Da Redação

Campanha Nacional de Multivacinação termina nessa sexta-feira, 30

A Campanha Nacional de Multivacinação do Ministério da Saúde termina nessa sexta-feira, 30. As vacinas estão disponíveis em todas as Unidades Básicas de Saúde do município e o objetivo da ação é atualizar as cadernetas de vacinação de crianças até os 5 anos e crianças e adolescentes entre 9 e 15 anos incompletos.

Campanha visa à atualização do cartão de vacinas de crianças e adolescentes

De acordo com Ivonice Lemos da Silva e Silva, referência técnica em imunização do departamento de Epidemiologia da secretaria de Saúde, não foi determinada uma meta para a campanha de vacinação. “Nossa maior preocupação não é a quantidade de vacinas aplicadas, mas sim a atualização do cartão de vacinas dessas crianças e adolescentes”.

A técnica comenta que muitas cadernetas de vacina analisadas nas Unidades Básicas de Saúde estavam atualizadas. “Os pais mantiveram os cartões atualizados, porém, tivemos bastante dificuldade em relação à vacina contra o HPV”.

O HPV é uma doença sexualmente transmissível e consiste em uma infecção que pode causar verrugas em diversas partes do corpo. A vacina também é utilizada para a prevenção do câncer de colo de útero, que é provocado por um dos tipos de HPV e é a terceira maior causa de morte de mulheres no Brasil, com aproximadamente cinco mil vítimas por ano.

A técnica acredita que o pouco alcance da vacina se deve aos boatos que ocorreram quando a vacina foi implantada. “Quando a campanha de vacinação contra o HPV começou, algumas meninas alegaram ter passado, então, acreditamos que, devido a essa primeira impressão, as pessoas estejam com medo de levar suas filhas para receberem a vacina”.

Segundo a técnica, os pais podem ficar tranquilos em relação a essa imunização. “Foi apenas uma especulação e ficou comprovado que a imunização não foi a causa dos sintomas dessas adolescentes. É importante que as meninas entre 9 e 13 anos sejam vacinadas contra o HPV”.

O Dia “D” da campanha de multivacinação ocorreu no sábado, 24, em todos os postos de saúde do município e dos distritos de Piracaíba e Contenda. “As unidades de saúde ficaram abertas durante todo o dia, oferecendo as vacinas. Não aplicamos muitas doses, porque muitos cartões estavam atualizados. Foi bastante satisfatório”.

Nessa quarta-feira, 28, a equipe esteve nos povoados do Barreiro e Barracão aplicando as doses nas crianças e adolescentes. “Durante a manhã realizamos a imunização em aproximadamente 12 crianças no Barreiro e a tarde nós estivemos no Barracão, com a expectativa de vacinar cerca de 30 crianças. Na quinta-feira, 29, estaremos no povoado da Água Clara e esperamos imunizar 20 crianças”.

A campanha teve início no dia 19 desse mês e o Ministério da Saúde disponibilizou ao todo 26,8 milhões de doses, que servem tanto para a vacinação de rotina do mês de setembro (7,6 milhões) quanto para a campanha (19,2 milhões). As vacinas estão disponíveis gratuitamente em todas as Unidades Básicas de Saúde do município, das 8 às 17h. “Mesmo depois da campanha, as doses continuam disponíveis nas unidades de saúde. Basta que os pais compareçam com a criança ou o adolescente e levem a caderneta de vacinação”.

Caso a criança não tenha a caderneta de vacinação, os pais devem solicitar a segunda via nas unidades de saúde. “Em primeiro lugar, é importante tentar achar o cartão, mas, caso não seja encontrado, os pais devem comparecer à unidade com a criança e pedir as orientações”.

Fazem parte do calendário do público-alvo 14 vacinas, que são oferecidas gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) como: BCG, Pentavalente, Rotavírus, Pneumo 10, Meningo C, Tríplice Viral, DTP infantil, varicela, poliomielite (VIP e VOPb), hepatite A, hepatite B, entre outras. Dentre as vacinas citadas, estão disponíveis para a faixa etária entre 9 e 14 anos: Tríplice Viral, Dupla Adulto e a imunização contra hepatite B e HPV, sendo essa última específica para meninas entre nove e 13 anos.

Mudanças no calendário de vacinação

Os pais devem ficar atentos às mudanças no calendário de vacinação. As alterações rotineiras e periódicas no Calendário Nacional de Vacinação ocorrem devido às mudanças na situação epidemiológica, nas indicações das vacinas ou na incorporação de novas vacinas.

Em janeiro desse ano, o Ministério da Saúde promoveu a alteração no esquema vacinal da poliomielite, HPV, meningocócica C (conjugada) e pneumocócica 10 valente. O esquema vacinal contra a poliomielite passou a ser de três doses da vacina injetável – VIP (2, 4 e 6 meses) e mais duas doses de reforço com a vacina oral – VOP (gotinha). Até 2015, o esquema era de duas injetáveis (VIP) e três orais (VOP). Vale ressaltar que essa substituição não prejudica a proteção das crianças, que ficam imunizadas com as três doses injetáveis.

O esquema vacinal do HPV passou de três para duas doses, com intervalo de seis meses entre elas. Os estudos recentes mostram que o esquema com duas doses apresenta uma resposta de anticorpos em meninas saudáveis de 9 a 14 anos não inferior quando comparada com a resposta imune de mulheres de 15 a 25 anos que receberam três doses.

O reforço da meningocócica, que anteriormente era administrado aos 15 meses, passou a ser administrado aos 12 meses, preferencialmente, podendo ser feito até os 4 anos. As primeiras doses da meningocócica continuam sendo realizadas aos 3 e 5 meses.

Em relação à pneumocócica, houve a redução de uma dose na vacina, que passou a ser administrada em duas doses, aos 2 e 4 meses, com um reforço preferencialmente aos 12 meses, que pode ser recebido até os 4 anos. Essa recomendação foi tomada em virtude dos estudos mostrarem que o esquema de duas doses mais um reforço tem a mesma efetividade do esquema três doses mais um reforço.