Da Redação

O Ministério Público de Minas Gerais, através do Promotor de Justiça Alam Baena Bertolla dos Santos, ofereceu denúncia contra o acusado de matar o policial civil Rodrigo Rodrigues de Sousa, em dezembro do ano passado, na região das Araras, em Araguari.

O servidor público de 36 anos, que foi preso em flagrante e teria assumido a autoria dos fatos, responde na Primeira Vara Criminal da Comarca pelo crime de homicídio qualificado: motivo fútil, consistente em discussão banal, e recurso que dificultou a defesa do ofendido, que estava desarmado e foi atacado de repente.

 

 

Além do pedido de condenação por homicídio qualificado, o Promotor requereu que seja fixado um valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pela família da vítima.

Como a Justiça recebeu a denúncia do MP, a próxima etapa deve ser a audiência de instrução e julgamento, quando serão ouvidas, no Fórum Oswaldo Pieruccetti, oito testemunhas e o acusado. Depois disso, o Juízo Criminal decidirá se o servidor público irá a Júri Popular.

Na avenida Coronel Theodolino Pereira de Araújo, em frente à sede do Poder Judiciário, foi estampado um outdoor com a foto do policial civil e a seguinte frase: #JUSTIÇAPELORODRIGO. A reportagem apurou que foram colocadas placas também em outros locais da cidade.

Em Belo Horizonte, a Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais negou, no fim de fevereiro, o segundo pedido de liberdade do acusado. O primeiro havia sido recusado em janeiro. A defesa alegou carência de fundamentação do decreto prisional, além de se tratar de réu primário, portador de bons antecedentes e possuidor de ocupação lícita.

 

A DENÚNCIA

Consta no incluso inquérito policial que, em 20 de dezembro de 2020, por volta de 0h30, em uma chácara situada na avenida Um, Recreio das Araras, o denunciado, impelido pelo motivo fútil e valendo-se de recurso que dificultou a defesa do ofendido, matou Rodrigo Rodrigues de Sousa.

As investigações empreendidas revelaram que o denunciado foi convidado para participar de uma confraternização familiar que ocorria na referida propriedade. Logo após a sua chegada, iniciou-se uma discussão entre ele e Rodrigo em razão de comentários feitos por ele há aproximadamente um ano sobre a companheira do policial civil.

Durante o entrevero que se estabeleceu, o servidor público apoderou-se furtivamente de uma faca, aproximou-se Rodrigo e, de súbito, desferiu três facadas em seu tórax. O socorro médico foi acionado, mas, em razão da gravidade dos ferimentos sofridos, a vítima faleceu.

Rodrigo Rodrigues era formado em Direito e foi jogador de futebol amador. Ele atuava desde 2009 na Polícia Civil do Estado de Goiás, como Agente de Polícia de 1ª Classe, lotado na 1ª Delegacia de Polícia de Catalão – GO.