Da Redação

O vereador Dhiosney de Andrade (PTC) reeleito com 1.441 cumprirá seu segundo mandato a partir do próximo ano. Dhiosney é autor de diversas denúncias polêmicas, relacionadas principalmente ao programa “Minha Casa, Minha Vida” e à folha de pagamento dos servidores do governo atual. Em entrevista ao jornal Gazeta do Triângulo, afirmou que seu objetivo para o próximo mandato é continuar a fiscalizar o poder público, cumprindo ser dever de vereador.

 

Onde você estava no momento da apuração? A princípio eu estava um pouco receoso e queria ficar sozinho, mas meus amigos e familiares foram chegando e, quando percebi, minha casa estava cheia, graças a Deus. É dessa forma que percebemos o companheirismo, a amizade e a lealdade das pessoas.

Como você se sentiu sabendo que havia sido reeleito? É uma emoção muito grande. Sentimos aquele frio na barriga, mas é uma grande satisfação poder receber os abraços e os elogios. Além disso, eu falo que nós não ganhamos sozinhos. Tenho muito a agradecer ao meu grupo, pois fomos reeleitos em conjunto.

E devido à mudança na lei eleitoral, vocês tiveram apenas 45 dias para a campanha. Isso afetou no resultado? Muito. Foi uma campanha atípica. Não foi possível fazer as coisas da mesma maneira que na campanha anterior e visitar todas as casas. Em reduto eleitoral meu, que eu poderia ter mais votos, não consegui estar nas casas conversando diretamente com as pessoas. Por isso agradeço muito ao meu grupo, que caminhou ao meu lado, acreditou no meu trabalho e entrou de corpo, alma e coração nessa campanha.

Sua quantidade de votos diminuiu? Diminuiu um pouco sim e a redução do período de campanha foi um dos motivos, além do fato de ter muitos candidatos. Várias pessoas se candidataram no meu principal território eleitoral, dividindo muito os votos. Eram pessoas que me apoiaram na primeira eleição e que também tiveram uma votação expressiva. Essa campanha foi mais disputada e o tempo mais curto, mas estou muito satisfeito, porque pude expandir meu eleitorado em toda a cidade de Araguari. Isso significa que nosso trabalho, durante esses quatro anos, deu um bom resultado.

Esse agora foi seu primeiro mandato como vereador? Justamente. E o que você aprendeu durante esses quatro anos? Olha, aprendi muito e vejo que ainda tenho muito a aprender, mas com certeza amadureci muito. Hoje tenho outra visão, que a cada dia quero aperfeiçoar e fazer um trabalho cada vez melhor para a população.

Você foi autor de denúncias bem pesadas nessa atual administração, como o esquemão da folha e o direcionamento das casas populares. Você acha que esse trabalho teve um resultado positivo? Com certeza. Se você me perguntar “qual foi o marco dos seus quatro anos de mandato?” eu diria que foi a coragem. Essa coragem vai continuar a prevalecer, porque um agente político tem que ter a coragem de, às vezes, se indispor com o próprio companheiro. Essa é uma Casa democrática e temos que exercer a nossa função, que é a de fiscalizar e legislar. Essa fiscalização, da minha parte, irá continuar, porque pregamos muito a igualdade e a justiça. A denúncia que você apontou, do “Minha Casa, Minha Vida”, foi muito injusta com a população araguarina, porque tirou o sonho de muitas famílias. E a questão da folha de pagamento, se deve à questão da isonomia salarial. Existiam apadrinhamentos políticos e, se a pessoa tivesse um apadrinhamento, ela não trabalhava e recebia muito, o que era totalmente injusto. Irei continuar meu trabalho nessa linha, procurando ser justo com as pessoas e valorizando a todos, independente do seu partido político.

Você acha que a denúncia da folha de pagamento prejudicou seu relacionamento com os servidores que foram afetados? Eu penso da seguinte maneira, se nem Deus conseguiu agradar a todos, não vai ser o vereador Dhiosney, que está aqui na Câmara, que vai conseguir agradar. Muitas vezes, para sermos justos com algumas situações, temos que mostrar o que está errado e, infelizmente, você tem que se indispor com algumas pessoas. Sempre vai existir um lado A e um lado B e eu vou manter minha posição pelo que está correto. Mesmo se fosse um familiar meu e ele estivesse incorreto, eu seria contrário, porque a pessoa vai se indispor no primeiro momento, mas, amanhã ou depois, ela vai analisar e entender meu trabalho.

Então você acredita ter cumprido seu trabalho como vereador com essas investigações? Com certeza. Eu falo e falei para os eleitores durante a campanha que ando de cabeça erguida e olho no olho de qualquer cidadão. Isso para mim tem um grande valor. Poder ter a consciência totalmente tranquila e limpa, de que, o que pude fazer, dentro da minha limitação, foi feito. Também me comprometi junto à população, principalmente durante a campanha, a continuar sendo justo e correto, nessa missão que me foi dada.

E você conseguiu fazer tudo o que planejou nesse primeiro mandato? Tudo não. Sempre queremos e sonhamos mais. As pessoas que se destacam, que não querem ser apenas mais um, que querem ser diferentes, tem que sonhar, ter ideais e não parar nunca. Graças a Deus e à população araguarina, tenho a oportunidade de exercer mais um mandato de quatro anos e irei me esforçar o máximo possível para conseguir executar aquilo que não foi feito no primeiro mandato.

Você está com quantos anos agora? 30. Você é um dos vereadores mais novos hoje. Eu acho que ainda continuo sendo o caçula da Câmara Municipal. Você acha importante que as pessoas entrem no meio político mais jovens? Sim. Esse ano, observamos candidatos que tinham, se não me engano, 19 ou 20 anos. Acho isso muito interessante. O jovem tem que querer participar e entender o sistema político, porque eles são o nosso futuro. Hoje também vemos a diversidade em relação às pessoas que estão ocupando os cargos políticos e isso é importante. São várias categorias e setores representados aqui na Câmara.

O que você fazia antes de entrar para o meio político? Eu ainda faço, porque a política não é uma profissão. A política é um cargo, acaba limitando muito a nossa profissão, mas a minha continua. Sou comerciante, açougueiro, corto carne e dirijo caminhão, que é um hobby e também uma profissão que gosto muito. Amanhã ou depois, se eu não estiver mais nessa Casa de leis, com certeza estarei no meu comércio, trabalhando normalmente, de cabeça erguida.

Por que você quis se candidatar? Meu primeiro mandato foi algo muito natural, que partiu de uma cogitação da população e dos meus clientes. Todos me conheciam e sabiam que eu tinha uma participação efetiva com populares, então foi algo muito natural. Quando falaram que meu nome estava circulando nas pesquisas, conversei com a minha família, que é meu alicerce e tive todo o apoio. Foi quando resolvi me candidatar.

E qual seria seu próximo passo? Pretende se candidatar a outros cargos futuramente? Sou uma pessoa que deixo tudo na vida ocorrer de forma muito natural. Nós temos nossos sonhos, mas não depende somente de eu querer. Depende de Deus, da minha família, do meu trabalho, então, deixo tudo ocorrer de forma natural.

Em relação ao novo governo, como você pretende se posicionar? Da mesma forma que me mantive nesse governo. As pessoas falam sobre oposição e base, mas, na minha concepção, isso não deve existir. O que deve existir é um trabalho justo e correto, visando o que é bom para a população. Nossa função é essa. Alertar sobre o que está errado.

Você acha que o fato de alguns vereadores terem tomado posições contrárias ao governo atual refletiu de alguma forma no resultado da eleição para o cargo de prefeito? Tanto no Executivo, como em qualquer outro cargo político, a pessoa precisa ter seu grupo e seus apoiadores. Isso com certeza muda o resultado sim. O apoio é essencial e ninguém ganha uma eleição sozinho.

Quais as perspectivas em relação à vitória de Marcos Coelho? É uma pessoa que respeito muito, é um bom administrador e fez um bom mandato. Esperamos que continue trazendo progresso para a cidade de Araguari e continue executando o que foi iniciado nesse governo. Precisamos de muita melhoria na saúde em Araguari e temos essa esperança. Observamos o quanto foi investido no governo atual, mas ainda falta muito para poder chegar ao ponto que esperamos. A expectativa é que seja um bom governo e traga benefícios para a população.

E quais são as expectativas para seu próximo mandato? Será um mandato mais maduro. Tenho um conhecimento melhor e sei de alguns pontos que precisam ser corrigidos no Executivo. Continuaremos o nosso trabalho de forma justa e tudo o que for apontado, será apontado com segurança, estudos e provas. Continuarei com essa linha de trabalho, ajudando a população araguarina.

O que você tem a dizer a todas as pessoas que te apoiaram e que votaram em você? Meu muito obrigado. É uma gratidão imensa. Irei fazer o possível para honrar cada voto de confiança em mim depositado. Se formos analisar, o voto é muito difícil e, quando temos uma votação expressiva como essa, nos alegra muito e nos dá uma responsabilidade muito grande com os eleitores. Quero recompensar cada voto com trabalho, dignidade e resultados positivos, mostrando para cada eleitor que aquele voto que ele depositou em mim foi retribuído para toda a sociedade araguarina.

Qual mensagem você gostaria de deixar para a população araguarina? Temos que ter união e otimismo, pois a cada dia nossa cidade vai melhorar mais. Hoje vemos que Araguari, se comparada a outras cidades da região, se encontra em uma situação mais confortável, mas ainda há muito a ser melhorado e, para isso, temos que deixar a vaidade. Minha mensagem se resume a isso: temos que deixar a vaidade de lado. É o momento de deixarmos os palanques políticos nos unindo para fazer um bom trabalho e trazermos resultados positivos para nossa cidade.