Jornalistas destacam os desafios da profissão
qui, 11 de abril de 2019 05:52Bruna Rebrin
Há 88 anos é comemorado o Dia do Jornalista no mês de abril
Neste mês de abril, precisamente no dia 7, é comemorado o Dia do Jornalista, lembrado pela determinação, insistência, perspicácia e, principalmente, pela coragem dos profissionais que atuam na área
Muitos jornalistas perderam suas vidas em defesa da informação, lutando pelos direitos de trazer ao público a notícia, seja ela boa ou ruim.
Na defesa dos direitos dos jornalistas foi criada a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no dia 7 de abril de 1908, haja vista o seu caráter histórico e importância para a liberdade de imprensa.
Em 7 de abril de 1931, a ABI criou o Dia do Jornalista em homenagem ao médico e também jornalista Giovanni Badaró conhecido como Líbero Badaró, um oposicionista ao imperador D. Pedro I e criador do Observatório Constitucional, jornal independente que focava em temas políticos até então censurados ou encobertos pelo monarca.
Ele foi morto na cidade de São Paulo em 20 de novembro de 1830 por opositores políticos; e acredita-se que ao morrer pronunciou uma frase que se tornou o símbolo da defesa da liberdade de imprensa: “Morro defendendo a liberdade”, ou ainda: “Morre um liberal, mas não morre a liberdade”.
Na época, este fato gerou movimentos populares fazendo com que D. Pedro I abdicasse seu trono, em 7 de abril de 1831 para seu filho D. Pedro II, com apenas 14 anos de idade.
Desde então o jornalismo vem se atualizando, se adequando e lutando pela liberdade, trazendo para a sociedade notícias de toda parte com base em denúncias e investigações.
Em Araguari não é diferente, os jornalistas do Gazeta do Triângulo investigam, denunciam, coletam informações, redigem e publicam, levando conhecimento, informação, oportunidades, educação, esporte, cultura, influenciando a vida das pessoas.
E para homenagear esses heróis da informação escolhemos dois jornalistas para uma entrevista; a repórter e colunista Mel Soares, com 7 anos na área, que está deixando a área de jornalismo e ingressando em outra carreira no setor de comunicação.
Segundo ela, o que a gratificou no jornalismo são as experiências. “Contar uma história de uma criança enfrentando o câncer, que realizou o sonho de ser bombeiro mirim por um dia, de certa maneira encoraja outras pessoas a encarar a doença de uma forma mais positiva”, destacou.
A jornalista disse ainda sobre divulgar denúncias da população. “Porque tem alguma forma de você colaborar, exemplo: ’a minha rua está cheia de buracos.’ E você vai lá, faz uma matéria e quando fala com o secretário de Obras sobre o que pode ser feito, o problema talvez seja resolvido no outro dia.” O que gratifica a repórter é o resultado da matéria publicada, o impacto causado nas pessoas.
Também foi entrevistado Luiz Claudio Oliveira (Muilla), que trabalha no jornalismo desde 1994, somando 25 anos de jornal impresso. O repórter começou a carreira escrevendo sobre esporte e continua até hoje; depois passou a atuar na editoria de segurança pública, tornando-se repórter investigativo.
”A emoção de levar a notícia de forma verdadeira e de deixar a população bem informada é o que me move”.
E uma das matérias mais marcantes em sua carreira foi na década de 2000 quando várias mulheres foram assassinadas pelo “maníaco de Araguari” fato que repercutiu em todo o Brasil.
“O jornalista tem que ser atrevido, mas também precisa saber o seu limite.” Ele também falou da dificuldade de escrever sobre homicídio. “As duas famílias são vítimas, de quem morre e de quem mata, quando se fala sobre vida, mesmo que seja a de um criminoso é complicado escrever; mas precisamos nos basear nos fatos e escrever a verdade”, disse.
O repórter também contou sobre a influência do jornalismo na sociedade. “Influencia muito na opinião, ele muda a história da sociedade, por isso precisa ter seriedade”.
Ao final, ele relatou sobre um fato importante na sua vida profissional. “O fato mais marcante foi quando o Dr. Darli Amaral, em 2004, assumiu a Gazeta do Triângulo, porque a Gazeta é o jornal mais antigo do Triângulo Mineiro. As publicações saíam uma vez por mês quando saíam, e o Dr. Darli foi o responsável por tornar a Gazeta um jornal diário, unindo o útil ao agradável; foi marcante porque trabalhei durante 12 anos no jornal Diário; depois pude vir para a Gazeta e o jornal passou a ser o principal de Araguari”.
O tempo passou, pessoas passaram, deixaram suas marcas na história de luta pela liberdade de expressão no jornalismo, outras deram suas vidas por amor e por um ideal que defenderam, sempre serão lembrados na história do Gazeta do Triângulo.
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