Formação Geológica do Sertão da Farinha Podre, por Ernesto Rosa
sáb, 22 de março de 2014 00:00* Ernesto Rosa
Por que existem vulcões e terremotos?
Porque mares e montanhas aparecem e desaparecem?
A nossa casa chama-se imóvel porque está fixa no terreno há muito tempo. Pisamos em chão firme e estável! Entretanto, o nosso terreno está boiando junto com uma placa de crosta, à deriva.
O interior da Terra possui altas temperaturas. Abaixo da crosta, fica uma camada de rocha muito quente e meio pastosa onde se forma o magma, que é rocha derretida. Por isso, a crosta não fica estável, mas flutua e movimenta-se. As imensas placas de crosta se chocam provocando inúmeros fenômenos como terremotos e vulcões. Elas se chamam placas tectônicas.
Toda essa região do Sertão da Farinha Podre, e muito além, foi fundo de mar. Mas, esse mar foi fechando-se com a aproximação das placas de crosta e o choque deu-se onde é hoje o limite leste do Sertão da Farinha Podre. Nessa linha norte-sul, formou-se uma alta cadeia de montanhas há 600 milhões de anos, que foi sendo erodida pelo vento e pelas águas, restando suas raízes, como hoje se apresenta. Ali é o grande divisor de águas: de um lado é a bacia do rio São Francisco e do outro a bacia do rio Paranaíba.
Abaixo da crosta, nesses lugares de formação de montanhas, a rocha derretida a altas temperaturas força passagem para cima formando vulcões, como aqueles que existiram, a 80 milhões de anos, nas imediações de Carmo do Paranaíba, Patos de Minas, Lagoa Formosa etc. O magma que esses vulcões despejavam era muito rico em cálcio, potássio, fósforo e magnésio, formando um solo fertilíssimo.
Entretanto, a rocha derretida, às vezes, não chega a aflorar e forma grandes bolhas que acabam solidificando-se debaixo do solo. As mais conhecidas bolhas são as de Araxá, Salitre, Tapira e Serra Negra.
A bolha do Barreiro de Araxá possui seis quilômetros de diâmetro e é muito rica de pirocloro e apatita. As águas de chuva foram erodindo o solo mais elevado até atingir a bolha formando uma depressão. Como a água não carrega os pesados pirocloro e apatita, esses minérios permaneceram na superfície, em concentração cada vez maior, formando uma rica jazida de superfície.
O oeste do Sertão da Farinha Podre possui terreno mais plano, mas com coberturas de basalto: rocha vulcânica que gerou um solo muito rico.
Todo o Sertão da Farinha Podre, de solo fertilíssimo, era recoberto de densa mata de altas árvores. Essas matas eram povoadas de rica fauna com dinossauros e, mais recentemente, mamíferos como mastodontes e a preguiça gigante. Porém, perto de 10.000 anos passados, com as alterações climáticas de aquecimento do ambiente e diminuição de densidade de água na atmosfera, essas matas foram regredindo surgindo os nossos cerrados. Restaram matas vicinais a cursos de água ou de algumas regiões montanhosas. Os últimos grandes animais se extinguiram, deixando eventuais fósseis.
Fonte: Sertão da Farinha Podre. Ernesto Rosa – Editora PAED – 2013
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Muito esclarecedor o artigo. Parabens
A viagem de Rio Paranaíba até Carmo do Paranaíba é linda. De um lado a bacia do Rio São Francisco e do outro a do Paranaíba. Uma imensidão impressionante.
Sempre passo por esta região e a impressão de que na vida sempre levamos um pouco de tudo e deixamos um pouco de nós. Uma região sempre em transformação geológica, cultural e progressiva, desde que dentro das condições de preservação…
Obrigado
Eustáquio Garcia
Guia de Trismo