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Uso do simulador de direção ainda não é realidade em Araguari

qua, 8 de janeiro de 2014 00:10

Proprietários de autoescolas preferem aguardar possível adiamento do prazo

Alunos de autoescolas terão que cumprir cinco aulas de meia hora no simulador de direção. Foto: Divulgação

Alunos de autoescolas terão que cumprir cinco aulas de meia hora no simulador de direção. Foto: Divulgação

TALITA GONÇALVES – A partir desse ano, para concluir o curso de direção é obrigatório realizar aulas em um simulador virtual. A determinação deveria ter entrado em vigor seis meses atrás, mas as autoescolas obtiveram do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) o adiamento do prazo. Agora, obter a carteira de motorista poderá ficar até R$ 400 mais caro.

Serão cinco aulas obrigatórias de meia hora cada, conforme resolução do Contran (Conselho Nacional de Trânsito). O simulador é capaz de recriar 26 situações, como dirigir na chuva, fazer curvas fechadas e dirigir alcoolizado.

A Resolução 444 do Contran tem complicado a vida dos proprietários de autoescolas. O aparelho custa em torno de R$ 40 mil e a manutenção mensal de software, R$ 1.500. Somente quatro empresas no país estão habilitadas para fornecê-los.

Em Araguari, nenhum centro de formação de condutores (CFC) adquiriu o equipamento. Wesley Borges Amaral acredita na possibilidade de um acordo para uma nova prorrogação do prazo. “Para adquirir algo desse preço, preciso recorrer a um financiamento. E se eu comprar e houver alguma mudança, terei de ficar com esse equipamento parado,” expôs.

O sistema do simulador de direção abre três aulas por dia, com intervalos de 30 minutos. “Cada aluno precisa de cinco aulas. Desse jeito somente um simulador não vai ser suficiente para suprir a demanda. Dependendo da escola, seriam necessários três,” alegou.  “Infelizmente não fizeram testes antes da implantação e por isso nem ao menos sabemos se é eficaz ou não,” ressaltou o proprietário.

Célia Regina Saturnino de Oliveira, instrutora de legislação de uma autoescola da cidade, acredita que o aparelho é importante. “Alguns candidatos entram em um carro sem saber como segurar o volante. Noções de uso do freio, seta, como se sentar, enfim, o aprendizado básico, será melhor,” comentou.

No entanto, o alto investimento imediato gera receio e a categoria espera uma decisão favorável na disputa judicial encabeçada pelo sindicato. “Estamos aguardando,” disse.

O governo decidiu tornar obrigatórios os simuladores em 2010, motivado por um pacto na ONU para redução até 2020 de 50% na mortalidade por acidentes de trânsito.

PROTESTO
Donos e funcionários de autoescolas se reuniram na porta do Detran na tarde de 3 de janeiro para protestar contra a resolução. Cerca de 100 trabalhadores saíram da praça do Papa, no Mangabeiras, e fizeram um buzinaço no local. Eles carregavam cartazes contra a medida e o trânsito chegou a ser interrompido.

“SIMULADORES OU DISSSIMULADOS?”
O deputado federal Marcelo Almeida (PMDB-PR), membro da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, denunciou a existência de um lobby no Congresso para aprovar a medida. Em um artigo de opinião chamado “Simuladores ou Dissimulados?”, o ex-diretor do Detran- PR questionou a necessidade do simulador e lembrou do kit de primeiros socorros para os carros, “obrigatoriedade que durou pouco, movimentou milhões de reais e não teve qualquer eficiência.”

1 Comentário

  1. ´´Erica disse:

    Quem inventou que usar simulador vai ajudar a dirigir melhor com certeza está lucrando muito com isso. Se não for dono, sócio ou parente próximo de dono de empresas que produzem o equipamento, com certeza vai receber um bom valor por isso pela contribuição que deu para que a produção desse equipamentos aumentasse com a tal resolução do Contran.

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