Da Redação

No presídio local, número de ocorrências diminuiu nos últimos meses

Em um universo com mais de 400 presos, o tráfico de drogas parece incontrolável. Não apenas no Presídio de Araguari – um dos maiores do estado, como também na grande maioria das unidades mineiras, de acordo com Departamento Penitenciário de Minas Gerais.

Entre os diretores destes estabelecimentos, de acordo com o Depen, é unânime a afirmativa de que o modus operandi para tentar burlar o sistema de segurança está cada vez mais sofisticado e criativo. Centenas de ocorrências foram registradas no mês passado, conforme aponta o balanço realizado pela Diretoria de Segurança Interna do referido órgão.

 

O curioso é que algumas estão relacionadas às encomendas encaminhadas, supostamente, por familiares via Sedex. Os números apontam que, no referido período, mais de 50% dos casos de entorpecentes foram utilizados itens encaminhados via postal para tentar burlar o serviço de inteligência e de segurança das unidades prisionais do Estado. Chinelos, biscoitos, pastas dentais, rolos de barbante para artesanato, barras de doce de leite, barras de sabão e sabonetes são apenas alguns dos objetos utilizados para esconder os ilícitos.

No Presídio de Araguari, com a suspensão das visitas desde março, para diminuir a circulação de pessoas externas, a reportagem apurou que houve uma redução considerável nas ocorrências, de tráfico bem como de ingresso de objetos diversos, como celulares e carregadores,

As rondas minuciosas também têm sido fundamentais para impedir que as drogas cheguem através de lançamentos pelos muros da unidade local e até mesmo pela horta, o que vinha acontecendo constantemente.

O Depen informou que as ocorrências podem ser registradas entre 19 naturezas criminais disponíveis no sistema, com o tráfico de drogas ocupando a primeira colocação nos delitos no ambiente prisional.

 

OS NÚMEROS

No período de janeiro a maio de 2020, foram registradas 747 ocorrências de tráfico ilícito de drogas no sistema prisional mineiro. No mesmo período do ano passado, os registros somam 963. A redução de 22% é atribuída, também, à redução da movimentação de pessoas nas unidades prisionais durante o período de pandemia, somada ao trabalho ostensivo que está sendo realizado em todas as unidades, aumentando o cerco contra aqueles que insistem em levar drogas para o interior dos estabelecimentos penais. Somente em junho deste ano, até o dia 24, foram registradas 468 apreensões de maconha, 221 de cocaína, 32 de crack e 15 de LSD nos presídios e penitenciárias de Minas.

A média mensal de apreensão de maconha, por exemplo, é de 15 kg da sustância em todo o sistema mineiro. Os dados são feitos com base na tabela de conversão de gramatura utilizada pelo Disque Denúncia Unificado (DDU), da Sejusp.