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“Farnese de Saudade” em Araguari, arte e vida se misturam

qua, 25 de junho de 2014 00:00

Abertura meio desligado

Quem assistiu ao espetáculo saiu de lá com a mesma sensação que constatei nos rostos dos produtores e do brilhante Vandré Silveira. Aquela havia sido uma apresentação diferente das outras. Dentre outras razões, estavam eles na terra onde nasceu o gênio esquecido, passando talvez por caminhos que ele percorreu, ainda que a paisagem tivesse mudado tanto.
Farnese

Disseram que a primeira sessão estava lotada, provavelmente estava mesmo. Na segunda sessão, a que participei, alguns se voluntariaram a sentar nas escadas e próximo ao palco a pedido da organização, para que o local pudesse acomodar a todos.

Confesso que não vou ao teatro com frequência e este terreno das artes me gera muita desconfiança. Mas logo de cara, o inusitado me prendeu a atenção. Estava envolta na atmosfera do universo farnesiano. Foi surpreendente e emocionante.

O cenário, premiado inclusive, tinha o formato de cruz, fechada, com paredes e teto formados por grades. A igreja interior em que habitava o artista, por onde este circulava enquanto refletia sobre suas motivações, suas dores. Do lado de fora, na frente, as areias onde encontrava objetos utilizados para compor suas instalações.

Como dito anteriormente, aquela apresentação havia sido diferente das outras. O religioso é um forte elemento na obra de Farnese e a apresentação foi realizada justamente na capela da Unipac, cercada pelos santos das paredes. No dia de Corpus Christi. Quando as luzes presas nas grades se refletiam na parte extrema da capela, geravam um efeito dimensional interessante.  Além disso, fora a primeira vez que “Farnese de Saudade” teve duas peças originais do artista, graças à doação de uma entusiasta, que cedera uma delas.

Se não fossemos nós, conterrâneos de Farnese, com certeza a oportunidade de acompanhar esse trabalho singular que ganha, há algum tempo, brilho e destaque nas principais capitais, seria praticamente remota.
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O 70º aniversário de Chico Buarque

chico buarqueFrancisco Buarque de Hollanda completou 70 anos no dia 19. Estampou na semana passada a capa da Rolling Stone Brasil, que o declarava “o maior compositor brasileiro vivo”. Esse titã da MPB tem uma discografia extensa. São aproximadamente oitenta discos, entre discos-solo, em parceria com outros músicos e compactos. Desses, destaco “Construção” (1971), um dos mais conhecidos e importantes, com críticas veladas ao regime militar e a famosa canção homônima, de rimas complexas que narra a história do último dia de vida de um trabalhador da construção civil. Mas se tivesse que salvar um único disco dele de uma enchente ou coisa parecida, com certeza escolheria por razões pessoais “Chico Buarque de Hollanda nº 4” (1970), gravado pelo artista durante seu exílio na Itália. Predileções a parte, também é um excelente trabalho, com ótimas canções, como a belíssima “Samba e Amor”.
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Há 35 anos, Joy Division lançava “Unkown Pleasures”

ianjoy
Enquanto ainda se vivia o fim da era disco, rapazes punks dominavam o mercado, o primeiro álbum do Sex Pistols, por exemplo, era número 1 nas paradas britânicas em 1977. Inspirados na natureza crua das bandas punk e na atitude do it yourself (faça você mesmo), surge o Joy Division, de Manchester. Formado por Ian Curtis (voz), Bernard Sumner (guitarra), Peter Hook (baixo) e Stephen Morris (bateria), o Joy Division chamou atenção por elevar o som punk um degrau acima. No lugar das letras anarquistas e violentas, poesia profunda e niilista. No lugar de gritos e acordes crus de guitarra, a voz por vezes fantasmagórica de Ian, o baixo toma um papel fundamental na construção do som, dando a densidade e a escuridão necessária às composições. Fonte: Diário de Pernambuco

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