Da Redação – Com Assessoria

O pneu possui papel fundamental na vida diária, tanto no transporte de passageiros quanto no de cargas. Entretanto, quando se tornam inservíveis, acarretam uma série de problemas sanitários e ambientais. Uma maneira de corrigir este problema é a adição de borracha triturada em misturas asfálticas que, além de ecologicamente correto, melhora o desempenho dos pavimentos, retarda o aparecimento de trincas e diminui os custos operacionais.

A medida tem sido utilizada pela Concessionária MGO Rodovias que segue na restauração do pavimento em trechos da BR-050 que passam por Minas Gerais e Goiás. A expectativa é recuperar 58,75 quilômetros e o trabalho deve ser concluído até o fim deste ano. Para garantir mais conforto e segurança aos usuários, a Concessionária optou por utilizar o Tratamento Superficial Duplo com Asfalto-Borracha (TSD-AB), que utiliza em sua composição a borracha de pneus sem condições de rodagem.

Segundo o analista de Comunicação da MGO, Sérgio Lucas, mais de 34 mil pneus inservíveis estão sendo reutilizados. “Os resultados dos primeiros quilômetros restaurados comprovaram que a alternativa representa um ganho para o meio ambiente,” disse.

O uso desta nova tecnologia na recuperação do pavimento ocorreu inicialmente em Goiás, em cinco trechos onde foram utilizados 15.458 pneus. Sobre os benefícios, o analista ressaltou que a utilização do Asfalto-Borracha garante maior durabilidade do pavimento e aderência do veículo ao solo além de mais eficácia na frenagem. Outro ponto positivo é a redução do passivo ambiental causado pelo descarte inadequado dos pneus, o que compromete a saúde pública.

Sobre a utilização do pneu na composição do Tratamento Superficial Duplo, o gerente de obras da MGO Rodovias, João Batista Leite França afirmou que é preciso triturar o pneu.  “Cerca de 20% do pó de borracha é misturado ao cimento asfáltico e, depois, são acrescentadas as britas, que passam por um processo de secagem. Posteriormente, recebem revestimento do ligante asfáltico”, contou.

Para a aplicação do ligante asfáltico utiliza-se um caminhão-distribuidor especialmente projetado para o tratamento de restauração do asfalto. Por dia são restaurados, em média, 1,5 quilômetro de faixa de rolamento, sendo que a durabilidade do tratamento varia de acordo com as condições da rodovia, o clima da região, assim como a intensidade do tráfego. “Alguns estudos mostram que o pavimento com borracha pode durar até 5,5 vezes mais do que o asfalto comum”, completou o gerente de obras.

As próximas etapas de recuperação de pavimento com TSD-AB em MG estão sendo concluídas o trecho do km 137 ao km 139 e do km 114 ao km 116, na referida rodovia.

Asfalto Ecológico

Em 1960 os norte-americanos começaram os primeiros testes com asfalto ecológico. Hoje, a tecnologia, pode ser encontrada na África do Sul, em Portugal e, claro, no Brasil. Inicialmente, o projeto foi implantado em São Paulo. O uso de pneus descartados (que no Brasil chegam a 30 milhões por ano) na produção de asfalto leva a uma economia de R$ 14 milhões em petróleo; R$ 26 milhões em pedras e R$ 10 milhões em energia, a cada 1.000 km.