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A era da abundância, por José Carlos Nunes Barreto

sáb, 10 de janeiro de 2015 00:12

“O poeta é um fingidor/Finge tão completamente/Que
chega a fingir que é dor/A dor que deveras sente.”

* José Carlos Nunes Barreto

Leitor da Folha de SP me deparei dia desses com dois artigos primorosos em termos de ideias e agendas para o ano que bate à porta. O primeiro, de Ronaldo Lemos, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do RJ, e outro de Nizan Guanaes, premiadíssimo publicitário e empresário de SP. Ambos abordam, de forma inteligente, agendas para o futuro próximo, além de fazerem análises da atual conjuntura sócio econômico cultural do País, o que me agradou muito, haja vista a desoladora quadra que todos vivemos, na era de escândalos de corrupção e desmandos lulopetistas.

Felizmente o Brasil não é uma Venezuela e nem Cuba, e nossas Instituições se mostram fortes, a despeito dos ocupantes do máximo poder no planalto central, que aparelham a justiça, corrompem o Congresso nacional, jogam contra a estabilidade econômica ao ferirem a lei de Responsabilidade Fiscal, e para tanto retiram o povo das arquibancadas e de suas prioridades, ao, com toda desfaçatez, comprarem formalmente o voto de parlamentares, através de decreto presidencial.

Nizan Guanaes lembra que nossa força advém da experiência, pois passamos por hiperinflação, ditadura além de várias guerras contra moinhos de vento, e devemos ser otimistas, pois o otimismo fortalece. Faz sentido. O IED (investimento direto estrangeiro) apesar dos péssimos indicadores atuais da economia, chega este ano a 66 bilhões de dólares (investidores olham além desta conjuntura), quando se esperava 50 bilhões. O STF (Supremo Tribunal Federal), o MPF(Ministério Público Federal) e a Polícia Federal republicanos, tem prendido e julgado maus políticos, bandidos disfarçados comodirigentes de partidos ouempresas, além de banqueiros corruptores. Agora épreciso prender e julgar ex-presidentes bandidos, após impedi-los. Algo se move: quem viver verá. E isto era impensável há alguns anos, e é, pois, uma obra imaterial realizada por toda sociedade brasileira, a despeito de quem esteja ocupando o poder na vez.

Ronaldo Lemos joga luz sobre as cruciais transformações que a tecnologia trará para essa mesma sociedade como um todo, e afirma que, como um enredo, o ano de 2014 representará o fim de um arco narrativo, e 2015 será o início de outro, muito mais significativo, pois apoiado pela base lançada por múltiplos setores, das telecomunicações, aos serviços na internet, onde a universalização da banda larga (onde estamos 30 anos atrasados),a regulamentação do marco civil da internet, aliadas ao acesso de smartfones com mais capacidade de acesso e armazenamento de informações  do que   possuía o ex-presidente americano Bill Clinton, elas  criarão a era da abundância, segundo Peter Diamandis em seu livro “Abundance” citado por Nizan Guanaes.

Estas vantagens competitivas em boas escolas com educação de qualidade para as massas, gerarão, a baixo custo, soluções integradas a grandes centros de pesquisa ao redor do mundo: mais da metade do que iremos usar no dia  a dia doravante, será concebida desta forma nos próximos cinco anos.É um espetacular mundo novo que se descortina.
Com esta visão otimista, porémsem tirar os pés do chão, me despeço do leitor amigo, para em seguida avançarmos rumo às mudanças que estão escritas nas estrelas: Maktub.

* Professor Doutor e Presidente da Academia de Letras de Uberlândia (ALU)

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