Da Redação

Diante do avanço das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti e da relação entre casos crescentes de microcefalia ligados ao zika vírus, o país todo se mobiliza e em Araguari não é diferente. O trabalho tem se estendido inclusive aos fins de semana e feriados. No sábado, 6, e na manhã da Quarta-feira de Cinzas, 10, agentes de endemias da secretaria de Saúde realizaram ações de rotina, deram continuidade a limpeza dos pontos de ônibus e atuaram no combate ao vetor.

Controle de Zoonoses trabalhou com o uso de UBV leve nos locais onde foram registrados casos suspeitos de dengue

Os esforços visam garantir o cumprimento da meta estipulada pelo Ministério da Saúde: visitar 100% dos domicílios nos quatro primeiros meses do ano.

Segundo o coordenador do Controle de Zoonoses, Wellington Colenghi, as equipes estiveram em campo das 7 às 13h, em ambos os dias. “Estendemos a jornada justamente para atingir esse objetivo, num regime de plantão. Nessas visitas temos que eliminar os focos e criadouros e informar tudo ao Ministério da Saúde,” explica.

O combate nos dois dias se concentrou principalmente nos bairros Independência, Goiás, Jóquei Clube e Santiago, com uso de UBV leve, que são os inseticidas aplicados com bombas costais, nos locais onde foram registrados 114 casos suspeitos de dengue. O resultado das confirmações, conforme Colenghi tem acontecido lentamente devido à sobrecarga no laboratório de referência da região, que fica em Uberlândia.

Nos próximos dias, outras ações estão na programação do Controle de Zoonoses. Na tarde de ontem, uma reunião no 2º Batalhão Ferroviário tratou das mobilizações em conjunto com o Exército, um dos forte aliados na campanha promovida pelo governo federal.

CICLO DO MOSQUITO

Do ovo à forma adulta, o ciclo de vida do mosquito varia de acordo com a temperatura, disponibilidade de alimentos e quantidade de larvas existentes no mesmo criadouro. Em condições ambientais favoráveis, após a eclosão do ovo, o desenvolvimento do mosquito até a forma adulta pode levar um período de 10 dias. Por isso, a eliminação de criadouros deve ser realizada pelo menos uma vez por semana: assim, o ciclo de vida do mosquito será interrompido.

Uma fêmea pode dar origem a 1.500 mosquitos durante a sua vida. A desova acontece, preferencialmente, em criadouros com água limpa e parada. Os ovos são depositados nas paredes do criadouro, bem próximo à superfície da água, porém não diretamente sobre o líquido. Daí a importância de lavar, com escova ou palha de aço, as paredes dos recipientes que não podem ser eliminados, onde o ovo permanece grudado.

Os ovos adquirem resistência ao ressecamento muito rapidamente, em apenas 15h após a postura. A partir de então, podem resistir a longos períodos de dissecação – até 450 dias, segundo estudos. Esta resistência é uma grande vantagem para o mosquito, pois permite que os ovos sobrevivam por muitos meses em ambientes secos, até que o próximo período chuvoso e quente propicie a eclosão.

Em condições favoráveis de umidade e temperatura, o desenvolvimento do embrião do mosquito é concluído em 48 horas.

FONTE: INSTITUTO OSWALDO CRUZ