Quarta-feira, 11 de Setembro de 2024 Fazer o Login

Araguari sofre com falta de inseticida que combate mosquito da dengue

qui, 3 de março de 2016 08:10

por Talita Gonçalves

Veneno repassado pelo Ministério da Saúde tem sido insuficiente para atender o país

Acabou na sexta-feira, 26 de fevereiro, o estoque de inseticidas que a secretaria de Saúde utilizava para o combate do Aedes aegypti na fase adulta. O chamado bloqueio de transmissão consiste em aplicar o veneno nas redondezas da residência de pacientes com suspeita de dengue. O inseticida é adquirido pelo Ministério da Saúde e repassado para as secretarias estaduais de Saúde.

Em plena época de combate, governo federal não tem previsão para fornecimento de inseticidas

Em plena época de combate, governo federal não tem previsão para fornecimento de inseticidas

 

Desde o início do ano, o município recebeu 395 notificações, das quais 155 foram confirmadas. O bairro Independência é o mais afetado, com 24 casos de dengue, seguido pelo São Sebastião e Santa Terezinha, com 11 confirmações em cada. “Vemos que no geral os casos confirmados estão bem espalhados pela cidade,” disse o coordenador do Controle de Zoonoses, Wellington Colenghi.

Em entrevista recente, a secretária de Saúde, Lucélia Rodrigues, informou que o município pediu a reposição do estoque dias atrás. A reportagem apurou que o problema também afeta outras cidades na área da Superintendência Regional de Saúde, como Tupaciguara e Monte Carmelo, que teve suspeita de morte por dengue.

Segundo o coordenador, é a primeira vez em 20 anos que o governo federal deixa de fornecer o insumo. O desabastecimento pode afetar drasticamente no avanço de doenças. “É o mosquito adulto que transmite a doença ao picar uma pessoa contaminada que estamos deixando de eliminar,” ressaltou.

SEM PREVISÃO

A prefeitura entrou em contato nesta semana com o Ministério da Saúde. A informação é de que a licitação para compra dos inseticidas, que são importados, deve ser concluída no dia 10. No entanto, ainda não há um prazo até que o produto seja repassado ao governo estadual, e posteriormente, aos municípios. Outra medida que a prefeitura pretende tomar é entrar com uma ação no Ministério Público para acionar o estado quanto ao fornecimento.

De acordo com o coordenador, o Ministério da Saúde não preparou os municípios para uma situação como esta. A aquisição por conta própria possui diversos empecilhos, como o alto custo dos inseticidas e até mesmo a complexidade para efetuar a compra com fornecedores de outros países e legislações que impedem esse tipo de procedimento. “O município vai pagar a conta,” concluiu.

Nenhum comentário

Deixe seu comentário: