por Talita Gonçalves

A decisão que definiu a escola vencedora do desfile do Carnaval Araguari 2016 foi marcada por polêmica: o veredito dos jurados garantiu a vitória da Unidos do Paraíso, que retornou após um hiato de cinco anos. No entanto, a Arrastão do Miranda contestou o resultado e entrou com um recurso. Agora, a escola terá 10 dias para apresentar suas alegações. A apuração dos votos foi realizada na tarde desta terça-feira, 9, na Casa da Cultura Abdala Mameri.

A Unidos do Paraiso obteve 183,0 de pontuação. Logo em seguida, Arrastão do Miranda, 179,6 pontos e Afochés da Nova República ficou em terceiro com 144,8 pontos. Ao todo, 102 integrantes representaram a Unidos do Paraíso na passarela do samba.

 

Unidos do Sewa, que se apresentou como bloco no ano passado e em 2016 como escola em avaliação, foi aprovada e fará parte do Carnaval juntamente com as titulares no próximo ano. Dessa forma, Unidos do Sewa e Unidos do Paraíso, que retornou neste ano, não receberam subvenção da prefeitura.

A presidente da escola campeã, Gabriela Gomes Rosa, afirmou que os integrantes organizaram eventos e fizeram uma rifa para conseguir o dinheiro, além de receberem patrocínio de empresas do bairro.

Sobre a vitória, ela afirmou que o retorno é suficiente e preferiu não se manifestar quanto às alegações da Arrastão do Miranda. “Nos consideramos campeões pelo simples fato de termos retornado. Não é o troféu, nem a medalha e nem ter vencido que nos dá essa sensação,” afirmou.

Os títulos de “Rainha do batuque” e “Melhor Destaque” ficaram com a Paraiso. Arrastão do Miranda garantiu a vitória nas categorias “Cidadão do samba” e “Passista individual masculino”. Ambas empataram na categoria “Passista individual feminino”. Os Blocos “Melhor Idade: porque velha é a sua avó” e “Maculelê” receberam troféus de participação.

Diante do impasse, a Fundação Araguarina de Educação e Cultura (Faec) não realizou a entrega dos troféus, que deve acontecer somente após o período de 10 dias ou após a avaliação da defesa. A presidente da Fundação, Carmen Alvim negou qualquer fraude na votação do Carnaval.

POLÊMICA

O carnavelesco da Arrastão do Miranda, Fernando Antônio Ferreira, apontou diversos problemas envolvendo a organização do Carnaval. Dentre os principais, ele destacou o envolvimento direto entre funcionários da Faec e pessoas ligadas à Fundação com a escola Unidos do Paraíso, a mudança repentina de jurados e notas abaixo do normal, sem qualquer explicação.

A escola entrou na passarela com 169 integrantes. “Teve um quesito que a escola campeã tirou 10, a terceira colocada tirou 9 e nós ganhamos 5. Em 16 anos de história nossa escola nunca recebeu uma nota tão baixa. Não tinha nada que justificasse. Quem viu o desfile sabe,” ressaltou.

Em 2006, uma situação semelhante envolveu as duas agremiações. Após a vitória da Arrastão do Miranda, a Unidos do Paraíso também contestou o resultado. “Não vamos aceitar isso. Como não podemos fazer outro desfile, aquele troféu sai de lá somente se as duas escolas forem consideradas campeãs,” concluiu.