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Ampliação do horário de verão divide opiniões entre araguarinos

ter, 10 de fevereiro de 2015 02:45

DA REDAÇÃO – O horário de verão marcado para acabar no dia 22 de fevereiro, nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste e no Distrito Federal poderá ser estendido por até um mês. O prazo foi sugerido pelo Governo Federal que tomará a decisão final após uma avaliação que será feita na próxima quinta-feira, 12. A informação é do ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga.

Segundo ele, a medida emergencial é devido à atual crise do setor elétrico e do nível de chuva que continua abaixo do esperado. Assim, espera-se diminuir em 4,5% o consumo de energia em horário de pico. Para enfrentar a falta de chuva, o governo contará ainda com o apoio da usina termelétrica de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, com potência de 640 MW. O ministro também confirmou que a partir de primeiro de março,  as distribuidoras lançarão uma campanha de conscientização para economia de energia.

Para o governo, o horário de verão permite melhor aproveitamento da luz solar e maior racionalidade no uso da eletricidade. Outra vantagem, diz o ministério, é o aumento da segurança do sistema elétrico e maior flexibilidade para a realização de manutenções, além de redução da pressão sobre o meio ambiente e nas tarifas cobradas pelo serviço.

A possível alteração no cronograma, no entanto, foi suficiente para dividir opiniões na cidade. Entre os araguarinos contrários à mudança, está a dona de casa Lucia Rodrigues Mendes. Ela afirmou que é difícil acreditar na economia estimada. “Quando acordamos cedo para trabalhar temos que acender as luzes por que ainda está escuro, além disso, com o calor desta época aparelhos como ventiladores e ar condicionados ficam mais tempo ligados e com isso aumentam os nossos gastos,” afirmou.

A segurança pública também foi questionada pelos entrevistados. Conforme contou a estudante Solange Nunes Silva, de 23 anos, seus hábitos continuam os mesmos, independente do horário de verão, entretanto, ao sair de casa para ir até a faculdade se sente insegura. “Espero sozinha no ponto de ônibus e neste horário está completamente escuro. Não adianta economizar por um lado e colocar a vida da população em risco por outro”, declara a estudante.
Por outro lado, alguns comerciantes apoiam a proposta. Segundo contou André Luis Souza, com a medida as pessoas aproveitam melhor o dia. ”Defendo a prorrogação, pois o dia fica mais longo e produtivo durante e após o trabalho. No fim do expediente, por exemplo, ainda dá tempo de ir para a academia”, opina.

Economia

O governo alega que o horário de verão evita investimentos de cerca de R$ 4 bilhões ao ano, com mais geração e sistemas de transmissão de eletricidade. A medida visa ainda maior flexibilidade para a realização de manutenções e possibilita a redução da pressão sobre o meio ambiente e nas tarifas cobradas pelo serviço.

De acordo com dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), entre 2010 e 2014 o horário de verão resultou em economia de R$ 835 milhões para os consumidores, devido à eletricidade que deixou de ser gerada pelo uso da luz do Sol. Para a edição 2014/2015 do horário de verão, a economia estimada inicialmente é de R$ 278 milhões, 31% menos do que na edição passada (R$ 405 milhões). Para especialistas do setor elétrico, esses valores, porém, são muito pequenos diante dos gastos do setor elétrico e não chegam a ter impacto nas contas de luz.

Bandeira vermelha

O custo extra da bandeira tarifária vermelha vai subir de R$ 3 para R$ 5,50 para cada 100 quilowatt/hora consumido, conforme confirmou a  Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O aumento vale a partir de 1º de março, depois de uma audiência pública. Hoje, a bandeira vermelha é um alerta para o consumidor de que o custo de geração de energia está mais alto.

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