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Cantinho do Mário – José de Souza

sáb, 18 de março de 2017 05:49

Abertura-cantinho

 

O popular ‘Cabrito’ nascido em Indianópolis – MG veio para Araguari com quinze anos de idade. Era muito trabalhador e logo ao chegar aqui foi vender frutas para Dona Mariana (Portuguesa).

Teve muitas experiências profissionais; foi engraxate, sapateiro, feirante e por fim cozinheiro. Então encontrou sua vocação. Possuiu vários restaurantes: Bar do Fluminense (Torcedor ferrenho do Tricolor); Bar São João; Bar Antártica; Bar Brasil e por fim Restaurante do Cabrito onde trabalhou por aproximadamente 55 anos.

José de Souza

José de Souza

 

Embora na época fosse mais conhecido como Bar do Cabrito, se transformou num restaurante tradicional, frequentado pelas famílias, gente que saía das festas altas horas, boêmios. Dava um tempero na noite araguarina  varando a madrugada  e permanecendo até  o amanhecer.Foi  o ponto de encontro de muita gente, pra ele não tinha feriado ou Sexta-feira da Paixão estava sempre aberto.

Casou-se duas vezes, no primeiro com dona Maria Machado e  no segundo com dona Tereza Rosa de Jesus. Deixou cinco  filhos.

Transformou-se em uma figura folclórica.  Durante os Carnavais, num tempo cheio de preconceitos, fantasiava-se de mulher e juntamente com os vários blocos  desfilava pela rua Rui Barbosa; sua passagem era a mais esperada. O povo o recebia com aplausos, muitos assobios; era o momento top do desfile.

Era apolítico, mas tinha uma admiração e amizade muito grande pelo Miguel de Oliveira e não escondia isso de ninguém.

O prédio que abrigava seu restaurante não oferecia  condições adequadas de funcionamento principalmente em dias de chuva,  era goteira por todo lado, contudo, em vez de denegrir sua imagem acrescentava um charme que era motivo de sorrisos e brincadeiras de seus frequentadores.

Milhares de araguarinos que se mudaram daqui procuram ao voltar ávidos de saudade, aquele ambiente que lhes trás muitas lembranças. Centenas de turistas que aqui aportam fazem questão de conhecer o famoso “Restaurante do Cabrito”.

O incrível é que  sua melhor propaganda ainda é o boca a boca. Seus netos: Deidilay, Danilo e Daniel dão continuidade ao seu trabalho e permanecem no ramo da gastronomia. Transferiram o restaurante para a avenida Minas Gerais, 2098, telefone, 3246. 0465. Com excelente atendimento e bom gosto, transformaram o restaurante num ambiente aconchegante, dentro das normas de higiene e além do prato tradicional e delicioso criado pelo “Cabrito” uma variada gama de opções. Recomendamos aos araguarinos e visitantes. O que é bom deve ser elogiado.

Um super abraço ao nosso amigo que está no segundo andar e deixou muita saudade. Infelizmente a biografia do amigo é muito escassa, mas registro aqui essa homenagem.

CASOS E HISTÓRIAS PITORESCAS DE ARAGUARI

Normalmente eu só conto causos baseados no dia-a-dia das pessoas, mas esta estória que o Gustavo me contou merece ser uma exceção.

“- Alô Sô,   Carlos?  Aqui é o Zé,   casêro do sítio.”
“- Pois não,   Seu Zé. Que posso fazer pelo senhor?  Houve algum
problema?”
“- Ah, eu só tô   ligano para visá pro sinhô qui o seu papagaio morreu”.
“- Meu papagaio?”
“- Êle   mermo.”
“- Puxa! Que   desgraça! Gastei uma pequena fortuna com aquele bicho!”
“-Mas…, ele morreu de que?”
“- Dicumê  carne istragada”.
“- Carne   estragada? Quem fez essa   maldade? Quem deu carne   para ele?”
“- Ninguém. Ele   cumeu a carne dum dos cavalos morto”.
“- Cavalo morto?   Que cavalo morto,   seu Zé?”
“- Aquele  puro-sangue qui o sinhô tinha! Eles morrero de tanto puxá
carroça d’água!”
“- Tá louco?   Que carroça   d’água?”
“- Prapagá o   incêndio!”
“- Mas que   incêndio,   meu   Deus?”
“- Na sua   casa… uma vela caiu, aí pegô fogo nascurtina! ”
“- Caramba,   mas lá tem luz elétrica! Que vela era essa?”
“- Do velório!  De quem?”
“- Da sua mãe!   Ela apareceu aqui   sem avisá e eu dei um tiro nela
pensando que era ladrão!”
“- Meu Deus,   que tragédia (começa a chorar).”
“- Peraí sô   Carlos,   o sinhô num vai chorá pur causa dum papagai,
vai???”

MÁRIO F. S. JUNIOR

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