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Coluna: Doorgal (12/02)

sáb, 12 de fevereiro de 2022 08:25

Doorgal Andrada

Deputado Estadual

 

5G: avanços e regulação

 

Em julho deste ano, as 26 capitais dos estados brasileiros e o Distrito Federal começarão a experimentar uma tecnologia que promete revolucionar não só o uso da internet, como também as mais diversas atividades cotidianas. Este é o prazo para que as companhias de telecomunicações que adquiriram frequências no leilão realizado em novembro último comecem a oferecer as conexões de banda larga 5G no país. Quando isso ocorrer, o serviço será ainda incipiente e limitado a áreas pequenas, com expansão paulatina da cobertura nas capitais e no interior sendo realizada, ano a ano, até 2029, quando chegará aos municípios com mais de 30 mil habitantes.

A expansão pode parecer lenta e até sugerir que a expectativa em torno do 5G é injustificada, mas o fato é que a nova geração de internet móvel traz, realmente, um potencial enorme para provocar mudanças profundas na forma como vivemos. De maneira bem resumida, o 5G é 100 vezes mais rápido que o 4G, o tempo de resposta entre os dispositivos conectados é até 70 vezes menor e a conexão é muito mais estável. Pensando em uma atividade corriqueira hoje, o tempo para baixar um vídeo de 25 GB cairia de cerca de 36 minutos — com uma banda larga de alta qualidade — para apenas 21 segundos.

Cada degrau galgado na seara dos avanços tecnológicos representa saltos importantes para as sociedades. O 4G, por exemplo, viabilizou o surgimento e expansão dos serviços de streaming, como o Netflix, dos aplicativos de transporte e a possibilidade de criação e compartilhamento de conteúdos multimídia nas redes sociais, inclusive com exibições ao vivo. Todas essas atividades dependem da combinação de velocidade, tempo de resposta e estabilidade para operarem na transmissão dos dados e geolocalização, entre outros aspectos. Com o 5G, o salto promete ser ainda maior.

Pode-se imaginar um ganho imediato de qualidade e velocidade na enorme quantidade de aplicativos de que já dispomos hoje, mas o que se espera vai bem além. Três setores constantemente citados como beneficiários da quinta geração de telefonia móvel são a telemedicina, os veículos autônomos e a chamada internet das coisas.

No primeiro caso, seriam viabilizadas, por exemplo, as cirurgias robóticas realizadas remotamente até por um especialista em outro país. Velocidade e tempo de resposta dariam mais segurança à localização, posicionamento e segurança de carros sem motorista. Por fim, a internet das coisas seria a conexão, de fato, dos mais diversos objetos à internet, como uma geladeira ou um ar condicionado, seja com novas funções ou com a melhoria da eficiência que se tem hoje nessa área.

O fato é que o limite será a imaginação de desenvolvedores e a capacidade das pessoas de demandarem novas necessidades. Na prática, há um longo caminho a se seguir, exigindo, inclusive o estabelecimento de marcos regulatórios. O 5G usa estações de rádio base — as “antenas” — bem menores, mas em muito maior quantidade. Cabe aos municípios estudar e alterar suas leis para se adequarem às exigências de maneira segura e eficaz. Pelo menos 12 capitais já estavam prontas para receber o 5G no final de janeiro, enquanto em Belo Horizonte, até o fechamento deste texto, os vereadores ainda articulavam a votação em segundo turno do projeto de lei que adequa as normas da capital mineira.

Como toda grande transformação, é razoável supor que também a adoção do 5G pode provocar o surgimento ou o aprofundamento de mazelas comportamentais, mau uso e problemas sociais. Os ganhos, porém, mostram-se gigantescos e todos os esforços devem ser feitos no sentido de garantir o acesso amplo e irrestrito aos benefícios da tecnologia. Vamos trabalhar para que Minas seja protagonista nesse processo!

 

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