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A Copa e o tráfico humano, por Andréia Costa

sex, 18 de abril de 2014 00:25

* Andréia Costa

Grandes eventos e suas oportunidades para o Brasil, nos fazem perguntar: o que, o Poder Público e a Sociedade, têm feito sobre o incremento do turismo sexual e do tráfico de pessoas?

Esta prática criminosa se favorece da miséria, da falta de oportunidades e de compromisso do Poder Público com os direitos humanos e, sobretudo, da feminização da pobreza.

Fortaleza é um destino turístico mundial e, infelizmente, do turismo sexual, que vitima meninas e meninos, bem como mulheres e transexuais que sobrevivem da prostituição.

O Brasil possui uma política e dois Planos de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, que vinculam ações das Polícias, Ministério Público, Defensoria, além dos Núcleos de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e dos Postos Avançados de Atendimento Humanizado ao Migrante, criados para articular uma rede que trabalhe prevenção, combate e assistência à vítima.

Em 2014, milhares de pessoas virão ao Brasil com um único objetivo: entretenimento. É preciso estar atento para as possíveis violações aos direitos humanos daqueles que se encontram em situação de vulnerabilidade.

Há registros de que um número expressivo de crianças desapareceu durante a Copa na África do Sul, e de que a Alemanha, em 2006, foi país de destino e de origem de mulheres e meninas vítimas do tráfico humano. Então, por que acreditar que no Brasil será diferente? Há investimento em políticas preventivas, que trabalhem a educação em direitos humanos e visem o esclarecimento das violências que poderão ser perpetradas pelas redes criminosas que aliciam pessoas com o fim de escravizá-las? E mais, quanto está sendo destinado à assistência à vítima? Quantos abrigos temos/teremos?! Que público será atendido, como e por quem será feito esse atendimento?

Se esses questionamentos estão sem resposta significa que pouco tem sido feito. Essa leniência viola dignidades e põe fim a histórias de pessoas que possuem apenas um sonho: ter melhores condições de vida.

* Pesquisadora e presidente do Instituto Mirá e professora do Curso de Direito do Centro Universitário Christus

1 Comentário

  1. Frederico de Oliveira disse:

    Vide reportagens da grande mídia, muitos poderosos estão envolvidos nesse grave problema social, acentuado pelas péssimas condições sociais, educacionais e econõmicas nos rincões pobres e grandes metrópoles brasileiras.

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