
Constatações recentes têm demonstrado que estes benefícios ocorrem mesmo entre os indivíduos sedentários ou incapacitados e que se tornaram mais ativos, e nos idosos, que passaram a ter uma vida fisicamente independente com menor risco de quedas, melhor estado de humor, aliviando os frequentes sintomas de depressão e ansiedade, enfim elevando os padrões de saúde e qualidade de vida dessa crescente população.
Avaliações dos RH (recursos humanos) de empresas que adotaram programas de atividade física por alguns minutos, durante o trabalho para seus funcionários, mostraram redução na falta ao trabalho, nos custos médicos e com aumento na produtividade. Evidências científicas têm reforçado que um estilo de vida ativo desde a infância traz vários benefícios desde melhor rendimento escolar, menos faltas às aulas, até melhora no relacionamento com os pais e aumento da responsabilidade em geral.

Quanto de exercícios semanais é necessário?
Exercício é uma faca de dois gumes! Atual controvérsia é a de que pode parecer melhor não se exercitar a fazer exercícios físicos esporadicamente. Estudos concluíram que atividade física esporádica (vez ou outra por mês) se for intensa, pode ser o gatilho de complicações cardíacas. Pesquisa realizada com seis milhões de membros de academias nos EUA, durante dois anos, foram constatadas 66 mortes e desse total, mais de 70% exercitava-se somente uma vez por semana e possuía algum antecedente cardiológico não controlado.
O mesmo risco pode ocorrer nas atividades físicas intensas (maratona, triatlo etc) de quem tem histórico de doenças cardíacas, porque essas pessoas, obrigatoriamente, devem fazer acompanhamento médico especializado com exames regulares, para que o exercício não seja danoso. Numa condição dessas, o melhor a fazer são atividades físicas como caminhadas leves ou moderadas.
O respeito aos limites é algo que deve ser sempre lembrado na hora de praticar qualquer atividade física. Ao entrar numa academia ou participar de grupo de corridas ou se quiser fazer seu esporte de lazer, faça a avaliação médica prévia especializada. Mantenha os limites que seu médico indicou. Como regra geral recomendamos exercícios aeróbicos por quatro  vezes semanais ao redor de 60 minutos/vez : corrida ou bicicleta ou natação associados a exercícios de fortalecimento muscular e de equilíbrio, por duas vezes de 15 a 20 minutos a mais ou dentro dos 60 minutos. Sintomas como falta de ar, dores do peito ou costas, tonturas, palpitações ou outras manifestações fora do habitual durante ou após a atividade física, devem ser comunicados ao seu médico.
Concluindo, estimulemos a atividade física para todos e em qualquer idade, após avaliação médica mínima. A avaliação médica prévia deve ser no mínimo consulta e eletrocardiograma, e se houver familiares diretos com doenças cardíacas ou se for fazer atividade intensas ou esportivas, faça o teste ergométrico com presença de cardiologista (o que é de lei).”Bora fazer uma caminhada?’

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