Cantinho do Mário – Mário Adolfo Carlos Carisio
sáb, 11 de janeiro de 2020 05:26Natural de Uberaba (MG) nasceu no dia 26 de março de 1908. Filho de Luiz Carísio, imigrante italiano e dona Adelaide Pelet Carísio, filha de imigrantes franco/belgas. Jovenzinho veio para Araguari, com apenas 14 anos para trabalhar na obra da ponte do Pau Furado sob a orientação de um espanhol, Sr. Evaristo Portela.
Terminada a construção, apresentou-se ao seu chefe e disse: “-Sr. Evaristo, diga ao papai e à mamãe que vou para Araguari trabalhar, estudar e tão logo esteja firme vou buscá-los em Uberaba para que fiquemos todos juntos em Araguari.”
Aqui, hospedou-se na antiga pensão Mineira, à rua Marciano Santos, onde residiu por um bom tempo; começou a trabalhar como servente de pedreiro, sempre com vistas ao futuro, queria ser engenheiro. Autodidata, sozinho fez seus estudos em seu quarto de pensão com seus “caderninhos”, como dizia.
Aos 18 anos tornou-se Espírita e frequentou, por um período, o Grupo de Estudos Espíritas Alexandre Herculano, que funcionava ao final da rua Olegário Maciel, em casa residencial de uma dedicada irmã, dona Luizinha, até que fundaram o Centro Espírita Caridade, em 30/9/1924 – atualmente com 95 anos de serviços no bem -, onde permaneceu até o final de sua vida.
Sempre dedicado, foi se aprimorando na profissão de pedreiro, depois fino acabamento, construtor. Formou-se em Engenharia e Arquitetura pelas Escolas Livres de Engenharia da Argentina, em 1932, com sede no Rio de Janeiro, estudos feitos por correspondência, para onde viajava de seis em seis meses para fazer provas e buscar novas matérias para mais seis meses.
Em 1947, convidado pelo então prefeito de Araguari, Dr. Oswaldo Pierucetti, ingressou na prefeitura, exercendo o cargo de chefe de Obras.
Adolfo Carísio foi uma das poucas pessoas que conheceram detalhadamente a planta de Araguari, presente na construção dos principais edifícios da cidade, hoje patrimônios históricos e significativos representantes de uma época de ouro.
Continuou seus estudos por correspondência fazendo o Curso de Português e Latim com o Professor Napoleão Mendes de Almeida.
Em 1930, casou-se com Maria José de Almeida Carísio. Tiveram 10 filhos, sendo cinco mulheres e cinco homens. Tornou-se membro da Loja Maçônica União Araguarina, que ajudou a construir, sendo seu projetista e construtor.
Orador incomum, sempre lhe era dada a palavra para saudar, em diversas ocasiões, solenidades públicas, maçônicas, espíritas, sociais, entre outras.
Em 1950, deu início à construção do Educandário Espírita Eurípedes Barsanulfo, com 24 salas de aula, teatro e demais dependências, obra que durante 62 anos foi dedicada à educação formando mais de 40.000 crianças e jovens no ensino fundamental, médio e superior.
Em 2009, com a abertura do Cine Teatro Odette à comunidade, iniciou uma trajetória na educação cultural e artística que se desenha promissora em médio prazo.
Amado e respeitado por todos na cidade, não se recusava a auxiliar as pessoas, multiplicando-se. Seu espírito empreendedor é sentido ainda nos dias de hoje nos prédios que tiveram a sua atenção, quando não a sua própria construção, como o Cine Rex, – era homem de confiança do Sr. Manoel dos Santos Laureano (Manoel Bonito) e o Palace Hotel e todo o complexo de residências da rua Rio Branco, de propriedade do grande empresário, à época – década de 1930. Cine Lux, já na década dos anos 1950 e muitas outras construções importantes.
Com o seu falecimento, não só a família consanguínea, os amigos Espíritas, Maçons e toda a cidade, viram-se privados do seu convívio, sempre amigo, acolhedor e caridoso, deixando um grande legado entre todos.
Ficou o exemplo de um verdadeiro cristão, esforçado, trabalhador e honesto em todos os sentidos. Deixou uma família numerosa, até o seu falecimento, em 16 de abril de 1978, eram: 10 filhos; 31 netos e 1 bisneto. Foi uma pessoa exemplar que ficou na história de Araguari.
Um super abraço a ele onde quer que esteja e a seus familiares.
CASOS E HISTÓRIAS PITORESCAS DE ARAGUARI
O Zé continua distraído. Um dia vai ao veterinário e traz o cachorro errado, outro dia esquece o carro e volta a pé pra casa. Esta eu fui testemunha: conversava com seus filhos quando se deu a tragédia.
Sua esposa lhe pediu para ir à feira e comprar uns morangos para fazer uma torta para os filhos que estavam reunidos em sua casa para a passagem de Ano Novo.
Ele foi acelerado e voltou bufando com uma baita moranga cabotiá. Ela queria jogar na cabeça dele de todo jeito — se os filhos não protegessem… Foi um dia quente.
Não consegui parar de rir.
O Zé é cabeça fresca e ainda vai aprontar muitas. Contudo, é um cara muito feliz.
Quem não tem dinheiro…
MÁRIO F.S. JUNIOR
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Olá, Mário!
De um bisneto de Adolfo Carisio, que texto mais gostoso de ler!
Eu nasci em 85, portanto não conheci vovô Adolfo em vida.
As histórias diversas que correm em família dão conta do ser humano extraordinário que era, e ainda é.
Obrigado pelo relato!