por Tatiana Oliveira

Apesar do lançamento oficial no dia 1º de outubro, na região, os recenseadores ainda não começaram as visitas

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lançou, oficialmente, nesta segunda-feira, 2, a coleta do Censo Agropecuário 2017 – principal e mais completa investigação estatística e territorial sobre a produção agropecuária do país. Até fevereiro de 2018, em torno de 19 mil recenseadores percorrerão aproximadamente 5,3 milhões de estabelecimentos agropecuários brasileiros.

 

Minas Gerais é o segundo maior estado em número de estabelecimentos, ficando atrás apenas da Bahia. Na região, 1.911 temporários foram contratados e treinados para visitar mais de 610 mil estabelecimentos, segundo a previsão do Instituto.

Depois do censo demográfico, o agropecuário é o mais importante realizado pelo IBGE. Em Araguari, alguns ajustes estão sendo feitos para que os contratados pelo Instituto iniciem seus trabalhos. “Estamos terminando de configurar os tablets que eles irão levar nas visitas. Acredito que hoje, 5, ou amanhã, 6, eles possam iniciar os trabalhos”, afirma Rosemary de Cáritas Azevedo de Sousa, coordenadora do IBGE em Araguari.

Ao todo, seis recenseadores irão visitar as propriedades rurais da região, sendo que cinco percorrem Araguari e Cascalho Rico e um será responsável por Indianópolis e Grupiara. Recenseadores visitarão todas as propriedades rurais do município, incluindo os assentamentos registrados pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA.

O último censo agropecuário realizado na cidade foi em 2007, com o ano base em 2006. Nele estavam registrados 2.196 propriedades rurais na cidade e distritos. Todas as propriedades rurais serão visitadas e os produtores são legalmente obrigados a responder a pesquisa, mediante multa de 10 salários mínimos em caso de negativa. “Os dados serão utilizados com finalidade estatística, apenas, para nada mais além disso”, diz Sousa.

De acordo com o superintendente do IBGE em Minas, Roberto Campos Moreira, o Censo Agropecuário visa levantar todas as informações da produção agroindustrial do país na área de produção e grãos, pecuária, estrutura das propriedades, equipamentos, máquinas, utilização de água, agrotóxicos etc. “Então é um retrato visando permitir ao país novas políticas, planejamentos, e direcionamentos para uma atividade que hoje é a que sustenta o aspecto econômico do país”, coloca.

Durante reunião da Comissão Municipal de Geografia e Estatística no final de agosto, a Patrulha Rural da Polícia Militar ressaltou preocupações com a segurança dos proprietários. Foram solicitadas as fotos e dados dos pesquisadores, para evitar que outras pessoas se passem por membros do IBGE. “Nós tiramos fotocópias dos crachás e fotos dos recenseadores e levamos para a polícia”, conta a coordenadora do IBGE. Segundo ela, o proprietário que desejar confirmar a autenticidade do recenseador pode entrar em contato com o telefone 0800-721-8181 e pedir confirmação do cadastro.

A meta do IBGE é cumprir as visitas até fevereiro de 2018. “Se possível até antes. Certamente teremos dificultadores, como o período de chuva, mas o IBGE está estruturado e concentrado para finalizar em fevereiro de 2018”, ressalta Moreira.

Serão contabilizadas todas as unidades produtivas rurais. “Nosso recenseador vai identificar em campo cada estabelecimento, que seria uma unidade produtiva. Não está vinculado à propriedade de terra, mas à exploração, à produção”, explica. Segundo ele, uma propriedade rural pode ter vários estabelecimentos e produtores distintos e todos serão contabilizados e entrevistados. “O censo agropecuário cobre desde a produção familiar até a maior e mais completa estrutura agropecuária do país, não deixa ninguém de fora”, completa.

Censo Agro 2017

O Censo Agro 2017 visitará todos os estabelecimentos agropecuários do país, traçando um diagnóstico da realidade do setor. Ele atualiza os dados colhidos no último censo, em 2007. A entrevista realizada com o produtor rural demora, em média, 40 minutos e é realizada por meio do Dispositivo Móvel de Coleta (DMC), utilizado para armazenar e transmitir as informações do censo.

O questionário aplicado pelos recenseadores contempla questões relacionadas à produção, pessoal ocupado, agricultura familiar, uso de agrotóxicos, entre outros temas. As informações coletadas subsidiarão pesquisas, tomada de decisões na iniciativa privada e a elaboração de políticas públicas para o setor.

Os resultados do Censo Agro 2017 devem começar a ser divulgados pelo IBGE em meados de 2018.

Censo Agro 2007

De acordo com as informações coletadas no Censo Agro 2007, o Brasil possui em torno de 5,17 milhões de estabelecimentos agropecuários, sendo 551.6 mil deles em Minas Gerais. O setor emprega 16,5 milhões de pessoas no país, e 1,8 milhão no Estado.

Minas Gerais é o maior estado produtor de leite, café, morango, batata-inglesa e eucalipto. A maior parte das terras estaduais (18,2 milhões de hectares) é dedicada a pastagens. A grande maioria dos estabelecimentos agropecuários de Minas Gerais é proveniente da agricultura familiar (79,28%), percentual menor do que a média nacional (84,36%).