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Manifestantes pedem respostas sobre área no bairro São Sebastião

ter, 9 de setembro de 2014 00:04
Insatisfeitos com a situação, os moradores se mobilizaram na frente do Palácio dos Ferroviários. Foto: Gazeta do Triângulo

Insatisfeitos com a situação, os moradores se mobilizaram na frente do Palácio dos Ferroviários. Foto: Gazeta do Triângulo

DA REDAÇÃO – Há muitos anos, diversas famílias se tornam reféns de uma situação alarmante. Para circular entre os bairros São Sebastião e Independência, os moradores contam com uma passarela, improvisada em virtude da falta de um viaduto na região. Não bastasse a escuridão enfrentada a cada noite, a falta de clareza do poder público também gera insatisfação. Ainda assim, esse não é o único problema.

Com a missão de extinguir as dificuldades enfrentadas pela comunidade, uma das promessas do governo municipal é a construção de um moderno viaduto no São Sebastião, estabelecendo uma nova realidade do sistema viário na região norte. Apesar disso, a iniciativa afeta centenas de famílias que vivem nas proximidades do local.

No início do ano, integrantes do Movimento Sem Teto do Brasil (MSTB) foram retirados em uma ação pacífica em virtude da área para a construção do viaduto. Com a promessa de que parte da área seria destinada para a população, integrantes do grupo composto por 183 famílias se deslocaram para outro local. No entanto, uma nova reintegração de posse pode retirá-los do espaço.

Insatisfeitos com a situação, os moradores se mobilizaram na frente do Palácio dos Ferroviários, onde reivindicaram respostas por parte do Executivo. Em entrevista ao Jornal Gazeta do Triângulo, a líder do movimento, Tatiane Machado, explicou a situação.

“No começo do ano desapropriamos 32 lotes para a prefeitura fazer um canteiro de obras do viaduto. O secretário de Obras naquela época e o prefeito disseram que o restante ficaria para o povo, dando autorização para construir. Depois disso tudo, sabemos que existe um processo de reintegração de posse para a área onde está o acampamento, esperando apenas a assinatura na Justiça para iniciar após as eleições. E as famílias com as crianças, para onde irão dessa vez?”, indagou.

Para Michael Cardoso, de 27 anos, as reivindicações não se tratam de caridade, e sim um olhar mais atento para um problema que perdura há muitos anos. “Não queremos nada de graça. O prefeito pode muito bem criar um projeto que favoreça o povo sem prejudicar o governo. Com um programa, pode colocar uma parcela pequena para as famílias custearem. Existem muitas crianças e pais que precisam de um abrigo e trabalho. Somos todos araguarinos, eleitores do prefeito, e esperamos por um retorno. Além de não sabermos onde iremos dormir no dia seguinte, chegamos a ficar cinco dias sem água, afetando até a saúde das pessoas”, explanou.

Conforme apurou a reportagem, uma das possibilidades a ser atribuída é a integração das famílias no cadastro do programa Minha Casa Minha Vida, do governo federal. Contudo, os moradores contestam os resultados da iniciativa.
“Cadastrei três vezes no Minha Casa Minha Vida e minha vizinha que possui duas casas de aluguel registrou e ganhou. São fatos comuns a cada sorteio. Somos centenas de famílias e queremos nossos direitos, assim como um lar”, disse uma manifestante que preferiu não se identificar.

ENCONTRO

Após o protesto, alguns manifestantes se reuniram com o secretário de Governo, Oliro Vieira da Costa Júnior, que afirmou o desejo do prefeito Raul Belém (PP) em recebê-los na próxima sexta-feira, 12. Segundo ele, o encontro servirá para tratar as reivindicações e esclarecer a situação a fim de favorecê-los dentro da legalidade.

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