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Toneladas de quadrinhos: um tour pelo FIQ

qua, 20 de novembro de 2013 16:12

Vinheta Meio Mesligado

Não poderia ter sido em um final de semana melhor a ida desta colunista que vos escreve para a capital mineira. Participar do Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte – FIQ é uma experiência enriquecedora, até para quem acha que quadrinho é coisa de criança. A arte sequencial é apenas uma forma de expressar ideias, assim como a música, o cinema, o teatro e por aí vai..
Logo na entrada, a primeira coisa que se via era uma instalação com tiras do cartunista Laerte (homenageado desta 8ª edição) disposta em cubos que poderiam ser reorganizados pelos visitantes. Aos lados, espaços lúdicos sobre a linguagem dos quadrinhos para crianças. Mais adiante, muitos stands de artistas independentes. O FIQ é uma data aguardada para lançamento de material novo, era até difícil escolher o que levar para casa entre aquela imensidão de livros, revistas e gibis. Do herói ao autoral.

A exposição Ícones dos Quadrinhos reuniu interpretações de personagens clássicos feitas por 100 artistas diferentes. Batman, Robin, Mulher Maravilha, Hulk, Popeye, Little Nemo, Yellow Kid, Eternauta, Sandman, Mafalda e muitos outros, sob a ótica e o traço de quem fez. Havia também muitas palestras, sessões de autógrafos com gigantes do quadrinho mundial. Uma vasta programação.

Mais do que isso, o FIQ é o ambiente ideal para fazer amigos. Ali estava a maior concentração de pessoas legais por metro quadrado. Qualquer esbarrão em um estranho acabava evoluindo para uma conversa produtiva e interessante. Como aconteceu com Andrício de Souza, que me pegou folheando “O Intestino Eloquente”, trabalho novo dele, e me contou algumas coisas a respeito, assim foi também em outros stands.

E quando parecia que nada mais surpreenderia, já no final do evento, o quadrinista americano George Pérez deu um show de simpatia ao posar para uma foto segurando um gibi da cidade, feito por crianças e adolescentes. Encerrou com chave de ouro, imaginando a intensidade da cena que esse clichê representa.

LULA QUEIROGA: EMOÇÃO, FORÇA E POTÊNCIA.

Não é que durante a passagem por BH a colunista teve a sorte de assistir um show desse pernambucano porreta? Está duvidando que ele é porreta? Escute as canções “Atirador” e “Se não for amor eu cegue”, essa dúvida se transformará em certeza. O show aconteceu sábado, no “Granfinos”, espaço interessante que recebeu durante o ano outros artistas renomados. Foi um projeto cultural “Meio de Campo”, que consiste em juntar um artista local e um de fora nas apresentações. 45 minutos para cada, intervalo de 15 e prorrogação de 30 minutos com os dois juntos.

Antes dele subiu ao palco Marina Machado. Uma ótima surpresa. Ela, mulher carismática, dona de um vozeirão daqueles, cantou com o público, deu cambalhota no palco. Aquela intensidade que as pessoas esperam do artista. Sua banda também era de uma qualidade incrível. Ao final do show, ficou a dúvida: “foi tão bom. Será que o Lula consegue?” Óbvio que era uma pergunta vinda de quem só conhecia uma única música dele e não o viu em uma apresentação ao vivo.

É claro que conseguiu. Cada canção tinha uma atmosfera própria, com um ritmo sempre contagiante, uma diferente da outra, mas que apesar disso tinham algo em comum. Aí veio “Atirador”. É uma pancada. A emoção brota instantaneamente à medida que letra e melodia vão sendo absorvidas e explodem na hora do refrão, como se você tivesse mesmo levado um tiro e agora fora do corpo, estivesse indo para outro lugar. Queiroga domina, diverte, encanta, emociona. Esse é o verdadeiro sentido da música.

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