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Patrimônio municipal, Estação Stevenson recebe serviços arqueológicos

qua, 3 de setembro de 2014 00:18
Trabalhos prevêem o resgate da história do espaço na região
Ponto ferroviário mais antigo do município é palco de ações de resgate arqueológico. Foto: Arquivo

Ponto ferroviário mais antigo do município é palco de ações de resgate arqueológico. Foto: Arquivo

P. J. GODOY – Após 87 anos, um dos principais patrimônios de Araguari pode ter novos capítulos de sua história escritos às margens da BR-050. Isso porque o espaço, reativado em 2012, começou a receber serviços arqueológicos a fim de resgatar seu pioneirismo na região.

Conduzidas pelo geólogo gaúcho Fabiano Aiub Branchelli, da Universidade Federal Fluminense, no Rio de Janeiro, as ações se remetem ao planejamento previsto pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) sobre as obras na rodovia. Em entrevista ao Jornal Gazeta do Triângulo, ele ratificou sua expectativa à frente dos trabalhos.

“Estou inserido por uma demanda do Instituo de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), que me oferece todo o respaldo operacional para que o serviço se torne realidade. Fui contratado pelo DNIT para o salvamento arqueológico da Estação. Trata-se de trabalhos de investigação, onde iniciamos a escavação e buscamos testemunhos da história. Esperamos conseguir muito do que foi utilizado no local, quem sabe até antes de sua inauguração”, afirmou.

Nesta quarta-feira, 3, os materiais encontrados até então serão expostos na própria estação, onde alunos do Centro Educacional Municipal “João Pedreiro” poderão acompanhar de perto o retrato de uma história repleta de riqueza entre Araguari e região.

Instituída em 1927, a Estação Stevenson acabou desativada na década de 70 em razão de alterações nas linhas férreas e problemas financeiros relacionados, sobretudo, ao declínio do cultivo de café naquele período, uma vez que representava ponto de embarque de pessoas e carregamento de mercadorias, ligando os estados de Minas Gerais e São Paulo.

Integrado à extinta Companhia Mogiana de Estradas de Ferro (CMEF), o ponto ferroviário mais antigo do município somente foi reativado em dezembro de 2012, sendo reaberto à população. A partir dessa semana, os trabalhos de resgate do sítio arqueológico devem ser acompanhados por jovens e crianças do município.

É o que relata o secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Clésio de Meira. Para ele, a iniciativa serve de exemplo para que os alunos conheçam a história de um dos principais patrimônios de sua cidade.

“Temos o apoio do Conselho Municipal de Patrimônio Histórico que reforça a atuação do geólogo Fabiano Branchelli. Ele estudou os dados históricos e acompanhou as ações de restauração para elaborar seu roteiro de trabalho. Esperamos levar grupos de alunos para testemunhar os serviços como uma forma de aprendizado sobre a história do local”, explanou.

Conforme apurou a reportagem, após a conclusão do relatório, todas as peças encontradas serão destinadas a um museu específico para identificação. Clésio de Meira aproveitou a oportunidade para convidar a população.

“Os eventos na Estação ocorrem por agendamento, mas o local está aberto para quem deseja conhecê-lo. Contamos com um vigilante armado 24 horas e a utilização do espaço é fundamental para valorizar ainda mais a sua história”, completou.

1 Comentário

  1. Fabiano Aiub Branchelli disse:

    Parabéns pela matéria, obrigado pela divulgação do trabalho. Cabe somente a observação de que minha formação acadêmica é historiador e arqueólogo, não geólogo.

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