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A igreja no decorrer da história errou na sua relação com as cidades. Fruto desse erro, vemos muitas igrejas investindo seus recursos e melhores líderes na resolução de seus próprios problemas, ensimesmadas em seus prédios e instituições, dando pouquíssima atenção ao contexto social e cultural onde se encontram inseridas.

Em sua maioria afirmam que a cidade, em si mesma, define-se como pecadora e má.
Como não podemos escapar dela, devemos aguentá-la e suportá-la, sempre buscando nos isolar de sua maldade e escaparmos de sua contaminação moral.

A cidade acaba por ser o lugar das hostilidades dissimuladas e ostensivas, das violências abertas, das desordens de todo tipo, das inseguranças e dos medos. Há medos urbanos de toda natureza. Esses medos habitam o cotidiano dos “cidadãos” numa espécie de drama criando novos medos.

Neste contexto, a igreja deve enxergar a cidade como objeto do amor de Deus e enxergar a si mesma como sinal e instrumento de redenção, paz, esperança e justiça para a cidade. Romanos 8:18-22 fala sobre a criação estar frustrada, gemendo com as dores de parto, esperando a manifestação da glória dos filhos de Deus. Muitos creem que esta manifestação apenas refere-se à volta do filho de Deus. Mas da mesma forma que o Reino de Deus chegou e está presente em nós, cada cristão tem a responsabilidade de manifestar o Reino aqui-e-agora e cada igreja tem o papel de ser instrumento do Reino na cidade.

A igreja se faz uma com a cidade, a igreja está em mix com a cidade.
A paz da cidade é sua paz. A justiça da cidade é sua justiça.

Outro tremendo conceito errôneo que as igrejas demonstram com relação à cidade onde moram é a tendência ao isolamento e ausência de cooperação e unidade com outros grupos ou religiões. Com o crescente medo de perder membros neste competitivo mercado (quem diria, virou um mercado), muitos têm se fechado e levantado as cercas para “protegerem” suas ovelhas. Lá no fundo do coração, a impressão é que acreditamos que, para manter nossa identidade e pureza, devemos nos manter isolados dos outros grupos.

Penso que por meio de cooperação e parceria, a igreja deve ser impulsionada com o desejo de sacrificar-se pela cidade. Com toda a sua diversidade e multiplicidade de doutrinas, estilos e ministérios a igreja deve doar-se à cidade como sinal da paz de Deus em todos os níveis: indivíduos, famílias, comunidades, bairros, organizações, enfim, em todas as esferas sociais e culturais. Sua motivação é o amor de Cristo e não o sucesso ministerial. Sua ação é o serviço e não o gerenciamento empresarial. Sua metodologia é a encarnação é não meramente marketing e tecnologia.

Precisamos lembrar que a missão de Deus não é apenas espiritual, mas tem caráter integral, abarca a totalidade de todas as experiências do ser humano, em seu contexto e história. A finalidade da missão de Deus é a reconciliação de todas as pessoas e a regeneração de toda a criação. Deus é criador e criou o ser humano à sua semelhança (Gn. 1.29).

Concluindo…, creio que a cidade é um aglomerado humano que necessita desesperadamente ser cuidado por nós, cristãos. A missão de Deus na cidade implica na presença de igrejas saudáveis que renovem e dinamizem a comunidade local e, desta forma, influenciem positivamente nossa cidade.

Por isso continuo a insistir…: toda igreja deveria ser um centro comunitário.!!!

Que a cidade de Uberlândia seja alvo das nossas orações e também de nossas ações!!!