por Tatiana Oliveira

Famílias que trabalham na associação estão há 47 dias sem receber

Os membros da Associação dos Catadores de Material Reciclável de Araguari – Ascamara – solicitaram ontem, 6, auxílio da população para sobreviverem. Segundo Maria de Fátima Silva, uma das associadas, as 17 famílias que fazem parte da entidade estão sem receber pelo serviço há 47 dias e a situação está precária para muitos. “Chegamos a procurar a secretaria de Ação Social para pedir uma cesta básica, mas para isso tem que ter autorização da prefeitura. Não sabemos mais o que fazer, pois dependemos daqui para sustentar nossas famílias e não temos nem café e açúcar na associação”, relata.

 

Os galpões, que antes eram encontrados repletos de material reciclado, hoje não estão nem na metade da capacidade. O motivo é a falta de condição dos associados de coletar o material. “Desde que os caminhões de coleta seletiva pararam de rodar em agosto do ano passado, nossa arrecadação caiu muito”, coloca a presidente da associação Vanessa Emanuele de Oliveira. Conforme nos informaram, a associação está devendo os fretes particulares que providenciaram para buscar materiais em grandes firmas, para não perder o convênio, o telefone da associação está cortado e as prensas estão paradas por falta de manutenção.

Os associados pedem colaboração dos araguarinos na entrega do material e em qualquer outro tipo de auxílio. “Qualquer doação será bem-vinda. Não temos dinheiro para manutenção das prensas, para os galões de óleo para as prensas, então qualquer ajuda é muito bem-vinda”, afirma a presidente da Ascamara. “Precisamos de dois galões de óleo para colocar nas máquinas, de manutenção para as prensas que estão paradas e de itens da cesta básica, pois não temos como sustentar nossas famílias desse jeito”, especifica Maria de Fátima Silva. “Quem puder trazer o material reciclado para a gente, será de grande ajuda. Não temos é condição de buscar o material”, completa.

A Gazeta do Triângulo entrou em contato com a secretaria de Meio Ambiente e obteve informação de que a situação deve ser regularizada na próxima semana. Segundo repassado à reportagem, a liberação do alvará dos bombeiros deve acontecer ainda hoje, 7, e os extintores de incêndio foram providenciados pela prefeitura.

Entenda a situação

Conforme apurado pela reportagem, os caminhões da prefeitura pararam de realizar coletas para a Ascamara após o fim do convênio no dia 22 de agosto do ano passado. Para que haja a doação de recursos para a associação é necessária a assinatura de um Termo de Cooperação. As exigências legais para que isso aconteça mudaram no início do ano passado, sendo regulamentadas pela Lei Federal 13.019/2014.

Com o convênio encerrado e as novas exigências legais a Ascamara precisou regulamentar a situação da associação, a fim de que os documentos fossem aprovados pela Comissão de Seleção, Avaliação, Monitoramento e Análise de Documentação. “Fizemos a eleição da presidência, providenciamos os documentos e até um curso de brigadista com os bombeiros foi ministrado para nós. Agora estamos aguardando a liberação do alvará para conseguirmos o recurso da prefeitura de novo”, afirma a presidente da associação. “Sem o Termo de Cooperação a prefeitura não pode repassar recursos para a Ascamara e isso inclui ceder equipamento, caminhões e servidores, pois o prefeito poderá incorrer em improbidade administrativa”, afirmou o secretário de Meio Ambiente Hamilton Tadeu de Lima Júnior em entrevista anterior à reportagem.