Da Redação

No segundo dia do mês de fevereiro, Danilo Fernando de Souza, 24 anos, que residia na rua Araguaia, bairro Maria Eugênia, foi assassinado com pelo menos cinco tiros, por volta de 21h de sexta-feira, engrossando os índices de crimes violentos em 2018 no município.

Um jovem de 26 anos, morador naquela mesma região de Araguari, foi preso pela Polícia Militar e encaminhado à Delegacia de Polícia Civil, sendo ratificado o flagrante. Ele teria assumido sua participação no crime, mas não apontou os demais envolvidos.

 

A reportagem levantou junto ao boletim de ocorrência que Danilo estava em sua casa com a amásia, 21 anos, e o suspeito. Este recebia algumas ligações telefônicas e afirmava que eram de sua mãe, porém, a garota teria revelado que o rapaz chamou Danilo várias vezes para deixaram o local e irem buscar cigarros e cervejas. Percebendo algo estranho, seu companheiro evitava sair para a rua.

Poucos depois das 21h, conforme relatado pela amásia, o suspeito recebeu outra ligação e pediu que Danilo o acompanhasse, pois iria embora. Assim que o portão foi aberto, dois autores dispararam contra a vítima, provavelmente utilizando uma pistola calibre 9mm, e fugiram em duas bicicletas.

Danilo foi socorrido por uma guarnição do Corpo de Bombeiros, mas não resistiu aos ferimentos. O corpo dele foi sepultado no sábado, sendo o cortejo acompanhado por um caminhão de som, que tocava músicas diversas.

Na residência do jovem, policiais apreenderam oito cápsulas deflagradas, um rádio HT na frequência da Polícia Militar e uma bucha de maconha. A vítima havia deixado o presídio local no ano passado. No local do homicídio, populares que preferiram não se identificar, teriam afirmado que Danilo possuía desavença com uma pessoa envolvida com o tráfico de entorpecentes.

Em diligências naquela noite, a PM chegou até o suspeito que se encontrava na residência da vítima no momento do crime. O rapaz foi abordado no cruzamento da rua Pirapora com a avenida Comissão Crulls, no bairro Maria Eugênia, e não obedeceu à ordem dos policiais, correndo para um matagal. Alcançado, quis reagir à prisão, com chutes e socos, sendo necessários usar técnicas de defesa pessoal e imobilização, além de spray de pimenta e algemas.

No ato da prisão, ele teria se identificado como outro pessoa, mas imediatamente foi desmascarado. De acordo com o BO, o suspeito confirmou participação no assassinato e que receberia cinco quilos de maconha para repassar informações privilegiadas sobre a rotina e o endereço de Danilo. Disse ainda que recebeu uma ligação para levar o jovem até o portão da residência, onde os atiradores preparavam a emboscada.

Os policiais colocaram que o suspeito portava um aparelho celular e recebeu uma ligação durante a confecção do boletim de ocorrência. Apesar de o número estar salvo como “mãe”, uma pessoa do sexo masculino falava do outro lado da linha, desligando ao perceber que havia algo errado.

O jovem possui fuga em aberto e foi preso por falsidade ideológica e coautoria do homicídio, sendo encaminhado ao presídio. Até o fechamento desta edição, não havia informações oficiais sobre o paradeiro dos demais participantes do delito.

VIOLÊNCIA SEM FIM

Araguari computa seis assassinatos em 33 dias no ano, se posicionando como uma das cidades mais violentas do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba. Em 2017, foram registrados 28 casos desta natureza. Das últimas nove vítimas, seis tinham entre 16 e 26 anos.

Além de Danilo Fernando de Souza, foram mortos: Eduardo Augusto da Silva (33 anos); Alessandro Víctor Barbosa de Oliveira, “Zói” (26); Lucas Wallace Araújo, “Xuxa” (26); Sandro Tranquilino da Silva (31) e Waldir José Pereira Júnior, “Juninho” (42 anos).

Os casos são investigados, mas boa parte não foi elucidada, especialmente aqueles envolvendo possíveis desacertos em função do tráfico de drogas.