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Coluna: Direito e Justiça (27/06)

qui, 27 de junho de 2024 09:26

DIREITO E JUSTIÇA:

Fé em Deus:

Jesus orava sempre. Jesus ensinou-nos como orar.

 

– Jesus possuía uma fé inabalável e sempre curava aqueles que dele necessitavam e que tinham fé e esperança em seus poderes divinos. Jamais recusou ou procrastinou o seu auxílio.

 

– Nos Evangelhos, há numerosas passagens, retratando a caridade e a solidariedade absolutas de Jesus para com os homens e mulheres de fé: a mulher pagã (ou fenícia) e sua filha obsediada, a mulher com o fluxo de sangue, a viúva de Naim e seu filho morto, a cura do cego Bartimeu, a limpeza dos leprosos, a ressurreição da filha de Jairo e de seu amigo Lázaro, saciando os famintos na multiplicação de pães e peixes..!. E muito, muito mais…!

 

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Fé em Deus:

 

Os moradores de uma região, castigada pela seca há vários anos, foram até o padre da paróquia local pedir-lhe que rezasse uma missa especial que trouxesse a chuva de volta.

 

O padre negou-se a realizar a missa, alegando que nada aconteceria, pois seria necessário que o povo tivesse muita fé em Deus. O religioso foi, então, pressionado pela comunidade. Todos afirmavam que possuíam a fé requerida para que a chuva acontecesse. Muito contrariado, o padre marcou a missa para a manhã seguinte.

 

Na hora combinada, o povo ocupava todos os lugares da igreja em silêncio. O padre chegou sem dar uma palavra. Atravessando os bancos, foi-se esquivando de cada um dos fiéis. Dirigindo-se ao púlpito, disse:

 

– Caros irmãos, tomei uma decisão: lamento informar-lhes que não vou rezar a missa, pois agora tenho absoluta certeza de que vocês não têm fé!

 

Foi aquela agitação na igreja, todos reagindo contra as palavras do padre. O líder da comunidade levantou-se e protestou com veemência:

 

– Padre, em nome de todos aqui reunidos, permita-me discordar de sua posição. O senhor está enganado, pois todos aqui têm muita fé e acreditam que esta missa vai trazer a chuva.

 

O padre escutou com atenção, e dirigindo-se aos “fiéis”, perguntou:

 

– Irmãos, se vocês têm tanta fé, como dizem ter, respondam-me: quem aqui trouxe guarda-chuva?

 

Os olhares constrangidos dos presentes logo mostraram a realidade do momento: ninguém levara guarda-chuva!

 

 

FONTE: “As Mais Belas Parábolas de Todos os Tempos”; Vol.III; Organização: Alexandre Rangel; Editora leitura; 1ª Ed.- 2.005; págs. 92/93.

 

 

A FÉ: O QUE É?

 

– Fé é uma palavra de origem no latim, fides, que significa confiança, crença, credibilidade. A fé é um sentimento de total crença em algo ou em alguém, ainda que não haja nenhum tipo de evidência que comprove a veracidade da proposição em causa.

 

– A Fé é uma atitude contrária à dúvida e está intimamente ligada à confiança, em algumas situações, como problemas emocionais ou físicos. Ter fé significa ter a esperança de que algo vai mudar de forma positiva e para melhor.

 

– A Fé é, segundo o Apóstolo Paulo, o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se veem (Hebreus: 11;1). A fé é um princípio de ação e poder,

é a convicção da existência de coisas que não podemos ver e tampouco antever. Ter fé é acreditar em seres sobrenaturais que não podem ser vistos e nem apalpados. Alguns acreditam em Deus, bruxas, duendes, espíritos, demônios e outros seres.

 

– A Fé é um dom, que ajuda as pessoas a passarem pelos momentos difíceis e pelas circunstâncias penosas, que sempre ocorrem na vida, quando menos se espera. Para superar essas dificuldades, para ter algum alento ou esperança, é preciso ter fé. Quanto maior a perda, mais necessária é a fé.

 

– Digo eu: A fé, todavia, não deve e não pode ser confundida com o fanatismo ou com a superstição. Fanatismo, por excelência, é o zelo religioso excessivo e obsessivo, manifestando-se também em outros segmentos da atividade humana, como o facciosismo político-partidário e a adesão cega a correntes doutrinárias econômicas e sociais. Superstição, por sua vez, é a crença ou noção sem base na razão ou no conhecimento, que leva a pessoa a criar falsas obrigações para si, a temer coisas inócuas e a depositar confiança em coisas absurdas, muita vez apegando-se em presságios e sinais, originados por acontecimentos ou coincidências fortuitas.

 

– Digo mais: A fé bem direcionada, permeada pelo perdão, pela caridade e pela solidariedade ao próximo, tal e qual pregou Jesus, somente tende e leva ao bem. Por sua vez, o fanatismo e a superstição são intolerantes, não admitindo quaisquer discordâncias e já levaram a Humanidade, ao longo dos séculos, a praticar inúmeros morticínios e genocídios, ceifando milhões de vidas. A fé aproxima-nos de Deus e dos homens; já o fanatismo e a superstição afastam-nos e nos isolam de forma progressiva e destrutiva. A prova disso tudo está contida na História, bastando consultá-la e aprender com ela.

 

 

 

 

Comentário pessoal:

 

 

 

Descabe-me atribuir ao apólogo qualquer conotação religiosa ou de crença que lhe extrapole a lição de moral colimada por seu autor desconhecido. Todavia e antes de tudo o mais, eu poderia tecer um comentário, talvez, pertinente; ou não.

 

 

– Puxa vida, mas que padre turrão! Que dificuldade ele criou, para rezar a missa tão almejada por aquela comunidade. Fosse o que fosse, missa, culto ou uma simples e rápida prece, não seria demais e nunca é demais! Pelo contrário: faz bem! Porém, esse aspecto já é mesmo uma outra estória. Quero falar sobre a fé.

 

 

Eu quero falar sobre a fé pura, simples, leal e sincera. Aquela fé incorruptível, indelével, perene, inquebrantável, incontestável, positiva, útil, atuante, benevolente, benfazeja, amorosa, solidária e caridosa, onipresente e serena e que não necessita de prova alguma e que aceita a si mesma e aos outros.

 

 

Eu quero falar daquela fé mansa e pacífica, tolerante e receptiva, que não faz mal a quem quer que seja e que não almeja impor-se aos outros pela força física ou das armas, nem por argumentos capciosos ou mentiras ardilosas, mas daquela fé verdadeira que não deve e não pode ser confundida com o fanatismo ou com a pura e simples superstição, daquela fé que engrandece quem a tem sem preconceitos e que faz evoluir e caminhar para diante o ser humano como uma criatura de Deus.

 

 

Eu quero falar daquela fé prudente e sábia em Deus, no Grande Arquiteto ou Geômetra do Universo, o imensurável Criador único e pleno de todo o Universo já pesquisado ou vislumbrado pelo ser humano, ou até de todos os universos e mundos que possam existir ou virem a ser conhecidos e reconhecidos, um dia, nos meandros do tempo e do espaço e nas mais diferentes dimensões ou perspectivas da física quântica ou da percepção transcendental, do macro ao micro infinitos, do átimo ao eterno, do conhecido e perceptível ao inimaginável, intangível e desconhecido por nós, vírus humanos, que habitamos, infestamos e degradamos este planeta azul chamado Terra,

 

 

A fé, especialmente a das religiões e crenças humanas, impostas ou não, jamais deveria ter sido, ao longo da História, um instrumento, motivo ou pretexto de dominação, de tortura, de guerra, de morte, de discórdia, nem ter pretendido ser, em dado momento ou lugar, um monopólio da verdade, contrária à ciência e ao progresso, quando justos e éticos, mas, pelo contrário, deveria ter sido sempre, isto sim, um fator insuperável e constante de união e de amor entre todos nós, superando a fome, a miséria e todos os preconceitos ou discriminações que dividem os povos e as nações.

 

 

Enquanto a ciência exige provas e comprovações cabais, além de repetições infindáveis dos resultados de um mesmo experimento, feito sob iguais condições, formulando as suas próprias leis, a fé nada mais exige do que a convicção íntima e sincera de sua validade e eficácia. Nem por isso, poderá um cientista autêntico negar-lhe ou desconhecer-lhe o valor, acusando-a de fanática ou supersticiosa, pois ambos os campos do conhecimento humano são distintos, valiosos e necessários.

 

 

Quem tem fé crê na alma (encarnada) e no espírito (desencarnado), entes imortais e numa contínua evolução, o que nos assemelha e nos aproxima de Deus. Sem isso, nada mais seríamos do que pedras brutas, inanimadas pois até mesmo os animais, quiçá as plantas, têm suas próprias almas e sentimentos variados. Pensem nisso…!

 

 

Araguari – MG, 27 de junho de 2024.

Rogério Fernal.`.

1 Comentário

  1. Eliane disse:

    Em se tratando de crenças religiosas cada uma quer ser mais certa que a outra, cada pessoa acha que a sua é que é a correta, a dona da verdade, mas para Deus o que interessa é a oração feita com fé pois essa chega até ele. O padre estava certo, o povo não confiava na fé deles eles achavam que o sacerdote tinha mais poder e que Deus só iria atendê-lo pois ele seria o representante dele aqui na terra. A intolerância religiosa, fora aqueles que deturpam a crença e matam em nome dela.

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