Coluna: Neuropsi (02/07)
qui, 2 de julho de 2020 10:40
O Transtorno do Espectro Autista (TDA) e o isolamento social
1-O que é TEA ?
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma síndrome que atinge o neurodesenvolvimento e é caracterizada por deficiências na interação e na comunicação social. Com repertório restrito e repetitivo de comportamentos e interesses, apresenta dificuldades em atividades lúdicas e imaginativas.
2- O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um fator de risco pra COVID-19?
É importante ressaltar que crianças com TEA não fazem parte de população de risco para complicações e morte por COVID-19, exceto aqueles que possuem comorbidades clínicas tais como diabetes, alterações imunológicas, ou outras doenças crônicas prévias. Sendo assim, crianças e adolescentes com TEA apresentam sintomas semelhantes aos de outros jovens sem o transtorno. Porém, as características do autismo podem criar dificuldades na adoção das medidas preventivas.
Um autista pode apresentar grande interesse pelo odor, sabor e textura de objetos, sendo comum observá-lo passando a mão em tudo e levando os utensílios à boca. Essa prática aumenta a possibilidade de contaminação e os pais devem estar atentos às questões de higiene, mantendo os ambientes ventilados e evitando compartilhar objetos.
3-A rotina é essencial para as crianças com Autismo ?
A existência de uma rotina é crucial na vida de um autista. Diariamente, famílias de crianças e adolescentes portadores de TEA encaram enormes desafios para amenizar o impacto do quadro e promover o desenvolvimento de seus filhos.
Em relação à pandemia, é preciso ter cautela com a higienização, a adaptação exigida com as novas condições de vida também representa um enorme desafio àqueles que cuidam dos portadores de TEA, uma vez que grande parte dos autistas apresenta resistência a mudanças e muitos exigem manter de forma rígida suas rotinas.
4-As mudanças repentinas no nosso cotidiano com a pandemia interfere na vida das crianças com autismo ?
Com a chegada da pandemia da COVID-19 e a adoção do isolamento social como forma de conter a contaminação, essas famílias precisaram reestruturar suas rotinas e adotar medidas de ajuste, sendo que as mudanças de rotina impostas pela quarentena, como o convívio íntimo das famílias num mesmo ambiente, que muitas vezes é restrito, pode causar sofrimento adicional às crianças com TEA. Adicionalmente à necessidade de intensificação de hábitos de higiene, que pode não ser compreendida, e a quebra na rotina das terapias poderiam corroborar com a exacerbação dos sintomas comportamentais.
As transformações repentinas no cotidiano podem provocar alterações emocionais e comportamentais, ou seja, a criança ou adolescente fica mais agitada, ansiosa e agressiva. Portanto, apesar dessa nova realidade, é importante tentar seguir o máximo possível a rotina vivenciada antes da pandemia e prepará-los para alterações inevitáveis. Um quadro de planejamento com as atividades do dia, por exemplo, pode auxiliar a trazer calma e conforto à criança.
5-Quais são as orientações para serem seguidas por pais ou cuidadores durante a pandemia da COVID-19 ?
Explicar à criança sobre o que é a doença COVID-19 , considerando na explicação, a capacidade de compreensão; explicar regras de higiene e etiqueta respiratória, explorando desenhos, ilustrações, dentro do nível de compreensão da criança; fazer um planejamento fixo da rotina diária dentro de casa, com horários, prevendo atividades diversas. É importante ainda estimular as atividades de interesse da criança: livros, brinquedos especiais, jogos, filmes/vídeos.
Para aqueles com funcionamento mais alto, manter dentro do possível as terapias online (na dependência da oferta dos profissionais que já trabalham com esta criança). Aos que frequentam escola é importante manter o contato com esta e seguir as propostas de atividade que estão sendo desenvolvidas, além de manter contato com o seu médico e neuropsicólogo para esclarecimento de dúvidas .
6- E em relação ao sono da criança com TEA durante a pandemia ?
Alterações no sono correlacionam-se com piora do comportamento diurno exacerbando a gravidade dos sintomas. Algumas recomendações são fundamentais para manter a qualidade do sono, adequada em tempos de quarentena. São elas:
• Manter o horário consistente de dormir e acordar;
• Diferenciar atividades do dia e da noite;
• Estabelecer uma rotina de preparo ao sono evitando atividades com potencial de excitar a criança;
• Evitar telas e eletrônicos no mínimo 30 minutos antes do horário do sono;
• Evitar lanches pesados e bebidas com cafeína à noite (chá, café, achocolatados, refrigerantes);
• Evitar encorajar comportamentos inadequados e barganhas na hora do sono;
• Oferecer reforço positivo quando as metas estabelecidas para um bom sono forem cumpridas
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