Da Redação

Participantes foram multados pela PRF em aproximadamente 6 mil reais

A defesa da isenção de tarifa dos pontos de pedágio na BR-050 para araguarinos ganhou mais um capítulo na manhã do último sábado, 20, com a realização de uma manifestação na rodovia. Os participantes se reuniram na praça Getúlio Vargas, e depois de passarem por ruas do centro informando sobre o protesto, se dirigiam até as proximidades da praça de pedágio que fica entre Araguari e Uberlândia.

Um trio elétrico liderou a carreata. Os organizadores explicavam os objetivos da manifestação, que contou com a adesão de grupos de motociclistas, ciclistas, vanzeiros, empresas de transporte e de distribuição de tomates, além de representantes da sociedade civil, vereadores e de entidades do município.

Protesto por isenção do pedágio mobilizou araguarinos manhã de sábado, 20 (Crédito Gláucio Henrique Chaves)

Um dos líderes do movimento, o professor universitário João Cesar Henriques estimou que 400 pessoas participaram. A Polícia Rodoviária Federal contabilizou o grupo em 300 pessoas. “Foi muito bom, conforme planejado. A MGO sabia, tanto que eles informaram nas placas eletrônicas que teria uma manifestação a frente. Não tivemos nenhum acidente, nenhum episódio de violência, ninguém reclamou por ficar parado no trânsito,” ressaltou o organizador.

O grupo está agendando na próxima semana uma reunião com Bruno de Oliveira Vasconcelos, juiz que irá julgar ação referente ao pedido de isenção apresentado pelo Procurador da República, Cléber Eustáquio.

MULTA ESTRATOSFÉRICA

O protesto transcorreu normalmente até o momento da volta para casa, quando os participantes tiveram uma surpresa amarga. Praticamente todos fizeram a conversão sem passar pelo pedágio, momento em que a Polícia Rodoviária Federal filmou os automóvel que realizaram a manobra irregular, posteriormente multados.

João Cesar Henriques explicou que a PRF aplicou também uma multa por bloqueio de rodovia no valor de 5,7 mil reais. “Ela foi criada por uma medida provisória assinada pela presidente Dilma na época da greve dos caminhoneiros. Eles bloquearam a estrada e disseram que iriam sair somente depois que a presidente renunciasse. Então essa medida provisória aumentou em várias vezes o valor da multa,” disse.

Antes e durante a manifestação, ele garante que a PRF não informou em momento algum sobre as consequentes multas. “Conversamos com eles, perguntamos no dia qual a melhor forma para sair, eles não quiseram diálogo, disseram que era para fazermos da maneira que preferíssemos. Se eles tivessem nos avisado, passaríamos pelo pedágio,” contou.

Segundo ele, a opção por não retornar pelo pedágio se deu devido à longa distância do próximo retorno, quase na entrada de Uberlândia. “A população tem o direito de fazer protestos, não deixamos um papel no chão, fizemos tudo muito pacífico, comunicando às autoridades e somos surpreendidos com uma coisa dessa. Estamos protestando e voltamos com seis mil reais para pagar,” ressaltou.

Os organizadores se reuniram com um advogado para providenciar a defesa coletiva das pessoas que participaram da ação. Elas estão sendo orientadas a verificar se foram multadas e comunicarem à organização.